Viviane Narrando Desci a ladeira bufando, ajeitando a bolsa no ombro. Ainda dava pra sentir o sangue fervendo por causa do Paulo César. O dia nem tinha começado direito e o infeliz já conseguiu me tirar do sério. O barulho da moto do Teteu vinha logo atrás, acompanhando no ritmo, igual sombra. Cheguei na esquina do mercado, ele encostou a moto e desceu, tirando o fuzil com aquele olhar de quem já entendeu tudo. — Tá tudo certo, Vivi? — ele perguntou, andando do meu lado, o fuzil pendurado de leve nas costas, com aquele jeitão calmo dele. Suspirei fundo, tentando não deixar a raiva transbordar. — Tá sim, Teteu. Eu vou trabalhar, porque se eu ficar pensando no Paulo César, vou acabar me estressando mais ainda. E hoje eu não quero me estressar com ninguém, sério mesmo. — respondi firme,

