3 Acordo

1016 Words
Toda a situação havia sido armada por Ricardo, o tio de Bruno, aparentemente como ele acabara de ouvir do seu amigo Diogo sobre essa possibilidade. Bruno não sabia o que fazer diante da sensação de ameaça. — Tio... Então era isso? Desde o começo o senhor queria fazer isso, não era? Me deixar m*l, tirar de mim o que por direito é meu! Não basta me ver sem nada, ainda tem que me humilhar... — Isso já estava fadado a acontecer, com ou sem minha intervenção... Bruno, eu não sou o homem mau que você idealiza que eu seja. Não, eu não tirei nenhuma foto, nem fiz filmagem alguma. Eu só queria te mostrar como é fácil tirar de você o foco. Eu não faço questão de sua herança, já tenho muito dinheiro. No entanto, pretendo cumprir à risca o último desejo de meu irmão, e vou supervisionar você, vou estar de olho em você, mas... Isso à distância. — À distância? Mas como assim à distância? O que você quer dizer com isso? Perguntou Bruno. — Meu caro sobrinho, você sempre foi um mimado, teve tudo fácil, nunca soube o que é ralar para conseguir tudo como seu pai e eu... Acho que esta será sua chance de rever seus valores, de lutar para ter o padrão de vida que tanto gosta. Um ano... Você tem um ano para remodelar sua vida e seus valores. Então, já estou com as passagens compradas para o Canadá, deixarei você livre para fazer por conta própria as coisas acontecerem. E daqui a um ano estarei de volta, para cumprir o desejo de seu pai, do meu irmão. E você me conhece bem... Sabe que não terei dó de executar o que ele me pediu, então... Trabalhe duro, foque em seus objetivos. Daqui a um ano... Estarei de volta. Ricardo entrou em um carro, acenou para Bruno e se despediu, seguindo para o aeroporto. — Caramba! Que saco! Que prepotente! Acha que me conhece? Acha que sou tão previsível assim? Está bem enganado! Bem enganado mesmo! Exclamou Bruno. Nesse momento, longe dali, Eliza arrumava suas malas... Eliza era uma mulher muito bonita: 27 anos, morena, cabelos cacheados, 1,74m, olhos verdes e corpo escultural. Era uma moça bem humilde que morava em uma cidade pequena, com sua mãe e seu irmão, em uma casinha simples. — Filha... Tem certeza disso? Não estamos passando necessidade, não está falando nada, meu bem... Por que tem de sair de casa? Perguntou Carolina, a mãe de Eliza. — Mãe, Nicolas vai ficar com a senhora, ele vai cuidar muito bem de você. Temos passado cada dia mais aperto, afinal, Nicolas logo vai estudar na faculdade, os seus remédios não podem faltar. E sim, estamos passando apertos financeiros sim, mãe. A casa está com as prestações atrasadas, e eu vou em busca de algo melhor, de um trabalho melhor na cidade grande, afinal foi para isso que tanto estudei, para lhe dar uma vida melhor e retribuir um pouco de tudo que fez por mim a vida inteira... — Filha, você sempre foi uma moça tão responsável, séria... E de bom coração. Tenho medo que se aproveitem de você, longe de mim, sei lá... — Se aproveitar de mim? Mãe... Não se preocupe, eu sei me virar, sei me virar muito bem... No dia seguinte, Eliza se despediu de sua mãe e de seu irmão. O táxi chegou na porta de casa, ela se despediu de todos, abraçou sua mãe... — Nicolas... Cuide bem da mamãe, não deixe ela esquecer de tomar o remédio dela, de se alimentar na hora. Eu vou ficar vindo de vez em quando, sempre que puder, viu... — Tá bem, se cuida, viu... Disse Nicolas. — E você, dona Carolina, não fica triste. Além de vir sempre que der, eu vou ligar para você todos os dias. Se cuida... Eu vou indo, o táxi está me esperando. — Minha filha... Se cuida... Eliza entrou no táxi, rumo à rodoviária, onde pegaria o ônibus que a levaria até a capital, para a casa de sua prima, Cristina. Cristina trabalhava justamente na empresa do pai de Bruno e havia conseguido uma vaga para Eliza como secretária. Mas não secretária qualquer, a vaga era para secretária do novo presidente da empresa, no caso, Bruno Depois de 2 horas de viagem de ônibus, Eliza desce na rodoviária da capital. Cristina, sua prima, já a esperava na área de embarque. — Eliza! Que bom te ver, prima! Você realmente veio! Olha, vai dar tudo certo. Eu falei com a pessoa que vai fazer sua entrevista, ele gostou muito do seu currículo, dos seus cursos... Vai dar certo. A entrevista é amanhã, ele quer falar com você, te conhecer... — Cristina, obrigada, prima. Você não sabe como estou grata por me ajudar com isso... — Que isso, prima, vai dar tudo certo, só que... Tem uma coisa que vou logo te antecipar... Cristina vai conversando com Eliza sobre o trabalho. No caminho para casa, as duas pegam um táxi. A casa de Cristina não ficava muito longe dali. — Então, Eliza, esta é minha casa. É pequena, mas pode ficar à vontade. Fique morando o tempo que precisar, logo você começará a ganhar bem. E vai se mudar para um apartamento maior, ou até comprar uma casa e trazer a tia e o Nicolas... — Cristina! Sua casa é linda! Eu pretendo sim fazer isso, mas para tanto levará tempo até juntar a grana... Mas nossa! Me preocupo com o que você falou... Quer dizer que vou ser secretária do tal Bruno, que é mulherengo? — Mulherengo é pouco! Ele dá em cima de todas as mulheres bonitas que vê na frente dele. Por isso estou avisando logo você para ficar preparada, linda como você é! Ele com certeza vai dar em cima de você... Disse Cristina. — Eu sei lidar com esse tipo de coisa, não se preocupe. Eu preciso muito desse trabalho e farei de tudo para ficar com a vaga. Saberei ser profissional... Aliás! Tenho uma ideia! Disse Eliza, deixando sua prima curiosa.
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