10ª TEMPORADA

4126 Words
UMA DÍVIDA COM O DIABO Franklin era um rico empresário da indústria atumobilística, estava à beira da morte, mas não queria deixar suas posses para os parentes, pois passara a vida toda, cercado de pessoas ambiciosas que lhe faziam de tudo, apenas por interesse financeiro. Para tentar continuar vivo e escolher como dar um fim melhor para suas posses, resolveu fazer um pacto com o d***o, que mandou pessoalmente que lhe cobrissem de sanguessugas, para recuperar a saúde. Franklin logo obedeceu e melhorou, gozando de plena saúde por quase dez anos. Mas depois de ter gozado bastante de saúde física, Franklin começou a exalar um forte odor que empesteava qualquer ambiente onde chegasse. A loucura também o havia dominado: começou a dizer que o d***o estava enviando cães para caçá-lo. Quando morreu definitivamente, todos de sua família estavam indo embora da mansão, quando descobriram através de uma carta-testamento encontrada dentro da escrivaninha dele, o pacto que ele havia feito. Os familiares buscaram vários meios de desfazer aquele acordo macabro, a fim de colocar as mãos no dinheiro dele. Mas só sossegaram quando desenterraram o corpo dele, cortaram em vários pedaços e queimaram com sal e óleo santo. E após a cremação, todos os presentes sentiram no ar, a leveza de que o pacto fora quebrado. Para comemorar, todos se reuniram em família, compraram pizzas, refrigerantes para os mais jovens; vinhos, cervejas e pratos refinados para os adultos e montaram um cinema na sala. Pois eram quase três horas da manhã e estava começando o Circo Psicótico, trazendo as histórias infernais do Palhaço Taquicardia, para o medo do escuro e a insônia de todos. O PACTO Susan e Gary estavam desesperados para sair daquela crise financeira que os assolava por anos e anos. Já não tinham mais garganta, saliva e joelhos para implorar por uma solução divina. Foi quando um amigo recomendou um feiticeiro poderosíssimo, que poderia resolver a situação financeira deles, definitivamente. Como já estavam sem opções, pegaram o endereço do feiticeiro e foram até ele. Lá chegando, pagaram um pequeno preço pelo serviço e o feiticeiro fez um encantamento em línguas diabólicas, para fazê-los melhorar de vida. Ao final, o feiticeiro disse que para o encantamento funcionar, eles teriam que sacrificar seus filhos mais novos, se não iriam morrer tão pobres, mas tão pobres, que nem esmolas nas ruas iam conseguir. Chocados com o que haviam acabado de ouvir, foram embora amedrontados e aos prantos. O tempo passou e eles não conseguiram fazer o que o feiticeiro tinha mandando. Um dia, porém, um curto-circuito fez a casa pegar fogo e as chamas se espalharam rapidamente. Os filhos mais velhos conseguiram escapar. Mas os mais novos não tiveram a mesma sorte e morreram carbonizados. Gritos de dor pela perda foram ouvidos do final do incêndio, até a missa de sétimo dia das duas crianças. Porém, assim que o luto terminou, aquele casal começou a prosperar rapidamente, chegando a ficar milionários, gozando de uma vida plena de riquezas pactuadas. O SONHO Isabel começou a ter o mesmo sonho todas as noites: ela estava numa cidade, conversando com uma pobre e humilde costureira. A mulher ensinava para ela, receitas de como ela poderia viver por muitos e muitos anos gozando de juventude e beleza. E depois disso, acordava. Assustada, Isabel contava o sonho à sua mãe que, após pesquisar, disse que na cidade vizinha morava uma costureira aposentada, com as mesmas características que a menina descrevia em seu sonho. Ela, bastante curiosa com aquele monte de informações, pediu para que sua mãe a levasse até essa costureira e de tanto insistir, as duas partiram. Lá chegando, foram até a casa dessa senhora e ficaram conversando até ela contar o sonho, dizendo que a velha costureira ensinava para a filha, como viver para sempre, gozando de juventude e beleza por muitos e muitos anos. A pobre senhora riu, dizendo que não acreditava em sonhos, mas contou a ela que sonha sempre que vários homens matavam