capítulo 11

1511 Words
- Me beijar? – pergunto com os olhos arregalados de surpresa com sua pergunta repentina. - Sim, provavelmente seus irmãos verá e seria muito estranho se não vissem ao menos um beijo, ainda mais logo depois do jantar que eu falei que queria me casar com você. – Ele diz e concordo. - Você tem razão, eu só fiquei surpresa... é... você vem ou eu vou? – pergunto o fazendo rir. - Se acalma. - Ele diz colocando sua mão em meu rosto, me trazendo um pouco para perto de si. Vejo ele olhar para a minha boca e depois para os meus olhos, nos encaramos por um momento, até que lentamente ele se aproxima e com delicadeza toca seus lábios nos meus. Ele é carinhoso quando começa a me beijar, é um beijo gostoso e calmo. Continuamos ali até que paramos para respirar. - Você está bem? – ele me pergunta, talvez para confirmar se não me sinto desconfortável. Longe disso. - Estou. – Digo baixo e ele sorri. - Melhor entrarmos então. – Ele fala e olho para fora, onde já não tem mais ninguém. Saímos do carro e eu pego Sófia no colo, que veio dormindo o caminho todo. Entro em casa e vejo meus irmãos conversando na mesa da varanda com meus pais. - Oi irmãzinha. – Breno diz com uma cara de quem sabia exatamente o que estávamos fazendo. - Eu e seu pai já vamos deitar, estamos ficando velho, então dormimos cedo. – Minha mãe diz e os meninos riem. - Aham, acreditamos. Vão namorar, igual Malia. – Breno diz e minha mãe olha para ele brava. - Eu sei que você não pensa que a cegonha te trouxe, então fica quieto. – Minha mãe fala e puxa meu pai para o quarto. - Você é nojento Breno, prefiro pensar que eles foram dormir. – Falo fazendo careta e ele ri. - Me desculpe puritana. – Ele diz cruzando as pernas e fazendo bico. Acontece de as vezes ele desmunhecar. Já entendemos a anos que Breno é gay, ele não precisou assumir e nem precisamos questionar. Apenas sabemos que ele gosta de homem, ele sabe que sabemos e ficamos por isso mesmo, nunca falamos disso como se fosse algo a conversar. Tratamos com naturalidade. Não precisamos explicar sobre como o mundo vai ver ele, por que mais que ninguém Breno é o que mais sabe disso. Nossos pais nos orientaram bem sexualmente, não nos ensinaram a t*****r logicamente, mas sobre a importância da c*******a entre outras coisas. Nunca falaram meninas fazem isso e meninos aquilo e sei que fizeram isso por causa de Breno. Ele não é muito afeminado, mas acontece as vezes de ele dar uma de donzela. Não é intencional, é apenas parte dele e na minha opinião isso não diminui a beleza do meu irmão. O deixa mais engraçado quando ele faz isso entre uma piada e outra. - Não vou te dizer nada, vou dar um banho em Sófia e vou deitar também. – Falo e me viro para Eduardo. – Você vem? - Pode ir, vou ficar aqui fora um pouco com seus irmãos. E ver como estão as coisas em casa. – Eduardo fala e eu concordo. Vou com Sófia para o quarto e a sento na cama. - Vamos tomar um banho amor? Mamãe toma uma ducha com você. – Falo tirando seu vestidinho. Tiro toda a roupa dela e a fralda, assim que ela está pelada, pegou uma roupa confortável para ela dormir e o meu pijama. Pego Sófia no colo e vou com ela para o banheiro levando nossas roupas e seu potinho de sabonete. Tiro minha roupa assim que estou no banheiro e entro no chuveiro com ela, toda manhosa e risonha. - Tomar um banho para dormir gostoso. – Falo dando um cheiro nela. Amo o cheiro de sabonete de bebê. Como tomei banho mais cedo, apenas deixo que a água caia em meu corpo e me relaxe. Fico um pouco com Sófia ali embaixo e como eu não a deixei molhar os cabelos, saio com ela antes que se empolgue com a água. Enrolo nos duas na toalha e abaixo a tampa da privada para que ela fique sentadinha enquanto me troco. Coloco minha calcinha e o pijama. É um pijama simples de short e uma blusa de alcinha. Para Sófia peguei um pijama rosa, de calça e uma blusa com uma coala muito fofinha e de lacinho. Eu a troco, arrumo o banheiro e saio dele com ela no