Os fios apareciam em seus sonhos noite após noite. Se entrelaçavam por seus dedos, mãos, punhos, braços e dorso, como serpentes famintas em busca de consolo. Apertando-se como se desejassem cortar sua pele, atravessar seus músculos e destruir seus ossos. Cada pequeno fio, tão afiado quanto as lâminas carregadas por assassinos. Cada fio tão emaranhado aos outros, quando os cabelos de uma criança que corre ao vento. Haviam noites, onde ela despertava com seu corpo coberto pelo suor. A respiração entrecortada como se o ar fosse insuficiente naquele recinto. Suas mãos trêmulas, sua tez pálida. Mas em meio a todas aquelas noites conturbadas, havia também algo que a acalentava, como uma corda de escape. Um doce aroma que se tornava cada vez mais familiar. O perfume adocicado que inebriava s