muitas pessoas em uma cidade desconhecida por ela e depois ela acordava assustada, suando bastante e com muito medo, tamanha a realidade que o sonho demonstrava. Conversaram até o anoitecer e, quando já estava escurecendo se despediram da costureira, pegaram o ônibus e, assim que chegaram, ficaram sabendo de um assalto ao banco e de uma chacina, onde vitimaram de morte, todas as pessoas da rua em que Isabel e sua mãe moravam. A MORTE PEDE CARONA Jones estava dirigindo seu porshe conversível, com ar de dono do mundo. Era rico, bem-sucedido... Enfim: era o homem perfeito e desejado por qualquer mulher. Estava dirigindo a mil por hora, pois queria chegar logo em casa, para assistir ao Circo Psicótico, para saber quais seriam as histórias macabras que o Palhaço Taquicardia iria contar naquela madrugada. Uns vinte minutos depois, ele avista na beira da estrada, uma jovem loira estonteante, de corpo perfeito e olhos azuis, toda no padrão estadunidense de beleza. Seduzido por toda aquela beleza, Jones oferece carona e ela logo entra, pedindo para ele acelerar, lançando-lhe um sorriso bastante malicioso e convidativo. Enquanto dirige, Jones pergunta se a jovem conhece o Circo Psicótico e as histórias do Taquicardia. Ela diz que já ouviu falar, mas nunca teve tempo de sentar e ver algum programa. Ele sorri e diz que até a morte tem vontade de assistir ao Circo Psicótico. Em uma curva fechada a loira, sempre sorridente, diz que a morte tem bom gosto e que hoje ele não vai chegar em casa à tempo de assistir seu programa preferido. Ela então coloca a mão no volante e gira, fazendo o carro capotar várias vezes pela estrada, matando o motorista esquartejado, pois o mesmo estava sem cinto de segurança. A loira, tirando o ** da roupa, sai de dentro das ferragens ilesa, como se fosse algum tipo de entidade e caminha pela estrada com o polegar levantado, pedindo carona para o próximo que passasse. A MULHER DO PADRE Mirtes tinha se apaixonado perdidamente pelo novo padre que acabara de chegar à paróquia de San Peter, na Louisiana. O presbítero era jovem e inocente: diferente dos homens nojentos e sujos de sua cidade. Mirtes também era jovem, linda e sedutora. Tanto que usou seu charme e sedução para atrair o jovem padre para a sua teia. Seduziu tanto o padre com seus decotes, suas insinuações e suas doces palavras, que sem oferecer mais nenhuma resistência, o pecado carnal foi realizado ali mesmo, dentro do escritório da paróquia. Ela, sedenta por aquele amor que considerava puro e livre de todas as decepções que já sofrera, despertou no jovem presbítero seus desejos mais pecaminosos, tornando-se em poucos dias, amante fiel daquele homem recém-ordenado. Um dia, numa noite de quinta-feira, Mirtes estava em sua casa, quando do nada, começou a sentir um calor inexplicável. Ligou o ventilador, mas o calor só aumentava. Resolveu então ir para a rua, dar uma volta. Era quase meia-noite, quando ela chegou a uma encruzilhada e seus olhos começaram a queimar, como se alguém tivesse jogado gasolina e ateado fogo neles. Desesperada com o ardor, a jovem tentou gritar. Mas de sua boca saiam chamas ferozes e freios de ferro em brasa surgiram. Seus braços e pernas se tornaram patas e, quando toda essa transformação acabou, ela saiu galopando a fortes galopes e longos relinchos, com uma enorme e flamejante tocha de fogo, no lugar da cabeça. PRAZER EM MORRER Após alguns segundos sentindo o veneno adentrar em suas veias, uma sensação de relaxamento começou a correr por todo o seu corpo. Era como se o estresse e a loucura dos dias que se passam, tivesse evaporado. E quase todos os dias, Nancy desfrutava desse prazer, ao perfurar suas veias com as seringas de ópio. Um dia, Nancy injetou seringas demais e a sensação que ela teve com a quantidade de ópio injetada, foi a de estar em pé, vendo o próprio corpo espumando pela boca, largado em um canto da casa. A sensação de liberdade causada pelo ópio foi tanta, que Nancy podia caminhar pela casa e voltar ao quarto, para observar seu corpo imóvel, com o