colo. A deito na cama e fico ali brincando com ela, até que vejo ela bocejar. Aproveito que seu sono voltou e apago a luz me arrumando na cama com ela. Eu a deito em meu braço e ela se aconchega em mim. Isso mexe um pouco comigo e quando vejo minhas lagrimas já estão caindo. Como eu vou deixar minha pequena de volta na casa de Henrique depois desse final de semana? - Malia, você está bem? – Eduardo pergunta ao entrar no quarto escuro. - Estou sim. – O respondo. - Vou tomar um banho rápido e já venho me deitar. – Ele diz e eu concordo, só aí eu me pego pensando que iremos dormir na mesma cama. Seria estranho ele dormir no quarto de hospedes. Confio que ele não tentara nada e Sófia dormira entre a gente, mas ainda sim é estranho. Fico ali deitada com Sófia que já dorme e não demora muito para Eduardo saia do banheiro com uma calça de pijama e sem camisa. - Por que estava chorando? – ele pergunta depois de apagar a luz do banheiro e se deitar na cama. - Não sei como vou conseguir entregar ela para o Henrique depois. – Falo. - Eu sei, vai ser difícil. Mas prometo que assim que nos casarmos você vai ter ela em casa. Vou tentar fazer tudo o mais rápido o possível. – Ele diz baixo, estamos quase sussurrando para não acordar Sófia. - Podemos nos casar amanhã então? – pergunto e ouço sua risada baixo. - Vamos com calma ou seu pai me mata. - Ele fala e sei que ainda está sorrindo. – Você vai ficar ocupada com os preparativos do casamento, escolhendo a casa e arrumando tudo para a chegada da Sófia. Quando ver, já estaremos casados. O tempo vai passar rápido. - Você quer um casamento grande? – pergunto um pouco com medo. - Eu sou uma pessoa muito visada, tendo o casamento grande ou não vai ter uma grande repercussão. O problema é que muitas pessoas ficariam, como eu posso dizer? Acho que fariam uma cena por não ter sido convidadas. O motivo de eu me casar é para evitar muito dramas, haverá alguns por causa do casamento, mas quanto mais evitar é melhor. A não ser que você prefira algo mais simples e íntimo, só a família e amigos próximos. - Não, tudo bem. Podemos fazer do jeito que você quer, só não sei como vou fazer para casar com todos me olhando. – Falo pensando na possibilidade. - Não precisa se importar com ninguém, só comigo te esperando no altar. – Ele fala e eu sorrio. - Você está estranhamente sendo fofo. – Digo com um sorriso. – Quando voltarmos vou precisar arrumar um emprego. - Emprego? - Sim, eu tenho que pagar o aluguel e as contas até o casamento. são dois meses até lá. - Só foque no casamento, eu tenho um apartamento no centro e você pode ficar lá até escolhermos a casa. Mas estou pensando em comprar uma no mesmo condomínio em que eu moro, é pacífico e eu cresci ali com a minha irmã. É um ótimo lugar para Sófia. - Tudo bem, eu não me importo de onde vamos ficar. Mas tem certeza sobre seu apartamento? – pergunto, seria ótimo não ter que me preocupar com o aluguel. Ainda mais agora que eu não tenho nenhum emprego. - Sim, eu morava lá antes da minha irmã morrer. Como eu fiquei com a guarda da minha sobrinha, acabei voltando para casa com ela, não levo muito jeito com criança. - Eu não acho, Sófia gostou de você. – Falo olhando para ele, mesmo no escuro. - Sófia é uma princesa, ela é quieta. Amanda desde pequena é terrível, fogosa e não parava quieta. Estava sempre quebrando algo ou aprontando alguma coisa. – Ele fala, mas pelo seu tom de voz parece boas lembranças. – Ela é igualzinha à minha irmã. - Sente falta da sua irmã, não é mesmo? – pergunto baixo. - Sim, ela era quem trazia alegria para casa. Mesmo depois que ela sossegou e casou, ainda era a causadora de risadas lá em casa. – Ele diz saudoso. - Eu não sei qual a sensação de perder um irmão e espero sinceramente nunca saber. - é uma dor que nunca vai embora, espero também que isso não aconteça com você. – Ele diz e ficamos um tempo em silencio. – Boa noite Malia. - Boa noite Eduardo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD