Terror Narrando Cheguei na boca já com o sangue fervendo. Assim que bati o olho, vi o Bradock encostado na parede, tragando um cigarro como se a vida dele fosse um comercial de calmaria. A vontade que bateu foi de avançar nele na hora, socar a cara dele até ele lembrar de tudo que fez. Mas respirei fundo. Respirei fundo, mano, porque eu não podia perder a linha logo ali. — Vamo na minha sala — falei seco, já virando as costas. Ele nem questionou, só veio atrás. Entramos, fechei a porta devagar, travei a chave. A tensão ficou no ar, pesada, densa, quase dava pra cortar com a faca. — Senta aí. Ele sentou sem pensar duas vezes, quase automático. Parecia saber que ia ouvir umas parada que ele merecia há tempo. Me joguei na cadeira de frente, encostei as costas, olhei bem dentro do olho