olhar vítreo e a visão psicodélica de ter vermes devorando suas carnes. Aquilo para ela, era como uma arte surrealista em movimento. Tanto que Nancy dançava alegremente ao redor do próprio corpo, cantando e tamborilando as paredes. Somente após vários dias depois, após ver vários parentes, policiais e bombeiros invadindo sua casa, Nancy percebeu que tinha morrido vítima de uma overdose. Os vizinhos acharam estranho o tamborilar das paredes e resolveram chamar a polícia para investigar, que veio a achar o corpo apodrecido de Nancy, largado em um dos cômodos. Assustada, Nancy tentou correr para fora da casa, mas toda vez que passava pela porta, voltava para a mesma sala onde seu corpo havia sido encontrado. Nancy estava presa à sua residência, para sempre. O SOMELIER Baco tinha investido todo o seu dinheiro da aposentadoria numa pequena vinícola. Era funcionário de uma enorme empresa e fora demitido faltando alguns anos para poder se aposentar do jeito que queria: tendo seu próprio negócio. Então com o dinheiro que recebeu, Baco comprou um lote de terras, sementes e investiu em sua pequena produção de vinhos artesanais. Quando estava ficando conhecido e subindo de classe social com as vendas de seus vinhos, um especialista em vinhos chamado Fortunato, disse em sua famosa revista especializada em bebidas, que o vinho era de qualidade inferior ao que as pessoas estavam rotulando. Esse comentário insatisfatório, fez com que o pequeno vinicultor tivesse um enorme prejuízo. Revoltado e jurando vingança contra Fortunato, Baco convidou pessoalmente o especialista em vinhos para provar a nova safra e assim que o mesmo chegou, o vinicultor o embebedou, até o somelier cair de tão ébrio que se encontrava. Assim que acordou, o especialista em vinhos estava com uma enorme ressaca, mas não ao ponto de perceber que estava amarrado a uma cadeira. Baco, com um sorriso macabro em seu rosto, gritou com Fortunato, berrando sobre como ele havia acabado com seu sonho de passar o resto de seus dias fazendo o que amis gostava: trabalhar. Antes que Fortunato começasse a se desculpar, Baco começou a quebrar várias garrafas de vinho em sua cabeça e a rasgar todo o rosto do somelier com os cacos de vidro, deixando-o totalmente desfigurado, até que não aguentando amis ouvir os gritos de dor de Fortunato, rasgou o pescoço dele com uma das garrafas quebradas, assistindo ele sangrar até morrer. Ao final de toda essa tortura, Baco, quando estava saindo da adega, escorregou na enorme poça de vinho e teve o seu pescoço perfurado por um grande pedaço de vidro que estava no chão. Agonizando e tentando conter o sangue que jorrava de seu pescoço, ambos morreram naquela adega, embebidos e lavados entre vinhos e vinganças. TORTURAS ILÍCITAS Grace já não queria mais comer, beber, andar ou falar: ela só queria ser dele. Seu sonho era ser aceita como a mulher da vida daquele jovem universitário, pelo qual se apaixonara ainda na sexta série, às seis horas, seis minutos e seis segundos daquela manhã de Agosto, quando o viu caminhando tranquilamente até a escola. Sem contar o prazer enorme que teve, ao descobrir que Kevin estudava na mesma escola que ela! De lá para cá, Grace o acompanhou e fez de tudo para ser notada por Kevin, principalmente quando ingressou na mesma universidade que o jovem rapaz. Ela tentou de tudo, mas nada: a correria das aulas fazia com que Kevin vivesse correndo de um lado a outro, afim de alcançar seu objetivo de se tornar um dos melhores arquitetos da cidade. O mundo de Grace caiu, quando ela viu o amor de sua vida andando de mãos dadas com outra garota. Rapidamente percebeu que se não agisse, perderia seu homem para sempre e assim o fez. Agora, nesse exato momento Kevin está preso por grossas correntes e cadeados em um sítio isolado do mundo, sendo torturado com chicotadas, ferros quentes e choques elétricos, dia e noite. Aquele pesadelo só vai acabar, quando Kevin decidir que vai ser para sempre da jovem que o ama incondicionalmente. Mas até esse dia chegar, Grace continua