A BONECA
Agnes era uma menina tão linda, que todos ao seu redor diziam que parecia uma boneca. E ela teria a vida perfeita, se não fosse órfã e morasse naquele esquecido orfanato municipal, desde que nascera, pois fora deixada lá por uma mãe irresponsável, que foi embora do país e nunca mais voltou.
Um dia, chegou ao orfanato um sorridente senhor de meia-idade, que se apresentou como um médico viúvo e que estava querendo adotar uma menina. A responsável pelas garotas trouxe Agnes e mais duas para que ele escolhesse. O médico, ao examinar as três, adotou Agnes de imediato.
A menina então correu, fez suas malas o mais rápido possível e saiu radiante do orfanato, toda contente por seu novo lar, rumo à sua nova vida de filha adotiva. Só que ao olhar para trás e ver a assistente social com um maço de dinheiros na mão, ela percebeu que não tinha sido adotada e sim comprada.
Assim que chegou e entrou na assustadora residência, Agnes logo percebeu que o médico era cirurgião. Mas não teve tempo de falar ou fazer nada, pois o mesmo lhe aplicou uma injeção para que a menina apagasse. Depois a levou para uma macabra sala de cirurgia e amputou-lhe os braços, as pernas, retirou as cordas vocais, arrumou-a com todas as delicadezas possíveis, transformando-a numa boneca de verdade.
Após essa macabra cirurgia, Agnes foi cega e teve sua audição comprometida, para que não enxergasse ou ouvisse nada do que se passava ao redor, se transformando no brinquedo perfeito. E tempo depois, a menina foi vendida para uma família rica, cujos sorrisos fingidos não se incomodavam com as lágrimas de seu novo brinquedo.
Agora Agnes passa dias sentada na sala de uma enorme mansão, sendo cuidada pela filha e pela babá da família, como se fosse uma boneca de verdade. Seus dias só não são mais macabros, porque todos os sábados de madrugada, a televisão estranhamente liga sozinha, no Circo Psicótico, onde o Palhaço Taquicardia começa a contar suas histórias assustadoras, de fazer até quem não tem cordas vocais, gritar de medo. E era a única coisa que valia a pena, dentro daquela mansão de horrores.
PRESENTE NATALINO
Alemanha, dezembro de 1944. Era noite de natal na Segunda Guerra e o inverno estava bastante rigoroso. De um lado da trincheira os alemães e do outro os ingleses. Uma forte tempestade de neve tomara conta da situação e logo se acalmara. Mas não ao ponto de ter coberto tudo ao redor, com seu manto banco e frio.
Armas em punho, alvos na mira, todos estavam com fome e frio, mas ninguém queria morrer. Ambos os lados estavam esperando apenas por uma falha, para atacarem e se matarem sem pena.
De repente, um dos soldados ingleses começa a cantar a música “noite feliz” em alemão. Os alemães, ao escutar os ingleses cantando, baixam a guarda e começam a cantar a música também. Mas enquanto os alemães se abraçavam desejando feliz natal entre eles, os mesmos não perceberam que aquilo se tratava apenas uma estratégia dos ingleses, para saberem onde os alemães estavam, em meio a tanta neve.
Dada a ordem, os ingleses começaram a atirar. Um a um, os alemães vão caindo, sendo alvejados no peito e na cabeça, manchando de vermelho, o véu branco natural, criado por aquela tempestade natalina. A morte assistia tudo com seu riso frenético, pulando e cantando a música “Hells bells”.
OS DEVORADORES
Denver e seus amigos vinham de carro por uma estrada de barro dessas do interior. Eles estavam animados, com som alto e cantando suas músicas favoritas do Tom DeLonge, quando de repente dois dos amigos avistaram no céu, luzes de vários tamanhos, piscando de forma sequenciada.
