Viviane Narrando Eu subi as escadas do camarote com o peito quente, mas não era nervoso — era alívio. Pela primeira vez na vida, bater no Paulo César não me deu culpa, não me deu tremedeira, nem aquele peso que sempre vinha depois de qualquer discussão com ele. Não. Hoje eu senti paz. Cada vez que a madeira descia no lombo dele, parecia que um pedaço daquele ódio antigo, daquela mágoa engasgada, saía junto. Era como tirar farpa cravada na alma. Eu não bati porque eu sou má… bati porque ele merecia. Porque ele passou dos limites. Porque por mais que ele seja meu irmão, ele só aprende sentindo na pele. E olhei pra ele jogado no chão… eu não senti dó. Eu senti alívio. E isso diz muito. Eu não odeio o Paulo César como homem. Nem como sangue. Eu odeio as atitudes. Eu odeio a forma como ele a