declarando seu amor eterno, nem que seu amado tenha de sofrer por isso até a morte. A HERANÇA Janet era uma mulher bastante gananciosa, cuja vida era se entregar apenas a quem pudesse pagar mais. Seu atual marido, Eric Shopert, era filho único de uma rica viúva e a mesma morava com a sogra, tendo todos os luxos que precisava. Porém, só o luxo não lhe bastava: ela queria mais e sabia que para tal, sua sogra tinha de morrer. Começou então a envenenar a cabeça de Eric, dizendo que a mãe dele a chamava de interesseira na frente das pessoas, principalmente dos demais parentes. Aquele veneno foi sendo alimentado em segredo, até que um dia ela deu a ideia que faria sua vida explodir em luxos: que Eric matasse a própria mãe, para que aquele pesadelo que ela estava vivendo, pudesse acabar. Eric, que já estava dominado pela língua serpentina de sua esposa, envenenou o chá que a mãe tomava todas as tardes e a assistiu morrer lentamente, com Janet sorrindo, felicíssima. Assim que sua mãe deu seu último suspiro, Eric sacou uma arma de dentro do paletó e atirou no queixo da esposa, fazendo a bala atravessar-lhe o crânio. Após ver o corpo da esposa cair perto do corpo da própria mãe, Eric colocou a arma perto da esposa morta e ligou imediatamente para a polícia, dizendo que Janet havia envenenado a sogra e depois se matado com um tiro na cabeça. Quando a polícia chegou, ele confirmou tudo, mostrando uma carta digitada e assinada pela esposa, explicando as humilhações recebidas e o porquê do suicídio. A BEBIDA DA RAMEIRA A senhora Corey, sentada em sua confortável poltrona, sorvia mais um gole de sua famosa bebida, dentro de seu prostíbulo. Não importa o quanto cobre, a bebida era tão popular, que sempre tinha alguém disposto a pagar por ela, pois era só desejar e, como por encantamento, lá estava o fruto de seus desejos ao alcance de suas mãos. O que ninguém sabia era que a fama de seu prostíbulo se devia, não pelas garotas que lá trabalhavam, mas justamente a essa bebida que ela mesma preparava, feita à partir do sangue de mulheres adultas e virgens. E esse sangue, ela colhia pagando para que homens viciados naa luxúrias que seu prostíbulo oferecia, sequestrassem freiras virgens e castas, para que ela pudesse cortar o pescoço e, do sangue colhido, pudesse preparar seu drinque alucinógeno mais famoso. Um dia porém, uma enorme preocupação abalou as estruturas do prostíbulo da senhora Corey: quando estava sem sua bebida e a cidade sem freiras, viu os homens despertarem do transe e perceberem o que tinham feito em nome das vontades dela. Eles então pegaram a senhora Corey e as garotas, colocaram-nas de cabeça para baixo, cortaram o pescoço dela, das garotas que no prostíbulo trabalhavam e, enquanto a vida dela e das jovens se esvaia através do sangue que descia dos profundos cortes de suas jugulares, os homens enchiam os copos e bebiam, como vampiros ensandecidos, viciados em sangue e luxúria. A BRUXA Meia-noite, casarão abandonado. Uma mulher desdentada, encurvada, de pele enrugada e dentes desgrenhados, amola calmamente uma enorme faca dessas de cortar carne. Na sala do casarão, uma jovem chamada Annie amordaçada e amarrada com braços e pernas abertos em cima de um pentagrama, tentava gritar. Mas estava tão bem amordaçada, que ninguém conseguia ouvi-la. Annie, com a boa vontade de vender biscoitos, para ajudar a custear a festa de formatura do ensino médio de sua turma, não deu atenção aos avisos dos moradores daquela rua esquecida da Louisiana e foi vender seus biscoitos na casa daquela velha mulher. A velha, que acabara de amolar a faca, vai até a sala, começa a recitar palavras demoníacas. Depois de recitá-las, vultos negros de olhos avermelhados surgem como se saíssem do chão, das paredes e cercam Annie, como se estivessem prendendo-a ainda mais. Em seguida a velha encurvada e f**a golpeia a garota no peito com tanta força, que a faca atravessa o corpo da jovem, chegando a ficar cravada no assoalho. Após o golpe, ela retirou o coração da jovem Annie, devorou-o ainda