Ethan levanta, ele e James se abraçam.
- Que cara abatida. - notou James.
- Mas... uau! É você mesmo?
- Porque? Acredita em fantasmas? - brincou James.
Ethan riu, e os dois se sentaram.
- Também quero um desse. - pediu James ao barman.
- Pelo visto certos costumes não mudam não é? - disse Ethan.
- Você não bebe, e nem eu. - disse James.
- Então o que estão fazendo num bar? - perguntou o barman.
- Eu vim aqui porque é um dos poucos lugares que ninguém sabe quem eu sou ou não se importam. - respondeu Ethan.
- E eu vim aqui porque ele está aqui. - respondeu James.
- Como sabia onde me achar?
- Não são todos os bares da cidade que vendem milkshake, sem contar que sempre foi seu favorito.
- Esse cara é seu amigo? Tá mais pra ex namorada. - brincou o barman, e em seguida foi preparar as bebidas.
Eles riram, e então Ethan pergunta:
- Por onde você esteve?
- Assuntos de trabalho.
- Por dez anos?
- O'Que foi? Eu sou um homem atarefado.
- Não me pareceu muito um "trabalho" na última vez que te vi. Além do mais, trabalho nunca foi uma coisa corriqueira pra você. - disse Ethan rindo.
James abriu um sorriso, mas logo desfez, e tocou Ethan no ombro, dizendo:
- Sinto muito pelo que aconteceu com sua mãe, meu amigo. Todos nós vamos sentir falta dela.
Ethan respira fundo, e olha pra baixo, depois abre um sorriso de canto de boca para James, e agradece.
O barman chega e coloca os milkshakes na mesa, depois vai atender outros clientes.
- Você esteve na Austrália? - perguntou Ethan.
James travou.
- Sim, você sabe que eu fui levado pra lá depois que meus pais morreram.
- É claro, deve ter sido h******l ficar no meio daquela guerra no ano passado.
- Hm...
- Qualé cara, não precisa fazer suspense.
Ethan olhou pra ele e sussurrou:
- Não tem ninguém além de nós nesse bar, o barman ali tá ocupado conversando com os colegas dele. - disse Ethan apontando pro outro lado do bar, com o barman e outros homens conversando.
James olha para ele, e tenta se fazer de desentendido.
- Eu frequentava sua casa na nossa infância, aquela máscara de gás jamais vai sair da minha memória...
- Me pegou.
- Eu sei como é manter uma identidade secreta.
- Aposto que sabe. - disse James, ironicamente.
- Por isso não vou contar a ninguém, seu segredo está seguro comigo.
James dá um gole no milkshake, e diz:
- Espero que você não tenha nenhum problema com a vida que eu levo...
- Particularmente eu não gosto de m***r, mas quem sou eu pra te julgar?
James ri, e dá outro gole no milkshake.
- Eu vi você na televisão. - disse ele.
Ethan olhou pra ele.
- Como foi trabalhar com agentes corporativos?
- Não sei. Enquanto estive lá, eu não trabalhei para uma corporação.
- Mas sabe que agora eles são uma, não é?
- James, nem toda corporação é corrupta...
- Não posso arriscar.
James colocou a mão no bolso, e tirou um aparelho bem pequeno, com uma tela e alguns botões, e deu a Ethan.
- SFM84. - disse James.
- O que é isso?
- Caso aqueles caras percam o juízo e resolvam te ameaçar, basta digitar essa senha, o aparelho vai enviar um sinal direto a mim, e eu vou vir até do inferno pra te resgatar.
Ethan observa o aparelho, e guarda no bolso.
- Obrigado James.
- Se fosse qualquer outra pessoa, eu não me importaria, mas sendo você, eu não posso negligenciar.
Ethan sorri e dá um gole no milkshake.
- Hood estava lá também não é? - perguntou James.
- Está. Ele lutou com a gente naquele incidente.
- Ele trabalha para eles?
- Não exatamente, o contrato do Hood é vitalício, ele pode escolher se vai cooperar com eles ou não. - explicou Ethan.
James ficou um pouco pensativo, mas Ethan o confortou dizendo:
- Não se preocupe, ainda é o mesmo Peter Hood de sempre, ele não é um dos malvados. - Ethan riu.
James ficou mais tranquilo, e respondeu:
- Fico feliz que nenhum de nós tenha mudado tanto assim.
- Eu também. Mas sabe, porque não desconfiou de mim também? Sei lá, seria lógico concluir que eu poderia fazer parte da corporação.
- Mesmo se um dia você fizer, você continuará sendo meu irmão, Ethan. Não acredito que você é um b****a como a maioria é.
- Realmente nenhum de nós mudou nada.
Eles ainda conversaram mais um pouco, até terminarem os milkshakes.
- Sabe, estamos aqui conversando há um bom tempo, mas eu ainda não perguntei, o'que exatamente você veio fazer aqui? Porque veio atrás de mim depois de tanto tempo? - Ethan perguntou.
James coloca o copo do milk shake para um lado, ele respira fundo, e então põe seu celular na mesa, e em seguida o empurra até Ethan.
Ele pega o celular, e um holograma aparece, com algumas informações.
- O'Que?
- Preciso da sua ajuda. - James foi direto.
- O'Que está acontecendo?
- Olha, se fosse qualquer coisa menos, eu preferiria não ter que perturbar seu luto, porém a situação é séria.
Ethan olhou preocupado para ele.
James começou a sussurrar:
- Tem alguma coisa muito séria acontecendo por aí, e quando eu digo séria, eu me refiro a alguma coisa com potencial fim do mundo.
- Eu entendo oque quer dizer. Mas eu não acho que consigo fazer isso...
- Não era você que andou defendendo igreja a um tempo atrás?
- Tem um espaço bem largo entre salvar uma igreja e salvar o mundo.
- Legal, agora que tal salvar uma cidade inteira de um ataque alienígena e de um meteoro de radiação? - disse James passando as informações no holograma e mostrando as filmagens da invasão macabra.
Ethan olhava aquelas imagens, e põe a mão sobre o rosto.
- Você é resistente a radiação, Ethan. Pude analisar os arquivos sobre aquele incidente, e aquele meteoro tinha muita radiação concentrada em seu interior, chegar perto dele não seria letal para ninguém, mas se ele encostasse o chão seria o fim definitivo de tudo.
Ethan continua olhando os arquivos, bem pensativo.
- Escuta, eu sei que é difícil, sei mesmo. Pode ter certeza que eu não iria te incomodar com isso se fosse um assunto qualquer, mas escuta oque estou dizendo, é um abacaxi dos grandes que temos nas mãos. Se agirmos agora, provavelmente conseguiremos evitar o pior. - insistiu James.
- Certo então. Porque não me conta o que está acontecendo? Daí poderemos ver oque pode ser feito.
- Tem um local mais reservado?
- Olha... eu acho que tem sim.