O plano
Os homens saíram da sala, deixando Marcos sentado ainda algemado. Michelle se aproxima dele, faz um carinho em seu rosto:
— Senti sua falta.
— Eu só soube recentemente que você está viva.
— Eu sei, por você eu teria morrido naquele instituto.
— Era mais fácil pra mim não pensar no que você estava passando lá.
— Marcos, não gosto de ver você assim. Eu quero saber se posso te soltar e limpar suas feridas.
— Porque você faria isso?
— Porque você é meu marido.
— Não, eu sou marido da Celina.
— Ah, Marcos. Na verdade, você acha que é marido da Nancy no papel e da Celina de corpo. Eu estou viva, e você não se divorciou de mim, então nenhum dos dois casamentos tem efeito!
— Do que você está falando?
— Que você é meu marido, legalmente. E eu pretendo que seja de fato daqui pra frente.
— Você é louca? Faz oito anos que nos separamos, que eu vivo com outra mulher, tenho um filho com ela.
— Não, faz oito anos que você divide uma mulher com o amor da vida dela, com quem ela teve um filho que você ajuda a criar
— Seus preconceitos não vão invalidar meu relacionamento!
— Me diz, Marcos. Brasileiros têm uma certa promiscuidade que não se vê em outras culturas. Na nossa, então, é muito menos natural. Na sua relação promíscua, vocês já fizeram troca troca?
Marcos se lembrou da despedida. Celina está grávida de oito meses e meio, já não tem mais a disposição para o sexo nem com um, quanto mais com dois! Depois que engravidou, começou a se excitar com os dois se tocando.
Marcos lembra que teve uma conversa com Luís quando marcou a viagem para a França:
— Vocês não podem adiar essa viagem? Tem que ser logo quando ela está para parir?
— Luis, você é o pai, você vai estar perto. Não precisam de mim!
— Você não vai começar com isso de novo, não é, Marcos? Somos um trisal, resolvemos tudo juntos e ela te ama. Ela precisa de você.
— Mas eu não posso adiar. E eu tenho medo de quando voltar, ela não me queira mais.
— Que bobagem é essa?
— Luís, ela sempre foi apaixonada por você. Quando você decidiu ser mais enérgico, você a teve. Ela decidiu ficar com você. Eu estraguei tudo, foi diferente pra ela. Quando se viu livre, ela tinha uma decisão a tomar. Ela se viu precisando de mim pra assumir o lugar que queria na máfia. E a partir daí, fizemos dar certo. Mas ela nunca se viu sozinha, vivendo esse amor de vocês. Agora vou passar dias longe, e vocês serão uma família normal, terão os bebês de vocês, terão sua bolha. Quem garante que ela vai me querer furando essa bolha quando eu voltar?
— Eu garanto, Marcos. Ela não funciona sem você, assim como sem mim. Por isso chama trisal! Somos cada um a ponta de um trio.
— Você acredita mesmo nisso, Luís?
— Sem sombra de dúvida.
— Então prove! Dê o que ela quer!
— Não entendi, dou tudo o que ela quer, sempre!
— Nesse momento, Celina quer ver nós dois nos amando, e fazendo o círculo real desse trisal, não apenas dois maridos dividindo a mesma mulher.
— Isso que você está sugerindo é surreal, Marcos.
— Só não aconteceu ainda por causa dos seus preconceitos. Se você aceitar, vou marcar minha despedida e ela vai me querer na vida dela quando eu voltar.
Dois dias depois, Luís aceitou o desafio, e eles combinaram como iam surpreender Celina. E Marcos se lembrava como foi intenso!
— Não é de sua conta, Michelle. Nada da minha vida com minha nova mulher é de sua conta. Se vai me soltar, faça logo. Se não vai, me mate logo também. Mas deixe minha família em paz!
— Marcos, não é possível deixar os Costelli em paz. Tudo faz parte de um plano muito bem arquitetado há trinta anos. Você se debandar para o lado deles, quase colocou tudo a perder! Mas podemos consertar isso.
— E como podemos consertar, Michelle? Não vou trair Celina.
— Vamos fazer assim: eu te conto parte do plano e você me conta parte do que sabe de cada uma das irmãs. De Caio não precisa, ele foi nossa marionete o tempo todo.
— E no que isso vai te ajudar?
— Mantenha o inimigo perto! Por isso eu deixei você tanto tempo com elas. Pra fazer um reconhecimento de campo quando formos fazer o grande final! E tenho certeza que depois que você ouvir o plano, vai querer participar também.
— Eu não vou trair Celina, Michelle.
Michelle se levantou e sentou de pernas abertas no colo de Marcos, que sabia o que ela estava fazendo. Ele imaginou que ela cutucaria as feridas dele, para torturar. Mas para sua surpresa, ela beijou o canto da boca dele e rebolou em cima do p*u, o que provocou uma ereção, mesmo ele tentando evitar.
Michelle deu um beijo na boca dele, depois mordiscou seu lábio inferior, o que fez a ereção aumentar e incomodar dentro das calças, mais do que o ferimento a faca que Yanes tinha feito. Marcos se lembrou como Michelle rebolava gostoso por cima dele em um passado distante, e se pegou imaginando que gostaria disso de novo!
Se repreendeu: ele era casado e não gostava de traições. Adultério sempre foi uma palavra fora de seu vocabulário!
— Olha só. Vou cuidar dos seus ferimentos e você me conta tudo sobre aquela negrinha! A partir da hora que ela saiu do quarto depois que fomos capturadas.
— Você deveria começar!
— Não, Marcos. Você me falar da caçula dos Costelli vai ser o pagamento por eu consertar o estrago que Giselle fez nesse corpo gostoso!
Marcos se lembrou daquele fatídico dia, em que acabou o cativeiro de Celina, se lembrando da adolescente emocionada que Joyce era e como ela estava madura e forte!
Desde que ela foi deflorada por um erro de Caio, era por quem Marcos tinha mais carinho!
Sem pensar, começou a falar da evolução da negrinha…