Mayara Campbell
Acordo, mas não me movo. Meus olhos se abrem, mas o resto do corpo permanece entregue à apatia. Fico ali, deitada, encarando o teto como se ele fosse me dar respostas — para tudo o que está bagunçado aqui dentro.
A única coisa que ocupa minha mente é ele.
Jaime.
Tento não pensar, juro. Mas é inútil. Ele é diferente. Ele é carinho em forma de homem, é presença quando tudo o que eu conheço é abandono. Passo a mão nos cabelos, tentando afastar os pensamentos. Eu não deveria fantasiar com ele. Não depois de tudo. Não depois de me permitir acreditar de novo. Eu não mereço felicidade. Não mais.
Viro o rosto devagar e encontro a imagem mais pura do meu mundo: meu filho, dormindo tranquilo ao meu lado. Observo sua respiração leve, seus cílios longos, seus lábios entreabertos.
