- Ei malia, acorde. - Sinto uma mão deslizar pelas minhas costas nuas e eu abro os olhos lentamente.
Eduardo tem seus cabelos despenteados e uma cara de quem acabou de acordar, sem camisa, ele se senta na beira da cama e coça o peito nu bocejando.
Tento me lembrar do que aconteceu ontem quando nos bebemos e por sorte eu não esqueci de nada. Tenho esse problema com bebida, eu sou fraca e se bebo além da conta faço coisas para nunca mais lembrar.
Ainda bem que esse não foi o caso, depois de chegarmos ao avião ontem, eu fiquei tão admirada por seu jatinho particular que Eduardo me chamou para tomar champagne, divertido.
Eu aceitei beber um pouco para comemorar antes e eu ir dormir. Mas nos empolgamos, ele contou histórias divertidas de sua falecida irmã e quando o cansaço nos pegou, apenas viemos para o quarto juntos e deitamos na cama.
Mas para explicar o fato de eu estar nua, ou melhor dizendo, somente de calcinha e só com metade do corpo coberto, deve ser pelo fato de eu ter bebido o suficiente para ficar alegrinha e no meio da noite não suportando ficar com o vestido de noiva, eu apenas o arranquei.
- Eduardo...- tento falar ao me sentar na cama imediatamente e me cobrir por inteiro.
- O copiloto veio avisar que o avião pousa em uma hora, acho que dormimos bastante. - Ele diz ainda virado para a porta tentando ajeitar seu cabelo desgrenhado de todo jeito com as mãos. - Podemos tomar café da manhã ou almoço, dependendo que horas são. - Ele fala se levantando e antes de se virar para mim eu grito.
- Não vira! - falo morta de vergonha, provavelmente ele já viu tudo. - P-pega a minha mala por favor, sem me olhar.
Ele não me olha, mas sinto seu corpo tentado.
- Você está sem roupa? - ele pergunta com uma voz baixa e calma.
- E-eu...- tento dizer, mas apenas sou interrompida por sua risada.
- Eu não vi nada, relaxa. - Ele diz e vai até o canto do quarto onde tem duas malas nossas e pega a minha. - Aqui se troca, vou lá ver o que tem de café da manhã, me deu uma vontade de comer um mané pelado. - Ele fala fazendo piada com o bolo de mandioca, carinhosamente chamado de mané pelado nas regiões centro oeste do país.
Respiro fundo quando ele fecha a porta e se afasta com sua risada um pouco alta demais pra minha vergonha.
Vejo que o quarto é uma mini suíte e possui um banheiro, pego uma roupa, toalha e lingerie e vou para o banheiro tomar um banho.
Depois da ducha visto o vestido leve que eu peguei, seco os meus cabelos e respiro fundo antes de sair do quarto.
- Estamos no meio da tarde, vamos almoçar e deixar pra jantar a noite já na casa. - Ele diz e eu apenas aceno envergonhada. - não precisa ficar com vergonha, somos casados agora Malia.
- Não é esse tipo de casamento, ou é? - pergunto o olhando nos olhos curiosa e preocupada, mas ele apenas me dá um sorriso de canto.
- Eu lhe disse isso no dia que aceitou ser a minha esposa, eu só vou te tocar se você quiser malia, e caso surja clima para isso. Você é linda, só um i****a por não se interessar. - Ele começa a falar sorrindo e no fim completa totalmente sério. - Eu vou te respeitar, não se preocupe. Eu nunca a forçaria a nada.
Olho em seus olhos e vejo que ele está falando sério. Fico envergonhada com seu elogio, mas eu também penso o mesmo dele. Eduardo é alto, bonito, inteligente e ser rico só conta mais pontos ao seu favor.
- Isso não daria certo, vamos ficar juntos somente por três anos. - Falo pensativa.
- Não fique pesando muito nisso. - Eduardo diz simplesmente vira a página do jornal que só agora reparei que lê e pela capa, é de ontem. - Se acontecesse e desse certo, pense que já estaremos casados de qualquer forma, mas isso não é conversa para agora. - Ele diz e nessa hora a aeromoça chega com o nosso almoço.
nós comemos e não demora muito para que a voz do piloto soe para que apertássemos o cinto. O pouso é leve e tranquilo e pela janela do avião vejo que faz bastante sol lá fora.
Eu pego uma bolsa e coloco tudo alguns pertences dentro, já que Eduardo diz que nossas malas selão levadas para a casa aonde vamos ficar.