palpitante, banhou-se em seu sangue, assumiu a forma física dela. Agora, com o corpo jovem, bonito e belo aos olhos de todos, vestiu as roupas que a garota que acabara de m***r estava vestindo quando bateu na porta da velha e saiu da casa, deixando o corpo sem vida de Annie, ainda amarrado na sala, envelhecendo rápido, como se velhice e juventude tivessem trocado de lugar, do modo mais macabro possível. E enquanto as almas negras se dispersavam e acompanhavam a vendedora de biscoitos, a antes velha e agora nova jovem batia de porta em porta, vendendo biscoitos pela vizinhança, indo embora da Louisiana, para nunca mais voltar. REFLEXOS CONVEXOS Terence havia herdado um espelho de um tio-avô que havia falecido há poucos dias. Pensou em não aceitá-lo, mesmo sabendo que o espelho tinha sido dado a ele através de um testamento, mas sua esposa conseguiu convencê-lo a ficar, por ser algo antigo e muito bem conservado. Logo nos primeiros dias, em que o havia colocado na sala e, assim que se arrumava para o trabalho, viu no espelho um colega que era seu concorrente a uma vaga no cargo de gerente, na empresa em que trabalhava. Terence achou estranha aquela imagem. Mas antes que ele pudesse dizer algo, várias entidades surgiram ao redor da imagem, dizendo a ele que poderiam facilmente se livrar do colega, se ele assim quisesse e muito mais. Terence aceitou a oferta, mas não sabia que as entidades sombrias cobravam um preço: algumas oferendas. E como o jovem nunca havia perguntado nada sobre isso e fingia não saber, ele não dava as oferendas que deveria dar. Então um dia, de tanto pedir que as entidades se livrassem de seus desafetos sem nada dar em troca, quando Terence estava passando pelo corredor onde ficava o espelho em direção à porta, para ir a um evento da empresa em que trabalhava agora com gerente, sentiu que várias mãos o seguravam e o arrastavam em direção ao espelho. Terence lutou com todas as forças, até que não conseguiu mais e foi puxado para dentro da peça de madeira e vidro. Mas ao olhar para o lado de fora do espelho, o jovem e bem sucedido gerente viu seu corpo caído no chão, com sua esposa desesperada gritando por ajuda. Terence entrou em pânico ao perceber que apenas a sua alma foi sugada para dentro do espelho e agora ele era servo das entidades malignas que viviam dentro dele. A BONECA DE CERA O senhor Enzo era um homem culto, tinha um bom emprego, mas era bastante solitário. Porém quem o conhecesse jamais diria isso, devido ao fato dele ser sempre uma pessoa de bem consigo mesmo e com a vida. Seu passatempo diário em seus dias como aposentado é cuidar de uma boneca de cera dentro de casa e em tamanho real, que ele carinhosamente a chama de Rose. Um dia, senhor Enzo estava arrumando Rose na sala, quando recebeu a visita de alguns parentes. Ele não tinha ajeitado a boneca direito e quando chegaram à sala, a boneca caiu e quebrou, revelando o corpo mumificado de uma mulher dentro dele. Em estado de choque, os parentes do senhor Enzo sentiram um enorme nojo com a cena da mulher mumificada e coberta em cera. Os parentes do gentil senhor deram uma volta pela casa e encontraram mais três bonecas idênticas. Não tendo alternativa para que não tivesse o segredo de sua felicidade revelado, o senhor Enzo sacou uma arma com silenciador que mantinha guardada na estante da sala e matou os parentes ali presentes. Depois levou os corpos para os fundos de sua casa, mumificou-os, cobriu-os com cera e os colocou pela casa, como parte da decoração. PASSADAS MORTAIS Cristine tinha batalhado por anos, conseguido o diploma de enfermeira tão cobiçado por ela e conseguiu emprego num dos hospitais mais famosos de toda a Louisiana. Querendo causar uma boa impressão, Cristine vivia sempre sorrindo, atendendo a todos os que podiam em seu plantão, mantendo também o seu uniforme de enfermeira limpo e bastante engomado. Sua simpatia era tanta, que acabou chamando a atenção de um dos médicos mais antigos do hospital e a paixão entre os dois foi inevitável. Porém, pensando em ter encontrado