O Arranjo

32

- Meio que foi cancelado já que alguém morreu e o noivo tinha tomado uma surra. - ela riu. - Não vou mais me casar, Andy é incrível, mas não é o que queremos e também, já sou casado. - ela me encarou.

- Ainda somos casados? - apenas ri e assenti com a cabeça. - Jurava que já tinha dado entrada no divórcio assim que sai da Grécia. - ela sorriu e eu apenas a encarava.

- É complicado.

- Eu tenho tempo. - ela escorou as costas e me encarou, cruzando uma das pernas sobre o sofá.

- Não acho que seja o momento adequado, você perdeu seu p*u, está triste. Não quero de alguma forma piorar isso. - baixei meu olhar. Jackson saiu da casa.

- Malia vou sair resolver uma coisas, quando eu voltar. Temos que conversar. - ele não deixou ela responder, saiu quase que correndo até o carro e saiu.

- Pode falar Matthew, acredite já lidei com coisas piores. - ela me encarou com um sorriso.

- Eu te amo, sempre amei e sempre vou amar. - disparei. - Consigo lidar com qualquer coisas ou pessoa, mas quando se trata de você Malia, sei lá, sou um homem que se apaixonou por uma mulher incrível e que me magoou e, ainda assim, ainda ama. - ela deixou uma lágrimas escorrer e eu sequei, ela apoiou o rosto na minha mão com os olhos fechado e suspirou.

- Matthew Eu sinto muito mesmo por ter te magoado, nunca tive a intenção. Eu o amo, mas… - ela abriu os olhos e respirou. - não podemos apagar tudo que fizemos.

- Eu sei, não tenho o direito de bater na sua porta, falar que a amo e a querer de volta. É sua escolha querer estar comigo ou não. - sorri.

- 4 anos distante não mudou o que sinto por você, todos esses anos não foram capaz de apagar a importância que você foi na minha vida. Poucas pessoas encontram o verdadeiro amor, a alma gêmea, eu tive a sorte de encontrar. Quando eu estava despedaçada, em todos os momentos, esteve lá para mim, você sempre esteve onde quer que precisasse, por mim. Odeio ter que admitir Matthew, mas nunca fui feliz por completo desde que não o tive mais na minha vida. O que passamos juntos nesse último mês, acredita que lutamos um com o outro? - ela riu. - mesmo que de lados opostos, eu estava feliz por ter você ali, mesmo que tenha me acertado um soco na costela.

- Desculpa. - ela mexeu a cabeça como se fosse nada. - Eu odiei estar nessa briga e não estar ao seu lado.

- Eu também. Matthew… - a interrompi puxando para um beijo, nossa como era bom beija-lá.

O meu corpo inteiro se derreteu por ela naquele momento, meu estômago parecia ter dado um nó de alegria, meu coração estava disparado de felicidade, beijar quem amava era simplesmente diferente. Nos afastamos e ela estava ofegante, seus olhos brilhavam e ela sorria me olhando.

- Emily te entregou a carta? - apenas assenti. -Como conseguiu? Manter todo esse amor por mim depois de eu ter te magoado.

- Eu não sei, penso que distâncias são necessárias as vezes, para mostrar o quanto amamos alguém e podemos sentir a falta dessa pessoa.

- Matthew… - ela pausou. - Eu tinha medo do amor que por você sentia, medo da proporcionalidade que tomou, pelas coisas absurdas que faria se me pedisse. O amor que senti foi mais intenso do que posso admitir, foi a coisa mais viva que senti dentro de mim, o que manteve sã por todo esse tempo, foi o que me fez criar coragem de voltar para cá sem saber o que havia acontecido na sua vida, foi meio que chocante devo admitir, saber que estava noivo e sendo chefe de uma Máfia que nunca quis. Viver essa luta do lado contrário ao seu, odiá-lo por ter ficado contra mim na busca incessante pelo meu pai, só me mostrou o quanto preferia estar ao seu lado, a querer você na minha vida, e eu sei, não é justo já que quem foi embora foi eu, que nos magoou foi culpa minha. Mas eu estarei aqui, por um tempo, vai saber onde me achar. - ela forçou um sorriso e segurou minha mão.

