Capítulo 2

1086 Words
Olho para o vestido em meu corpo e depois para a rua, que se passa pela janela da limusine que foi me buscar. Isso é uma loucura, mas a curiosidade me consumiu e antes mesmo que eu pudesse pensar claramente eu já estava com a roupa mandada para mim, esperando o "carro" que me buscaria. E assim que ele para em frente à enorme mansão, me sinto tensa ao descer do carro. Pego o convite que me foi enviado junto a roupa e caminho em direção a porta. Entrego meu convite ao homem que está na porta e ele sorri para mim - Seja bem-vinda srta. Malia. - Ele diz apontando para dentro. Eu sorrio e entro na grande casa. Pilares enfeitam a entrada assim como um grande lustre e os convidados que entram m*l olha para os lados, apenas continuam caminhando como se fosse apenas uma sala comum. Provavelmente eles estão acostumados. Cresci em uma casa boa, mas não com tanto luxo. - Srta. Malia? - ouço uma voz feminina e me viro dando de cara com uma mulher. - Que bom que veio, fui ordenada para que levasse a senhorita ao escritório assim que chegasse. - Ela diz me apontando um caminho diferente do que os convidados estão tomando. Eu a acompanho sem dizer nenhuma palavra. Andamos por corredores e mais corredores até pararmos em uma grande porta de madeira. - Entre por favor. - Ela diz e volta por onde viemos. Fico em dúvida se é para entrar direto ou bater, mas escolho pela segunda opção. Dou três batidas na porta antes de girar a maçaneta e abri-la. Ao entrar, o escritório me surpreende. É como se fosse uma minibiblioteca, com uma grande mesa ao fim, perto das janelas. E sentado nessa mesa está o senhor Lecler. Ele tem seus olhos em mim assim que entro e diferente de antes, dessa vez percebo o quão bonito ele é. Talvez eu não tenha percebido por causa do nervosismo, mas meu ele mudou, pelo menos o motivo de tê-lo. Olho para aquele homem se levantando e caminhando até mim, com metade dos botões de sua blusa social aberta e um copo de whisky na mão. A cada momento que ele se aproxima, mas eu preciso levantar meu olhar. E quando ele está próximo o suficiente, com seu peito parcialmente exposto em minha frente, percebo o quão alto ele é comparado a mim. - Você veio, achei que não viria. - Ele diz colocando o seu copo em uma pequena mesa perto da porta. Bem próxima. Olho para ele novamente e sinto minha garganta secar. - Eu não havia entendido direito o que o senhor falou, pensei muito sobre isso mas não consegui chegar em uma resposta. - Digo. - Eu também fiquei muito curiosa para tentar entender. Ele sorri para mim e virar de costas se sentando em um dos sofás disponíveis ali. - Fecha a porta e sente Malia. - Ele diz e eu hesito. - Vou te explicar tudo. Rendida pela curiosidade, fecho a porta atrás de mim e no mesmo momento o pouco som que chegava até ali cessa imediatamente. - Eu odeio essas festas. - Ele diz, explicando o isolamento de som. Eu apenas concordo com a cabeça e me sento em uma das poltronas próximas a ele. Fico em silêncio esperando que ele fale algo ou comece, mas por um tempo ele apenas me encara, até que sorri. - Ok Malia, vou ser bem direto. - Ele fala se curvando em minha direção. - Quero que se case comigo. Não tenho reação alguma, já fiquei surpresa o suficiente quando ele disse que o cargo era para ser sua esposa. - Eu sabia que não era como as outras. - Ele diz rindo do meu silêncio. - Eu te vi há algumas semanas. - Ele fala. - Aonde? - eu pergunto curiosa, mesmo não sendo o que eu deveria perguntar. - Há alguns dias eu vi você em frente à loja Levouir. - Ele diz e eu fecho meus olhos sabendo exatamente o que ele viu. - Eu estava por perto e vi você discutindo com uma mulher, vi que você não abaixou a cabeça para ela, mesmo ela mostrando ter mais dinheiro e poder, você continuou firme mesmo quando não tinha nada a se fazer. - Ele fala. Era meu primeiro dia naquela loja e a mulher queria trocar a roupa depois de ter usado é manchado a peça. Pelo que eu me lembro, ela não gostou quando eu disse que a culpa era dela por ter perdido a peça e que não poderia devolver. Por causa disso e do escândalo que ela fez, aquele foi meu primeiro e último dia na loja. Não que eu fosse ganhar muito, mas para mim era um começo. - O que eu quero dizer é que eu preciso de alguém como você. Que não abaixa a cabeça para ninguém. - Ele diz soando simples. - Quero que se case comigo e seja a Sra. Lecler que ninguém esperaria, se eu vou ter que me casar, que eu faça isso do meu jeito. - Sorrindo-o se encosta no sofá. - Malia, eu preciso de uma pessoa que não vai estar casada comigo por interesse e fingindo me amar só porque quer algo de mim. - Ele diz. - Prefiro contratar alguém para ser minha esposa, alguém que eu possa confiar, assim posso continuar tendo o controle da minha vida. Respiro fundo, já sabendo da minha resposta para ele, penso em como dize-la. - O senhor disse que já sabia tudo sobre mim antes mesmo de eu entrar em seu escritório. - Digo e ele concorda. - Eu não sei o que pensar disso ainda, mas isso quer dizer que o senhor sabe que eu preciso de dinheiro e não importa o quanto me ofereça, eu quero trabalhar não me vender como esposa. - Falo esperando não ter sido grossa. Ele não diz nada, apenas continua me olhando com seus olhos verdes que parece me penetrar. - Acho melhor eu ir embora. - Digo. - Obrigada pela proposta sr. Lecler, me sinto honrada e desculpe por não a aceitar. Me levanto do sofá e caminho lentamente até a porta. - Malia. - Ele me chama. Eu paro, mas não me viro para olha-lo.- Eu não estou oferecendo apenas dinheiro a você. - O que quer dizer? - pergunto. - Estou lhe oferecendo a oportunidade de ter sua filha de volta, de uma vez por todas.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD