Nos dias que seguiram, o inferno tomou forma em algo silencioso, mas devastador: a distância dela. Era como se Helena tivesse criado um escudo invisível, um campo de força entre nós, e eu… eu não sabia como atravessá-lo. Ela estava ali, morando comigo, dormindo no mesmo quarto, mas parecia cada vez mais distante, como um sonho que escapa quando a gente acorda. No primeiro evento depois da nossa discussão, ela estava deslumbrante. Um vestido verde-escuro que moldava suas curvas com perfeição, os cabelos presos num coque baixo que deixava à mostra a nuca delicada que eu tantas vezes beijara. Mas era o olhar dela que mais me atormentava: firme, sereno… e indiferente. Ela não me olhou nem uma vez durante a noite inteira. Circulava pelo salão com graça, conversando com investidores, rindo c