- Malia eu quero você na minha vida mais que tudo… - fomos interrompidos com uma ligação da Katy para Malia.

Ela atendeu e foi para longe. Eu só queria fazer ela entender que quero passar o resto da minha vida ao lado dela, que a verdade da nossa história foi qua nunca foi nossa culpa, as brigas, a separação e as adversidades. Mas que o momento não era para ser, que enquanto não evoluíssemos não daria certo, não poderíamos decidir ou se quer saber se realmente amávamos um ao outro, pois, o que afinal era o amor?

- Matt… - ela chorava e eu a encarei. - Eu preciso ir, podemos terminar essa conversa outra hora? - ela estava quase entrando em casa, quando segurei seu braço.

- O que houve Malia? E pra onde vai?

- Preciso ir para o hospital. - admito que estava assustado com a reação dela.

- Levo você, meu carro já está aqui - ela apenas assentiu.

Fomos até meu carro e Malia chorava ainda em silêncio, não dizia nada, apenas mandava mensagens desesperadamente sem parar para Katy. Eu a conhecia, e para ela estar daquele jeito alguém que amava tinha se machucado, ou algo parecido.

Estacionei em frente ao hospital e ela quase pulou para fora do carro, fomos até a recepcionista e ela deu o nome do Jackson, o que me preocupou ainda mais. Ela correu até a Katy, quando a viu, chorava mais que a Malia.

- Katy. - disse Malia quase num grito e elas se abraçaram, Katy chorava desesperadamente. - Cadê ele?

- Os médicos levaram ele para cirurgia, não me deixaram entrar. - disse entre soluços. - Malia tinha sangue por todos os lados, eles surgiram do nada, Jackson acelerou, tentou nos tirar de lá… - ela parecia bastante confusa.

Malia foi falar com um médico quando chamaram por um familiar do Jackson, eles sumiram da minha vista. Katy chorava entre soluços ainda, queria entender o que estava acontecendo, ela pulou do sofá quando viu Malia voltar.

- Ele vai ficar bem, perdeu bastante sangue e irá se recuperar. - ela abraçou Katy. - pode ir ver ele se quiser. - sorriu e Katy foi quase que correndo, Malia saiu e já estava no estacionamento do hospital, a alcancei segurando seu braço.

- Onde vai? - ela tinha um olhar que fervia raiva, sua respiração era controlada.

- Vou atrás de quem fez isso. - ela puxou o braço e eu corri para sua frente. - Matthew sai da minha frente.

- Você não está pensando Malia.

- ELE É MEU IRMÃO. - ela gritou e secou as lágrimas.

- Eu sei, mas tanto eu como você sabemos que não pode ir assim, pensa melhor Malia. Jackson vai ficar bem, espera, se ir lá assim, vai morrer. Eu não suportaria te perder dessa forma. - ela me encarou e me puxou para um beijo. Era ofegante, quente e cheio de desejo. A afastei devagar, não sabia se estava me beijando pelo calor do momento. - vem, te levo para casa, seu irmão vai precisar de roupas e a Katy também. - ela apenas assentiu.

Entramos no carro e fomos o caminho em silêncio. Era bom estar com ela ali ao meu lado, mesmo que chorando baixo para que eu não escutasse, mesmo que fosse um momento r**m.

Assim que chegamos, subi com ela para ajudar a arrumar as coisas e pediu que um dos seguranças levassem e que já ficasse no hospital para cuidar do Jackson. Estava sentado na beirada da cama dela enquanto ela tomava banho, não sabia o que fazia lá ainda, só queria saber como ajudar.

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