MATTHEW *
Estava na sala com Kaius, Brian e Finn, estávamos jogando videogame para passar o tempo. Precisava distrair a cabeça e não ter que ficar pensando no casamento.
- Mas eai, como vai conseguir casar, sem que descubram que já é casado? - perguntou Finn.
- Ainda não sei. - respondi tentando ficar concentrado no jogo.
- Porque não pediu o divórcio quando a Malia foi embora? - perguntou Kaius me encarando e eu revirei os olhos.
- Eu não sei, porque isso virou um interrogatório agora? - perguntei arrogante e os meninos riram.
- Calma, são apenas curiosidades. - disparou Kaius rindo.
- Andy sabe disso pelo menos? - dessa vez foi Brian perguntando, eu apenas assenti com a cabeça.
Jogamos acredito que a manhã toda, até que cansei e subi para o quarto. Está quente, uma onda de calor passava pela França, não era explicável o calor que estava. Tomei um banho e fiquei deitado na cama, apenas encarando o teto.
Abri a gaveta da cômoda que ficava ao lado da cama e ali, eu ainda era idiots, pois guardava a única e última foto que tinha com a Malia, tinha sido da nossa viagem para Lapônia, todos estavam na fotografia. Eu amava aquela foto, pelo simples fato que fotografou em um momento em que ela me encarava, com um sorriso bobo e um olhos brilhante. A saudade que eu sentia só sorriso, do olhar, da risada dela, da voz, do carinho, do abraço, do beijo e do seu cheiro eram inexplicáveis. Me doía ainda mais saber que ela estava ali, tão perto e ao mesmo tempo, tão longe.
Meu coração mesmo que magoado por tudo que ela me causou, ainda disparava só de ouvir o nome dela, de lembrar dela. Eu a amava mais que tudo ainda, não sei como farei para viver minha vida ao lado de uma mulher que não amo, tenho carinho pela Andy, por amizade, por ela entender o amor que sinto pela Malia até hoje.
- Como você tá? - perguntou Brian se sentando ao meu lado na sacada do meu quarto, já estava anoitecendo e o céu estava alaranjado, o sol estava sumindo.
- Sabe que é a primeira pessoa que me pergunta isso. - ri em silêncio. - Estou bem, preciso fazer isso.
- Ainda sabe que acho isso i****a demais né? Você ama a Malia cara… - o interrompi.
- Não fomos feitos para ficar juntos. Acha mesmo que se tivéssemos que ficar juntos não estaríamos hoje aqui? Juntos? E não comigo casando com alguém que não amo. - quase gritei todas essas palavras, nunca tinha me sentido tão aliviado. Precisava dizer isso alto, para que até eu pudesse ouvir.
- Não precisamos disso, seria um negócio muito bom, mas não acredito nisso.
- Porque você casou com a mulher que ama, você tem tudo Brian, eu sou feliz por você e pela Emily, mas invejo isso. Eu queria ter nem que seja metade do vocês tem. - voltei a olhar o sol de pôr, estava por um fio de sumir já.
- Você vai ter, um dia, com certeza. Esperança as vezes não faz m*l. - ele sorriu.
- Eu perdi a esperança quando passei quase quatro anos acreditando que Malia voltaria.
- Ela voltou, só não como você queria.
- Voltou como alguém que eu não conheço, e mesmo assim, a amo.
Brian ficou mais um tempo conversando e saiu do meu quarto. Desci para jantar, estava somente ele, eu e mais a Emily, conversamos pouco durante o jantar.
***
Era o grande dia, de muitos, menos o meu. Hoje seria o meu casamento com a Andy, estava na sacada observando os decoradores arrumarem o jardim, estava bonito até, mesmo que não entendesse nada disso tudo. Emily não aceitou ser madrinha da Andy por respeito a Malia, mas aceitou ser a minha, o que foi bem engraçado até.
- Como se sente? - perguntou Andy entrando no quarto.
- Se eu disser estranho ou normal, soaria estranho? - rimos.
- Não. Eu sinto que não parece certo. - ela se jogou na minha cama bufando.
- Também sinto. Queríamos subir ao altar com outras pessoas. - me sentei na cadeira estofada que ficava próxima a janela e ela me encarou.
- Não podíamos estar nos vendo, da azar. - gargalhamos. - Que m*l seria ter um azar, tipo cair um raio agora e acabar com esse casamento.
- Não sou tão r**m para casar. - brinquei e ela riu.
- Claro que não. Você entendeu que eu quis dizer, porque você também queria acabar com isso.
- Vamos em frente, vai ser o que tiver que ser. - sorri e ela se sentou na cama.
- Sinto muito, queria muito que fosse você e a Malia lá. - ela sorriu e eu forcei um.
- Também queria que fosse você e o cara que ama. Pelo menos teremos nossa amizade para fazer isso ser suportável.
- Com certeza. - nos abraçamos e ela foi se arrumar.
Tinha a vontade imensa de sair correndo dali, encontrar Malia nesta imensa França e dizer o quanto a amava, o quanto a queria, mas eu sequer conseguiria ter está coragem, nem mesmo a vi desde o Natal.
Elijah tinha sumido do radar, não sabíamos onde estava escondido, para onde iria ou o que iria fazer, isso nos dava uma certa preocupação, pois esperávamos um ataque dele a qualquer momento.
***