Curiosos, os jovens seguiram de carro os sinais até eles ficarem maiores, e se depararam com uma forte luz em cima deles, que fez seus corpos paralisarem da cabeça aos pés, a ponto de perderem os sentidos.
Quando voltaram a si, Denver e seus três amigos estavam em uma sala, em cima do que poderia ser uma mesa, que estava inclinada para a frente, de modo que todos conseguiam enxergar uns aos outros, mesmo com um pouco de dificuldade. Eles não sabiam, mas não estavam mais na Terra e estavam sendo observados por seres de mais ou menos dois metros de altura, pele acinzentada, cabeças grandes, olhos negros e oblíquos.
Os homens acinzentados se aproximaram e colocaram na boca de cada um, um pequeno verme que desceu até seus estômagos e começou a devorar seus órgãos internos. Cada jovem ali presente gritou e se debateu de dor como pode, sendo assistidos sarcasticamente pelos estranhos visitantes.
Ao final, os seres de pele acinzentada, abriram a barriga dos jovens com as mãos e retiraram uma pupa de dentro de cada um, devorando-as com uma enorme gula, como se aquilo fossem uma rara iguaria, descartando na imensidão espacial, carcaças vazias do que um dia foram seres humanos.
O HOMEM DO SACO
O sino da igreja badalava doze vezes, anunciando a meia-noite de sexta-feira em Benjamin Constant. Todos naquela cidade do interior do Amazonas, tratavam de trancar bem as portas, pois o velho do saco iria passar, levando tudo o que fosse vivo e de aparência infantil para dentro de seu saco, e ninguém nunca mais veria aquela pessoa.
Rezadeiras com terços nas mãos, evangélicos com os joelhos no chão e todos, mais uma vez, começam suas orações. Muitas crianças foram levados por ele e nem a sombra delas existia mais. Tudo se tentou fazer para que o homem do saco não visitasse mais a cidade, mas os esforços foram em vão.
Após as doze badaladas, começava a zero hora. No silêncio daquele início de madrugada, passos arrastados ecoam pela praça da igreja. Em questão de segundos, lá está ele: silencioso, cadavérico, encurvado, com um enorme saco nas costas e uma expressão de puro terror em seu olhar. Dentro do saco estão esqueletos e corpos ainda vivos de mendigos, putas, crianças, cobras, lagartos e outros animais peçonhentos.
Ele passa, recolhendo tudo o que tem vida, sempre caminhando em cidades pouco populosas. Mas pelo fato dos moradores de Benjamin Constant terem usado até de força bruta para repelir o homem do saco, uma vez a cada ano ele passa pela cidade recolhendo tudo o que respira em seu caminho. Por isso cuidado ao ouvir passos pesados e arrastados em ruas desertas, após a meia-noite.
Se começar a ouvir, corra: pois o homem do saco pode te levar e você pode acordar no pós vida, sem saber como foi parar lá.
CORAÇÃO CHEIO
Não se sabe se era por causa da religião ou pela “autoridade” que supunha ter como pastora. Mas Marie Wesley Graham, uma mulher de meia-idade bastante influente no meio protestante, tinha o estranho hábito de ver demônios em todos os lugares, além de encontrar armadilhas de satanás por trás de qualquer pessoa que não se comportasse de acordo com suas ideologias.
Um dia, participando de um culto como convidada, Marie viu naquela igreja, vários demônios por trás das pessoas, olhando para ela em um tom ameaçador. Ela também começava a ver a vida mundana e carnal que aquelas pessoas tinham e se sentiu bastante incomodada com aquilo tudo. Tanto que quando foi convidada a pregar, começou a profetizar desgraças e tribulações entre os fiéis.
Do nada, a pastora Marie Graham começou a passar m*l, sentindo sua visão escurecendo e uma enorme falta de ar tomando conta de seu corpo. Os pastores da igreja que ela fora convidada, começaram então a orar incessantemente. A pastora Marie desmaiou e, minutos depois, ficou de pé como se estivesse sonâmbula, começando a quebrar os pescoços de todos os presentes e m*****r seus corpos, com uma força sobrenatural.
