Sofia Narrando Meus olhos pesaram, acho que foi a medicação que aplicaram. O bipe do monitor ao lado fazia um som repetitivo, constante, quase hipnótico. E foi ouvindo esse som que eu acabei pegando no sono, sem nem perceber. Quando acordei, tudo parecia meio embaçado, como se eu tivesse sido arrancada de um sonho estranho e colocado de volta num corpo que ainda não tava funcionando direito. Pisquei algumas vezes, tentando entender onde eu tava. A luz era fraca, mas o suficiente pra me incomodar. Tentei me mexer, mas meus braços estavam pesados, minha cabeça então, parecia cheia de algodão. — Que horas são? — murmurei pra mim mesma, mas minha voz saiu fraca, arrastada, como se não fosse minha. Levei alguns segundos tentando conectar os pontos. Não reconhecia o lugar de imediato, parec

