Viviane Narrando Menos de trinta minutos que o mercado abriu e já tava praticamente cheio, aquele corre que não tem hora certa pra acabar. Cada cliente que chegava parecia que queria me testar, me ver perder a calma, mas eu não deixava, respirava fundo e mantinha o foco. — Como dizia a minha mãezinha… passarinho que não deve ninguém tá trabalhando desde cedo, né amor? — Mércia falou, jogando aquela indireta fina pra mim, com aquele sorrisinho de quem quer provocar. Sem nem olhar na cara dela, continuei passando as compras do menor, organizando as sacolas, dando aquele jeito rápido de quem já sabe o que tá fazendo. — Como dizia minha mãezinha, só cuida da vida dos outros quem não tem vida — pensei comigo mesma, bufando silenciosa, enquanto o suor começava a aparecer na minha testa. A r