Mas antes de espalhar a morte naquele lugar, um dos pastores, com a Bíblia na mão, gritou a plenos pulmões e com toda a sua fé, perguntando o nome do demônio que havia possuído o corpo da pastora Marie Graham. O demônio abriu os olhos da pastora, se aproximou dele, olhou para o pastor, sorriu e disse, antes de atravessas o corpo do pastor com o punho fechado: “eu sou legião, porque somos muitos”.
DÍZIMO DE SANGUE
Charlie era um homem que gostava da farra: andava em bares, casas de shows e até mesmo bordéis. Sua vida era seduzir noite adentro por onde passasse e, se possível, levar para a cama, mulheres de todas as cores e sabores. Isto porque o mesmo colecionava mulheres, tanto quanto colecionava ressacas no dia seguinte.
Um dia, numa festa de casamento onde fora convidado de um amigo, Charlie conheceu Lilith: uma mulher bastante puritana, mas que também não dispensava uma boa diversão. Dançaram a noite toda e ele acabou se apaixonando perdidamente por aquela mulher religiosa que fez o que as outras nunca fizeram: não caiu na sua lábia.
Começaram a sair e, quando percebeu que Charlie estava bastante interessado em sua pessoa, Lilith perguntou se ele a acompanharia, num domingo desses qualquer, ao culto da igreja que ela frequentava. Para convencê-lo ainda mais, Lilith deu uma ajeitada no decote da blusa, fazendo os s***s quase pularem para fora. Charlie, ao se deparar com a atitude de Lilith, disse sim sem nem pensar duas vezes!
No domingo à noite, durante o culto, o pastor grita, perguntando para toda a igreja no microfone, "quem havia trazido o dízimo vermelho, para a remissão dos pecados?". Foi aí que a jovem e mais alguns fiéis levantaram as mãos e a das pessoas que vieram com elas.
Antes que Charlie pudesse dizer alguma coisa, homens de terno preto pegaram todos os acompanhantes dos fiéis pelas mãos, levaram para os fundos da igreja, cortaram-lhes os pescoços para recolherem o sangue em um balde, esquartejaram alguns ainda vivos e suas partes esquartejadas foram queimadas em uma enorme fogueira, enquanto os fiéis que os haviam trazido, banhavam-se e bebiam o sangue daqueles inocentes seduzidos, como parte do “dízimo vermelho”.
A MORTE DO PRESIDENTE
Hynkel veio descendo dos céus, em seu luxuoso e caro helicóptero presidencial. E mesmo o povo discordando de seu governo, o homem de quase meia-idade chegou ao palanque em grande estilo, sedo abraçado por várias modelos até chegar ao microfone, onde começou a vitória de sua reeleição, discursando sobre o plano-mestre que tinha para a população.
O povo não discordava de nenhuma daquelas palavras, pois os fuzis eram apontados sem medo para as cabeças deles, enquanto Hynkel dava seu pomposo discurso. Porém, no meio da multidão, ainda existiam pessoas contratadas pelo governo, para convencer os populares, dizendo que não se pode julgar o governo do povo, para o povo, por causa do comportamento e da vida de luxo do presidente.
Foi quando o povo pobre, miserável, faminto e furioso, invadiu o palanque, mostrando como amava verdadeiramente seu líder. E mesmo com a morte de vários até acabar a munição do exército, conseguiram cercá-lo.
Os homens justos, que tanto a imprensa mentia para o mundo lá fora, munidos de paus e pedras, mataram o presidente Hynkel. Depois o esquartejaram e espalharam seu corpo, pelas praças da cidade, sendo devorados pelos mais famintos, como prova do quanto o povo perecia pela fome.