o grande amor da sua vida, Cristine descobriu a duras penas, que o médico apenas brincou com seus sentimentos, fazendo a jovem enfermeira de gato e sapato, pois o médico mandava e desmandava nela a seu bel prazer. Um dia, chamando Cristine para uma ala mais afastada do hospital, o médico por quem ela morria de amores disse friamente para ela que iria se casar em breve e que ia embora da cidade, com sua “esposa”. A jovem enfermeira, não suportando aquilo tudo, esperou uma distração do seu “amado”, pegou uma seringa com lidocaína, enfiou no pescoço do homem de quase quarenta anos, anestesiando o médico em poucos minutos. Depois, com o médico ainda consciente, mesmo sem conseguir se mexer, Cristine pegou um bisturi e cortou-lhe os pulsos e a jugular, saindo calmamente da ala, deixando o médico sangrando até morrer. Apenas o barulho de seus sapatos podiam ser ouvidos, enquanto o sangue do médico passava por baixo da porta. O CULTO NEGRO “Que venham as putas, os ladrões e os gordos!”, grita o pastor Monamn no meio do culto. “Eu tenho o poder dado a mim por deus, para curá-los e fazê-los se arrependerem de seus pecados!”, berra novamente no microfone. Após essas palavras cheias de bastante convicção, os fiéis em busca de alívio espiritual saem do meio da assembleia, se aproximam do altar e pedem conversão. O pastor Monam então manda que fiquem até o final do culto, pois são muitos os pecados que eles carregam e somente com uma poderosa oração é que estarão puros e salvos. Quando a igreja já não tem mais ninguém, ele pede que todos os que buscam conversão o acompanhem para o salão dos novos convertidos, que fica nos fundos, bem abaixo da igreja, pois lá é onde encontrarão a paz. Assim que chegam lá, outros pastores e pessoas influentes da sociedade já os aguardavam. Os carentes de conversão foram amarrados, amordaçados e obrigados a se ajoelharem dentro de um enorme pentagrama feito com sangue, cujas pontas da estrela continham uma cabeça degolada cada. Após isso, o pastor Monam manda chamarem um grupo de jovens virgens e seladas, cuja função ali era apenas a de degolar os infiéis e oferecer suas almas a Satanás, enquanto a vida dos fiéis ali presentes continuava próspera e abundante. A cada cabeça cortada, uma oração em uma língua antiga era feita por aqueles homens e mulheres de vestes luxuosas. E cada virgem tinha de esperar a sua vez para degolar um infiel, sem pena ou remorso das lágrimas que vertiam dos olhos dos infiéis. Ao final do sacrifício, as cabeças degoladas foram abertas, os cérebros dos infiéis foram retirados e depois servidos em uma enorme mesa a todos os presentes, que os devoravam com prazer e fé, naquela ceia macabra. ALMA DE ASSASSINO Numa noite chuvosa de Maio, uma voz macabra, como a de um demônio, vinda de uma cela de presídio, pediu para que um zelador que estava varrendo aquele pavilhão desativado, retirasse as vassouras da porta, que tinha acidentalmente deixado na forma de uma cruz. O zelador, que não tinha medo das vozes, por estar acostumado a trabalhar por anos anquele presídio, olhou a cela vazia, percebeu que a voz pertencia a uma alma penada e concordou em tirar as vassouras, se a alma não fizesse m*l a ele, nem a ninguém. Sem ouvir resposta, o zelador retirou as vassouras da porta da cela. A alma penada não atendeu ao pedido do zelador, matou alguns carcereiros e desafetos naquela madrugada, voltando para a cela deixando um rastro de sangue pelo caminho e, ofereceu ao zelador a chance de ir embora ainda com vida, de dentro daquele pavilhão. Como faltavam poucos anos para se aposentar, ele nunca mais voltou lá, pois preferiu ficar em casa até o fim de seus dias, sentado em frente à TV assistindo ao Circo Psicótico. Nesse dia havia acabado de passar A BEBIDA DA RAMEIRA, onde o palhaço anunciava o final de sua primeira temporada, prometendo retornar na segunda temporada, com mais historinhas de terror. Histórias estas, que prometiam ser mais macabras, mortais e do outro mundo.
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