Era como assistir a areia escorrer por entre os dedos. Eu olhava para Helena e sentia que ela estava se tornando inatingível, inalcançável — dona de si, segura, confiante… demais. Quase como se o que tínhamos vivido na ilha fosse só um capítulo bonito, mas encerrado. E eu… eu começava a me sentir como um figurante de luxo na vida dela. Foi aí que pensamentos perigosos começaram a surgir. Talvez, eu tivesse errado ao dar tanta liberdade. Talvez, tenha deixado claro demais que ela podia tudo. E talvez... isso tenha feito com que ela acreditasse que não precisava mais de mim. A ideia me corroía. Helena havia sido convidada para apresentar um discurso em uma fundação de apoio a jovens artistas, uma noite importante, com imprensa, câmeras, gente influente. Ela estava linda — vestia um terni