O RETORNO
Caminhando por uma antiga estrada, o velho Johnson vai relembrando os seus tempos de infância. Ao longe, faltando menos de um quilômetro, já avistava Nova Orleans, a antiga cidade onde nascera. E quando chega, encontra velhos moradores que, não sabe como, ainda continuavam com a mesma aparência de antes, quando ele ainda era um menino.
Johnson entrou ruas, desceu ladeiras e enfim chegou a sua antiga residência. Ela estava lá, intacta. O homem praticamente idoso sente vontade de chorar, pois nada havia mudado e a casa parecia ainda mais colorida e encantadora.
Ele estava bastante nervoso, mas criou coragem e mesmo com as mãos bastante trêmulas, se aproximou da casa e bateu na porta. Uma mulher abriu. Era sua tia-avó, que muitos diziam que iria morrer de velhice, já que a mulher nunca foi um doce de pessoa. Ela o reconheceu e logo o convidou para entrar.
Entraram, conversaram por horas e, quando estava escurecendo, Johnson disse que iria embora. A sua tia-avó deu-lhe um sorriso bastante macabro e disse que ninguém consegue ir embora do inferno, uma vez que a própria pessoa escolheu o destino de vir para ele.
Foi aí que a paisagem mudou para algo terrificante e ao mesmo tempo grotesco. Johnson então percebeu que tinha morrido e julgado, por todos os seus pecados.
GRITOS SILENCIOSOS
Ninguém sabia o que era ser humilhado todos os dias. Ninguém sabia o que era ser reprimido em qualquer atitude que tomava. Ninguém sabia nada, mas naquele momento ele sabia! A cada tiro disparado no peito e nos miolos dos valentões que por anos o torturaram física e psicologicamente, Oliver sabia!
Ninguém sabia o que era ser traído pelas costas! Ninguém sabia o que era sofrer preconceito por morar em um bairro pobre e ser marginalizado. Mas ele sabia! A cada tiro dado no peito e na cabeça da namorada dele, que o trocou por todos os meninos da sala quando o mesmo dava as costas, Barry sabia!
As pessoas se achavam bastante espertas, mas eram muito burras e viviam na imundície desse mundo materialista. Elas nunca se preocuparam em saber se seus atos um dia teriam consequências, mas eles tiveram!
Por isso quando se conheceram, o garoto que sofria bullying e o que era traído o tempo todo pela namorada, entraram armados dentro da escola e promoveram um banho de sangue com pelo menos seis alunos mortos e milhares de feridos.
Após esses momentos de puro terror, Oliver e Barry se mataram na cantina da escola, cada um atirando na própria cabeça. O sangue jorrado contaminou a comida. Mas ela foi servida assim mesmo, dias depois, aos alunos que sobreviveram, pois ainda estavam dentro da validade.
A MULHER E A SERPENTE
Eva era uma mulher da língua solta. Nada podia ouvir que logo o mundo inteiro ficava sabendo. Sua fama de fofoqueira já estava deixando Adam, seu marido, bastante envergonhado com esse mau-comportamento dela, pois ele era apontado o tempo todo na rua como o “marido da fofoqueira”.
Um dia, estava Eva fazendo sua corrida matinal, quando avistou numa praça, uma macieira carregada com belas maçãs. Com fome e seduzida por aqueles lindos e belos frutos, ela foi até lá, pegou uma e começou a comê-la.
Enquanto saboreava o delicioso fruto, uma cascavel desceu da macieira e, ao ver a mulher comendo uma das maçãs, balançou o chocalho e disse com sua voz serpentina, que “o peixe morre pela boca”.
Assustada com o que acabara de ouvir, Eva correu desesperada, batendo de porta em porta, chamando todos os moradores do bairro, para verem a serpente falante. Mas quando os moradores chegaram até a macieira, a cascavel que estava no gramado, apenas balança o chocalho, como sinal de aviso, para que ninguém se aproximasse.
