O sol começava a invadir o quarto, iluminando os contornos dos nossos corpos ainda entrelaçados sob os lençóis amassados. Eu observava Helena enquanto ela dormia novamente, depois da nossa tempestade de sentimentos e corpos. Mas minha mente não encontrava paz. As imagens daquela carta, a menção de Armando, ainda estavam gravadas em mim como cicatrizes abertas.
Levantei-me da cama em silêncio e caminhei até a sacada, com uma xícara de café que eu mesmo preparei. Nada em mim se encaixava direito. Eu a amava, mas ao mesmo tempo sentia que estava lidando com uma mulher que escondia partes inteiras de si.
Minutos depois, Helena apareceu na porta do quarto, enrolada num dos meus lençóis como se fosse armadura. Os cabelos bagunçados, os olhos fixos em mim, desafiadores.
— Vai ficar me olhando
