Terror Narrando Saí da boca já era quase nove da noite. O clima tava quente, daquele jeito que até o vento parece suado. Eu tava bolado, cabeça cheia, mas não deixei transparecer. Fui direto pra casa, sem olhar pro lado. Quando cheguei, subi logo pro meu quarto. Tirei a camisa, chutei o tênis pro canto e fui direto pro banho. Água quente batendo nas costas, tentando tirar o peso do dia, mas tem coisa que nem banho resolve. Depois do banho, vesti só uma bermuda e desci. O estômago tava roncando já nas costas, tipo tamborim em ensaio de escola de samba. Larica batendo forte. Quando cheguei na cozinha, vi logo a cena: minha mãe, minha irmã e a Sofia na mesa, jantando. Tinha uma travessa enorme de lasanha no meio, vapor subindo, cheiro bom demais, daqueles que fazem o bucho reclamar alto.