Furiosos e revoltados, todos os presentes pegaram paus e pedras e começaram a linchar Eva, que morrera sendo transformado numa poça amorfa de sangue, ossos, músculos e vísceras, sem dó nem piedade.
Quando o corpo já estava totalmente deformado por causa das agressões, os moradores foram embora. A cascavel rastejou até perto do que um dia fora a mulher e falou para toda aquela multidão cega de ódio, que a tinha avisado “sobre o fato de o peixe morrer pela boca”.
O FANTASMA DA GUERRA
Peter e Mary amavam-se perdidamente e todo esse amor que começou no namoro, estava chegando ao noivado, para então ser finalizado no casamento. Mas por intermédio do destino, o jovem foi alistado para lutar na Segunda Guerra Mundial, pois o país precisava dele. Triste porém angustiada, Mary se despediu de seu amado, com a promessa de que ele voltaria e se casaria com ela.
Os pais da jovem, assim que souberam da partida do namorado da moça e, sabendo que o mesmo não retornaria da guerra pelo fato de que nunca havia pego numa arma, logo trataram de arrumar outro pretendente para Mary e opções não lhe faltaram. Porém, sempre acreditando na volta de Peter, ela se mantinha fiel à promessa que tinha feito ao seu amado.
O tempo foi passando e, por não receber mais nenhuma notícia de seu noivo, depois que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado e os alemães terem sido derrotados, Mary cedeu aos caprichos dos pais e resolveu se casar com um ex-colega de escola por quem tinha uma profunda amizade, mas não nutria nenhum sentimento afetivo: ia se casar apenas para não ficar pra titia.
Só que seu amado Peter havia retornado da Segunda Guerra e, quando soube do casamento de sua amada Mary, correu para a igreja como se não houvesse amanhã. Mas ao chegar lá, o mesmo entrou e gritou em alto e bom tom para que parassem o casamento, pois era ele o verdadeiro noivo. Mas Peter não foi ouvido.
Isto porque durante os anos em que passou lutando na segunda grande guerra, Peter tinha pisado numa mina enterrada e mesmo ali, no meio de todos aqueles conhecidos e desconhecidos, não sabia que estava morto.
OS VERMES
Patrick tivera um pesadelo terrível: milhares de vermes saíam de vários buracos em seu peito, como se seu corpo estivesse cheio deles. Esses vermes comiam sua carne com voracidade e lentidão, até não sobrar nada de seu corpo a não ser ossos.
Bastante nervoso com tudo aquilo, o jovem acordou e sentou na cama, pois estava assustado com tudo aquilo que sonhara naquela noite. Seu corpo inteiro suava sem parar, como se tudo o que tivesse de líquido dentro dele estivesse sendo colocado para fora. Foi quando Patrick resolveu se levantar e ir ao banheiro lavar o rosto, ou tomar um banho.
Lá chegando, o jovem olhou-se no espelho e percebeu que a pele do seu rosto estava com outra cor, além de ver estranhas marcas em seu peito. Quando Patrick mexeu em uma dessas marcas, o dedo dele afundou, a marca se abriu, um monte de vermes saiu de dentro e assim que ganharam a liberdade do corpo, começaram a comer as carnes do lado de fora do jovem, esfomeadamente.
Desesperado, Patrick tentou correr para a porta para pedir ajuda, mas entrou em total desespero, quando passou pelo quarto e viu a si mesmo em cima da cama, em um estado avançado de decomposição. O jovem estava morto há mais de vinte dias dias, dentro da própria casa.
A MÁSCARA DE ARLEQUINA
Luzes, corações fervendo, fantasias, colares em trocas de m*****s, enfim: o Carnaval em Nova Orleans naquele ano de 2019 prometia ser, se não o melhor, o mais épico. Bruce, um turista brasileiro, estava pulando alegremente o Carnaval de Louisiana na Bourbon, aproveitando o seu intercâmbio de todas as maneiras possíveis.
