Anna Júlia
Eai galera pra quem não me conhece meu nome é Anna Júlia, mas todo mundo me chama de Annajú ou Najú.
Bom, eu tenho 18 anos e moro aqui no Complexo da Maré, mas todo mundo chama de Maré mesmo.
Eu moro aqui no morro com meu pai, minha mãe morreu de câncer quando eu ainda era bem pequena, desde então sou só eu e meu pai que tem uns problemas com bebida, aliás ele se chama Maurício.
Eu faço faculdade de medicina, que se tornou meu sonho desde que minha mãe morreu, eu sou bolsista na faculdade graças a uma antiga professora minha que me arrumou essa bolsa.
Eu nunca fui uma pessoa que tem muito amigos, até porque meu pai ele não é sóbrio e legal o tempo todo,as vezes ele grita comigo mas nunca passou disso.
Bom, eu tenho dois amigos, a Gabi que é minha melhor amiga e o Pietro,vulgo Coringa que é como um irmão para mim.
[...]
Acordei com uma gritaria e alguém batendo forte na porta do meu quarto.
Levantei correndo e fui abrir a porta e vi que era meu pai.
Maurício: Por quê você ainda não levantou pra fazer o meu café v*******a?- gritou e meu olhos se encheram d'água, pelo visto ele estava bêbado de novo.
Najú: Des..desculpa pai eu tava dormindo.- falei cabisbaixa.
Maurício: Sem desculpas p***a! Vai logo fazer o meu café.- falou saindo do quarto e eu fui para o banheiro fazer minha higiene matinal.
Tomei um banho rápido, me arrumei e desci antes que meu pai voltasse e gritasse mais.
Entrei na cozinha e comecei a fazer o café da manhã dele.
Assim que terminei,coloquei as coisas na mesa e fui chamar o mesmo,que estava deitado todo largado no sofá.
Ele entrou na cozinha,se sentou e foi tomar o seu café.
Tava colocando o meu café da manhã quando sinto algo sendo jogado em mim.
Olhei pro meu braço e vi que estava sangrando por conta do copo que meu pai jogou em mim.
Maurício: Esse café tá uma porcaria!- gritou vindo pra cima de mim.
Najú: Desculpa pai, eu não fiz por m*l!- falei já chorando.
Maurício: Sem essa de desculpa, agora você vai aprender a não ser inútil assim.- falou puxando meu cabelo.
Ele começou a desferir vários tapas e socos em mim e eu só sabia chorar e me perguntar por quê ele estava fazendo isso comigo.
Depois de desferir os socos e os tapas ele começou a chutar a minha barriga e meu rosto e eu só sabia pedir para Deus fazer aqui acabar.
Algum tempo depois ele parou, cuspiu em mim e saiu me deixando ali jogada no chão.
Depois de alguns minutos jogada ali eu sinto passos se aproximando e alguém me chamando e me balançando.
Xxx: Najú!- falou a pessoa e eu senti minha visão ficando turva, logo tudo apagou.
[...]
Abri os olhos com dificuldade e uma luz branca e forte me fez fechar novamente.
Depois de um tempo, me acostumei com a claridade e fui abrindo os olhos devagar e percebi que estava num hospital.
Fiquei uns minutos olhando pro encarando o teto, raciocinando sobre tudo que aconteceu.
Comecei a lembrar de tudo que aconteceu e comecei a chorar, até que alguém entra no quarto.
Gabi: Amiga, pelo amor de Deus, o que aconteceu?-perguntou desesperada.
Najú: Ele...ele me bateu amiga, ele nunca fez isso antes.- falei e chorei mais.
Gabi: Eu não acredito nisso amiga.- me abraçou com cuidado.
Ficamos ali abraçadas até que alguém entra no quarto que nem um furacão.
Coringa: Quem fez essa p***a contigo Anna Júlia?- perguntou me olhando com um cara até que bonitinho do lado.
Najú: Pi, não foi nada...- ele não me deixou continuar.
Coringa: Não foi nada o c*****o Anna Júlia, vou contar até cinco, se tu não falar eu descubro.- falou me encarando.
Xxx: Pô, tá na cara que foi o velho lá ,o tal do Maurício,devia tá com o ** cheio de **, tá devendo mó grana lá pro Pesadelo.- falou e eu encarei o mesmo.
Najú: Meu pai é usuário de drogas também? Eu achei que ele só bebia, meu Deus.- comecei a chorar de novo.
Coringa: Pô Annajú,eu não queria te falar nada, mas faz mó cota já.- falou.- Mas foi ele que fez isso né?- só confirmei com a cabeça.
Najú: Pi, por favor não mata ele, mesmo ele fazendo isso comigo,ele é meu pai, a única família que eu tenho.
Coringa: Jae, jae.- veio até a mim e me abraçou.- Te amo baranga.- beijou minha cabeça e eu sorri.
[...]
Depois de alguns dias eu voltei para casa, meu pai pediu perdão e tals.
Não contei pra ele ainda que eu sei que ele é usuário de drogas, confesso que ainda tenho medo de falar e apanhar de novo.
A manhã passou e eu ainda não tinha terminado de arrumar casa.
Assim que acabei de arrumar casa e fui tomar um banho.
Tomei meu banho e fui me arrumar, passei uma base pra esconder os hematomas que ainda restavam e aproveitei pra tirar uma foto pra postar no i********:.
Instagram On
@Anna_Jú: Sorri e não se entregar,saber que tudo vai passar...
Instagram Off
Saí do i********: e fiquei mexendo um pouco no celular até minha casa ser invadida pelos meus friends.
Coringa: Bora levantar e vamos dar um rolê.
Najú: Ah não mano, preguiça.- falei com preguiça.
Gabi: Vamos logo Anna Júlia Dias.- falou o nome todo é melhor eu ir, sou nem b***a.
Najú: Tô indo.- levantei e fui caçar uma roupa melhorzinha pra sair com esses dois malucos.
Desci e pedi pra Pietro tirar uma foto minha pra postar no status.
Ele reclamou,reclamou mas tirou , e eu postei no status.
Saímos de casa e fomos descendo o morro até que eu vi um homen lindo fumando na porta da boca.
Ele me olhou e eu desviei o olhar voltando a conversar com os meus friends.
Tava conversando mas aquele olhar não saía da minha cabeça.
Quem será que é ele?