Viviane Narrando Eu fiquei uns segundos parada, sem entender direito o que tava rolando. Olhei pro vidro, pra rua passando rápido demais, e quando botei a mão na maçaneta… nada. Puxei de novo, com força, e nada. O barulho da trava nem fez sinal de vida. — Ah, não… não é possível que esse maluco travou o carro — pensei, o sangue já subindo. O coração disparou, a mão suando, e a raiva misturada com medo começou a subir pela garganta. Olhei pra ele de lado, o desgraçado com aquele sorriso torto, como se tivesse no controle de tudo. Puxei a maçaneta mais uma vez, batendo a mão no painel, já bufando. — Ele não fez isso comigo, não fez! — sussurrei, sentindo o peito apertar. A rua sumindo lá fora, o barulho do motor alto demais, e eu sem conseguir sair. Foi aí que perdi a linha de vez. — T