Apesar de ser sul-americano, ele passava despercebido por entre as pessoas, não apenas pelo seu inglês fluente, mas também por ser belo e também por sua fantasia desnuda de Pierrot estar chamando a atenção de todos.
De repente, uma jovem no meio da multidão fez o mundo de Bruxe parar. Ela era tão jovem quanto ele, de corpo perfeito, estava usando uma máscara de Arlequina, combinando perfeitamente com a fantasia que Bruce estava vestindo e olhava para ele, sorrindo de uma maneira bastante sedutora.
Seduzido por aquela bela jovem cheia de colares ali, no meio daquela festa que trazia o mundo inteiro para Nova Orleans, Bruce deu um gole na cerveja que trazia consigo, se aproximou, dançou com ela ao som das bandas de jazz e a seguiu para fora da Bourbon, simplesmente após conseguir ouvir o nome daquele anjo caído, que surgiu no mundo apenas pare ele: Arleen.
Arleen e Bruce foram até um beco escuro e começaram a se beijar ardentemente. Quando estava extremamente louco de excitação, Arleen saca uma pequena e afiadíssima faca, golpeia-o no pescoço, fazendo um corte profundo em sua jugular. E enquanto ele agonizava, ela voltava para a Bourbon, à procura de outro Pierrot.
A MENINA GIGANTE
Pamela caminhava por uma estradinha de terra no interior do Arkansas, o mais apressada que podia, pois queria chegar logo em sua casa e resolvera cortar caminho, para não perder a sua novela favorita. A vida dela era simples e o que mais lhe dava prazer depois das aulas eram as novelas mexicanas que a mesma assistia pela TV a cabo.
Entretanto, ao chegar numa clareira no meio das árvores, um susto: Pamela deu de cara com uma menina de pele pálida e longos cabelos ruivos. A menina não tinha sandálias ou qualquer outro tipo de acessório e trajava apenas um vestido vermelho.
Assustada com aquilo, Pamela tentou dar meia volta correr. Mas seu corpo estava extremamente paralisado de medo, principalmente quando a menina ruiva começou a crescer e ficar muito maior do que um prédio, tal como os gigantes dos contos de fadas e histórias fantásticas do cinema.
De repente, lá de cima, a menina, que agora estava com mais de vinte metros de altura, dá um grito monstruoso, ergue o pé e mata Pamela esmagada, sem dar-lhe a chance de ao menos correr e fugir dela.
Dias depois, quando acharam o corpo morto e sem vida da jovem, disseram pela expressão aterradora de seu rosto, que Pamela morreu assustada com algo que ninguém ali conseguia ver.
CONTAGEM REGRESSIVA
Sophie estava sozinha em seu apartamento depois de anos morando com seus parentes chatos e naquele momento estava feliz com a solidão. Resolveu assistir sua série de TV favorita, e comer pipoca antes de dormir.
Estava tudo calmo e tranquilo, quando de repente Sophie começou a ouvir passos, como se fossem cascos de animal, pesados e lentos, vindo pelas escadas do prédio em que ela morava.
Bateram na porta. Sophie se aproximou e perguntou quem era. Uma voz doce e suave de menina, disse para ela contar de 100 até zero, de olhos fechados.
Quando estava chegando ao número 66, ela abriu os olhos e viu uma menina com olhos negros penetrantes a encarando. Ela começou a gaguejar e, por não completar a contagem, sua alma fora retirada do seu corpo, pelo umbigo, sem piedade.
Quando o corpo de Sophie estava vazio e sem vida, a menina de olhos negros foi até o sofá, se sentou, colocou as pernas pra cima, pegou o balde de pipoca e começou a comer enquanto assistia TV. Nesse momento estava terminando mais uma temporada do Circo Psicótico, mas o Palhaço Taquicardia anunciava ao seu público que iria retornar na próxima, trazendo mais histórias assustadoras e macabras, dessas de encher os olhos.