Jaime Beaumont
Acordo com o lado da cama vazio. A ausência da Mayara é imediata — e incômoda. Me levanto no susto, coração acelerado, andando pela casa como um louco. Nenhum bilhete. Nenhum perfume no ar. Nenhum som. Nada.
Volto para o quarto, pego o celular e ligo. Uma vez. Duas. Três. E nada. O toque ressoa no vazio e o silêncio do outro lado me deixa mais inquieto.
— Inferno... — rosno, jogando o celular com força no colchão.
Entro no banheiro, tomo um banho gelado e visto qualquer roupa. Desço para a cozinha, tentando me acalmar com um café, mas cada gole só aumenta minha impaciência. Pego o celular novamente e ligo outra vez. Dessa vez, alguém atende.
Ligação ON
— Mayara? Amor?
— Oi, Jaime... é a Samantha.
— Samantha? Bom dia. A Mayara tá aí? Pode passar pra ela?
— Ela saiu.
