Cuscuz Narrando Não é de hoje que eu sinto o cheiro de mudança no ar, e agora veio escancarado: ordens passando por cima, gente fazendo corre nas minhas costas, e eu aqui, na moral, pronto pra tocar a bodega. Eu cresci no corre, comendo o pão que o d***o amassou, e quando o cara que tá fora mete a mão pra dentro da minha área sem nem me dar um alô, passa da conta. Será que ele quer me tirar de cena e colocar o Gavião pra frente? Não acredito. Gavião tem gestão, é fino pra contar nota, mas quem segura a lata aqui sou eu — meu nome não foi posto no muro por acaso. Fiquei rindo baixo, uma risada amarga, enquanto apertava o telefone: não vou entregar o pedaço assim não. Vou ficar de olho em todo mundo, cada passo, cada rosto, cada murmúrio. Se tiver conspiração, eu vou abrir o verbo e cortar

