Sofia Narrando Esses últimos dias têm sido insuportáveis. Eu mäl queria sair da cama. Sentia um peso no corpo e na alma que me deixava imóvel. A saudade, não tem como dizer que ela não dói. Mas mesmo assim, o Terror, a dona Ingrid e a Lívia não desgrudavam de mim. Todos os dias de manhã, o Terror batia na porta do quarto pra me acordar, como se isso fosse me fazer levantar. À noite, quase sempre, ele aparecia com um açaí nas mãos, daquele jeitinho sem jeito, tentando me animar. Ele tá completamente diferente. Parece outra pessoa. Ontem, no meio de um surto de tristeza, eu olhei pra ele e disse: — Eu queria morrer. Ele me olhou com raiva e respondeu na hora: — Para com essa pörra, Sofia! Que ideia estüpida é essa? Tá querendo o quê, se fazer de vítima? — Vai se ferrar, Terror. Você

