Destinados

1264 Words
PA. Paulo Augusto ( Melhor Amigo de Marquinhos da ATA) Estávamos de plantão na boca que era em uma casa na subida do morro -Uma reunião? - Isso é uma Armadilha patrão - Leon responde no canto da sala -Eu juro que não é, foi o pai dele que mandou o papo. - Eu digo firme. -É o bagulho da morte da mulher dele lá, ele não tá querendo vingança? -O velho garantiu que não, ele até disse que você precisava levar as crianças, que ele também os netos dele. -Parece que o velho quer um acordo de paz. -Acordo? Que tipo de acordo? - Marquinho pergunta -Sei não mano, mas vamo lá pô, não tamo perdendo nada. Marquinhos coça a cabeça -Marca no Vidigal, e um terreno neutro, naquele bar bonito da moda. Tem lugar pra gente conversar e levar as erê tudo -Combinado """""""" Dois dias depois estávamos num dos pontos mais bonitos do Rio de Janeiro. Don estava sentado com seu filho mais velho ao lado e seu pai do outro. Alguns homens por ali e uma mulher extremamente bem vestida. Ela segurava um pequeno bebê extremamente fofo com um vestidinho cor de rosa de laçarote na cabeça. Don realmente havia estendido a bandeira da paz. Eu sentei numa cadeira e coloquei o pequeno João Guilherme de quatro anos sentado do meu lado, o guri não era só filho do meu melhor amigo, era meu sobrinho e afilhado. Eu e Marquinho somos amigos desde sempre, ele e Ritinha minha irmã se juntaram e tiveram essa criança. E eu a amo, como se fosse um filho meu que aliás eu nem tenho. Começamos a conversar civilizadamente, tínhamos muito o que dizer, muito pingos nos IS para colocar, e muita cerveja para beber. Meu afilhado estava atento a tudo, a cada movimento que era feito, tentando ser o mais adulto que seus quatro anos de idade lhe permitiam, Marquinho disse a ele quando saímos de casa -Ho menor, hoje nois vai sair e tu vai comigo tá ligado? -A minha mãe vai? -Claro que não, é um passeio nosso, só home, tu né home rapa. O pequeno fez sinal sim com a cabeça. O pequeno João Guilherme queria a todo momento mostrar ao pai que ele era um pequeno homenzinho. Às vezes pedia a mim um pouco de água ou suco. Não brincou com as outras crianças se comportou como um verdadeiro homenzinho Mas com o tempo, ele ficou cansado, eu fiquei observando, seus olhinhos começaram a ficar pesados e ele começou a dormir sentado. Eu o peguei no colo, o menino dormia profundamente. O pai de Don pega a pequena Helena que estava nos braços da moça bem vestida e coloca nos braços do filho. -Então, Don, porque tu pediu esse encontro!? - Marquinho pergunta curioso. Don começa a falar -Todos sabem aqui que perdi minha mulher recentemente. Marquinho se antecipa - Don, sei que estamos em guerra, mas nunca foi nosso desejo o m*l da sua mulher, tanto eu quanto você sabemos o quanto família e sagrado. Se quiser eu descubro quem deu o tiro e dou cabo dele -Maquinho, eu não vim falar sobre a morte da minha esposa, o que passou, não importa e interessa. Vim para dar um fim nessa guerra. -Como? Eu perdi homens e dinheiro demais para simplesmente abrir mão de tudo. -Eu proponho um acordo. -Qualquer acordo que a gente fizer meus homens não vão aceitar. O pai de Don toma a palavra: Desde de que o mundo é mundo, casamentos arranjados unem famílias Eu dou uma gargalhada - Velho não acho que um casamento entre o Don e o Marquinhos seja boa coisa, os dois vão passar a noite de núpcias brigando pra ver quem tem um p*u maior. Todos riem O velho continua a falar olhando para mim - Estou falando dessas duas crianças aqui presentes, minha neta e seu afilhado, eles vão crescer próximos, sabendo que são prometidos, nada mais forte que o primeiro amor e um casamento sólido. Dessa vez foi a vez de Marquinhos voltar para a conversa -Isso é loucura meu filho e só uma criança Don responde: -Minha filha e um bebê, mas veja bem, viveríamos em paz, dividiremos as cargas e o porto,teríamos o dobro de território, e de pessoal, sem falar que poderíamos fazer menos carregamentos menores e fazer um grande. Sem falar que sempre íamos poder usar nosso laboratório. -É o crack? Não vou parar de vender -Maquinho fala olhando para Don -Crack e o lixo do lixo -Que seja, eu só quero meu dinheiro. -Esse troço transforma as pessoas em zumbis -Eu posso fazer uma lista de 10 drogas que transformam as pessoas Nosso negócio não é limpo Don, se chama droga porque não presta, então não mete essa. O pai de Don continua falando. -Entendemos seu lado, e você pode ver que o nosso laço só temos a ganhar, ficaremos mais fortes, cuidaremos um dos outros e principalmente, não seremos páreo para ninguém. A aliança vai favorecer a sua facção e a nossa. Vocês vão poder trazer seus carregamentos via mar e nos pelas estradas sem problemas. Sem falar que ninguém irá poder reclamar dessa aliança. Da união dessas duas crianças nascerá um herdeiro, seremos como a máfia, passaremos nosso legado de pai para filho. Antes de Marquinhos concordar com aquela loucura eu disse. -Eu acho realmente que temos que apresentar as crianças primeiro, meu afilhado precisa no mínimo conhecer a menina. Eu fiz cosquinha na barriga do João Guilherme que acordou sorrindo. -Dicupa dindo, eu mimi - O menino fala bocejando. -Ele desce do meu colo e se ajeita na cadeira como um bom homenzinho. -Não precisa pedir desculpa, vem aqui, olha aquela bebê ali, ela é fofa não é João Guilherme olha para Helena e sorri -Quem é ela? Tão bonitinha. O menino vai até a pequena e começa e ela começa a sorrir, ela começa a fazer um sinal de querer o colo do menino. Don coloca a menina no chão e os dois começam a brincar Ambos se desdobravam em gargalhadas e o menino estava completamente encantado com a pequena. Existem coisas que não tem como e feita por Deus, pelo destino, almas predestinadas existem e aquela ligação imediata dos dois mostrava isso. Era como se fossem velhos amigos que se encontraram no início de uma longa estrada, uma tela em branco que os dois caminhariam juntos. Don sorriu triste -Pelo visto eles se deram bem Marquinho vê o filho feliz rindo com um bebê que não sabe nem falar -Temos um acordo então Os olhos de Don se encheram de lágrimas - Temos! Eu olhei para o meu pequeno afilhado e disse para ele. -Essa e Helena, um dia ela será sua esposa -Eu vou casar com ela? -Vai -Mas ela é um bebezinho -E você também é um bebê, isso e quando vocês crescerem e ficarem fortes, então seremos uma grande família. Ele olhou para o pequeno pingo de gente na nossa frente e disse: -Eu posso levar ela pra minha casa? Eu ri alto -Lógico que não -Mas é meu! -Mas não pode, ela precisa de cuidados, da família dela. -Eu posso cuidar dela, cuido direitinho eu juro. A mulher que segurava o bebê antes se ajoelhou na altura dele. -Eu sou a titia dela, vou cuidar dela, você pode ir na minha casa ver ela todos os dias até ela ter idade de ir com você. Depois de muito custo ele aceitou ir embora, o Helena começou a chorar desesperadamente querendo seu amiguinho de volta.
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