Ao sair do avião, Eduardo pega e minha mão e vamos em direção ao carro que nos espera. Vejo que alguém já desce com as nossas bagagens e coloca no porta malas.
- Sr. Lecler, eu sou Adonis. Serei o seu motorista enquanto estiver aqui e agora irei leva-los a mansão. - O homem diz nos abrindo a porta para que entrássemos.
Eduardo cumprimenta e agradece Adonis e em seguida já estamos dentro do carro. Estamos bem perto do mar, pois mesmo apesar de não o ver, posso ouvir as ondas e sinto o frescor em meu rosto.
Curiosa, pego meu celular e pesquiso por Santorini. Mas assim que a pesquisa carrega fico surpresa por saber que estamos no meio do mar egeu, na Grécia.
- Estamos mesmo na Grécia? - pergunto baixo para Eduardo que também mexia em seu celular, mas ele apenas olha para mim e sorri.
- Sim, especificamente em uma ilha. Vamos ficar na costa, a casa é bem bonita e fica próxima a fira, capital aqui de Santorini. - Ele diz me explicando e eu sorrio.
- Que máximo. - Falo e volto para meu celular para olhar as várias fotos magnificas da ilha.
Me perco no tempo e só percebo que chegamos quando o carro para e a porta ao meu lado se abre.
- Quer ficar no carro e admirar Santorini pelo celular ou vir aqui fora e ver tudo pessoalmente. - Eduardo fala divertido do meu lado, já que foi ele que abriu a porta para mim.
Sorrio animada e pego em sua mão estendida e saio do carro. Admiro a vista, é fim de tarde e o sol está começando a se por. O céu ficando alaranjado em contraste com o branco e azul das casas ao redor, é espetacular.
- Vem, você vai gostar da vista da piscina. - ele diz me puxando pela mão.
Vamos em direção a casa, mas em vez de entrarmos, vamos por uma escada lateral, e assim que subimos um pouco, chegamos em uma enorme piscina que parece beirar na ponta da casa, é uma varanda enorme com alguns guarda sois e cadeiras de banho.
A luz do sol bate na piscina refletindo de uma maneira belíssima.
- Com licença senhor e senhora lecler. - Um homem vestido todo de preto e com um terno igual aqueles que lembra um pinguim se aproxima. - Meu nome é Alfredo, irei trabalhar e auxilia-los em sua estadia aqui.
- Malia, Alfredo vai ser seu mordomo e vai te acompanhar enquanto eu não estiver aqui. - Eduardo fala e eu olho para o homem de cabelo branco e não me seguro, começando a rir.
- Desculpe, é que o senhor é igualzinho ao Alfred, mordomo do Batman. Mas acho que é falta de educação dizer isso. - Falo e me desculpo, mas é idêntico, até o nome. É parecido.
- Não se preocupe, foi por causa disso que escolhi essa profissão, sou fã dos quadrinhos desde adolescente. - Alfred diz e eu sorrio. - Pedi para que deixassem suas malas no quarto principal, querem que eu providencie o jantar?
- Mais tarde Alfredo, acabamos de comer. Daqui algumas horas você pode pedir algo. - Eduardo fala e depois de concordar o homem os deixa sozinhos.
Pega de surpresa, Eduardo rodeia os braços por minha cintura e me virar em direção a vista do pôr do sol, me abraçando por trás.
- Aqui é um bom lugar, tenho certeza que você vai adorar. - Ele diz baixo e eu apenas maneio a cabeça. - Eu vou me locomover de helicóptero pela ilha e também pode acontecer de eu precisar ir a Atenas, então o carro vai ficar ao seu dispor. Vá até fira, faça compras e se divirta, vou te levar para jantar em alguns restaurantes quando eu chegar e eu pedi para abrir uma conta bancaria em seu nome no nosso banco...
- Mas Eduardo... - tento falar que isso não é necessário e além do mais, ele disse "nosso", isso é loucura.
- Shii, não diga nada. - Ele fala e me balança em seus braços como uma criança. - Eu já lhe disse malia, agora é minha esposa, tem que ter uma conta bancaria a altura do seu nome. - Antes de eu sair amanhã, vou te dar seu cartão, assim você faz compras, escolhe alguns presentes pra sua família e para Sofia.
- Ainda estou surpresa com tudo isso. Casamento, eu digo. - Falo baixo e o sinto me apertar um pouco.
- Você vai se acostumar bem rápido, quando voltarmos para casa, sua vida vai mudar mais um pouco, mas sei que você dá conta. - Ele diz e apenas rezo para que isso seja verdade.
Que deus te ouça.