CAPÍTULO 1 - RICK

1631 Words
Quando eu tinha 13 anos, eu fui brutalmente beijado por uma garota, isso mesmo que você leu: Brutalmente beijado. Aquilo nem foi um roubo. Foi um atentado brutalmente planejado. Madson era muito bonita, estávamos atrás da pista de patinação, a desgraçada tinha os melhores patins da cidade, eu queria usá-los, mas eu estava com os meus, que eram de um escuro apagado, que meu irmão havia usado. Essa coisa de dividir coisas com meu irmão mais velho me perseguiu por tanto tempo, que só de pensar da uma agonia danada. Os patins eram bons, rodavam, mas eram batidos pelo tempo. Madson era a garota mais bonita do colégio, era como uma praga ambulante. Já viram filmes que sempre tem a garota mais popular da escola, aquela que se destaca até mesmo se fosse fazer desenhos no papel higiênico. Ela era incrível, não falo isso por inveja, não, eu admirava ela, ainda mais depois daquela noite no patins, aquela bendita noite. Naquela noite, depois de patinar com ela, eu soube que algo estava errado, ela me arrastou – literalmente, se eu tivesse cabelo era teria os usados como aqueles homens da caverna –, me arrastou para trás da pista, ela enfiou a língua dela na minha boca e eu senti o quente daquela coisa gosmenta e pegajosa, o gosto da bala de menta e ela segurando meu rosto com força. Ah, se eu pudesse voltar no tempo, eu não teria saído de casa. De verdade, eu teria pegado a gripe frango ou vaca louca. Foi naquela noite, com treze anos, que eu soube que garotas não era apenas garotas para mim. Quer dizer, eram garotas ainda, mas mudou algo em mim. Eu não senti nada, eu não quis aquilo. Eu não quis apertar a b***a dela, ver os p****s dela, eu só quis me afastar. Não quis a levar pra jantar e ter atração por ela. E então, no mesmo dia a desgraçada me beijou e depois sussurrou pra mim: "Vai ficar tudo bem, seu segredo está a salvo comigo." Ela soube que eu gostava de rapazes naquela noite. E acreditem, eu também. Viramos amigos. Foi assim que eu descobri que eu preferia salsicha ao invés de pão. Banana ao invés de pêssego. E porque eu estou lembrando disso? Porque depois de quase doze fodidos anos, eu revejo o rosto. Com os mesmos traços de um anjinho. Lindamente produzida e caracterizada com classe, luxo e poder. Quando me enfiei nessa cidade com Ellen, eu deixei tudo pra trás. Literalmente. Tudo, até meu gato siamês. E agora vejo fotos dela no banco de trás, sem a parte de cima da roupa com um rosto que eu conheço bem, mas ela é casada e o homem do carro não é o banqueiro ao qual ela havia prometido amor eterno. Ele é um cara mais novo, alguns anos mais novos e bem mais bonito que o coroa que ela havia se casado. Eu desvio a foto, retribuindo a guarda do meu segredo, fazendo ela sumir dos tabloides sensacionalista pra sempre, sem ninguém saber dela. E por isso que devemos ser gentil com todos. O mundo não dá voltas, ele capota. Isso acontece o tempo todo. A terra dá suas voltas e você acha que a nossa vida não? Parem com isso, tirem esse sorrisinho da cara, caguem esse rei na barriga de vocês. As coisas não são assim. Se ela tivesse contado o que sabia eu estaria perdida, mas ela não contou, agora, depois de quinze anos, eu retribuo o favor pra ela. – O que mais você tem pra mim? – Encaro Ellen, parada, enquanto ela vê a foto na minha mão. – Você conhece? – Eu mostro para ela, ela coloca o óculos e fica parada por dois segundos, depois solta uma risada alta e escandalosa. – Madson Fox? Não acredito. Eu não vejo ela desde o tempo de escola, Rick. Meu Deus, ainda esta linda. – Vou retribuir o favor dela agora - Anuncio. – Certo, as outras coloque em um envelope, vou cuidar disso pessoalmente. – O cretino vai encrespar – Digo, colocando o jogo de foto no envelope e entregando a ela. – Sabe que ele me encarregou disso. – Posso lidar com isso – Dou uma risada. – Eu vou sair da Star – Anúncio e Ellen retira o óculos, como se eu tivesse falado a maior barbaridade da vida dela. Mas era um fato, ali não parecia um lugar pra mim, até era, mas tinha mais algumas coisas me incomodando, sabemos o que o ditado fala, que é os incomodados que se mudem. Então, dito e farei. – Você vai me deixar nessa sozinha? Isso é sério mesmo? - Ele faz drama, mas ela sabe que eu sempre estou por perto. – Ellen, você continua com a sua coluna, faz suas matérias mensamentes. Seu casamento está aí, eu não vou deixar você, apenas me afastar daqui, só aceitei essa vaga fixa por você, amor – Ela se aproxima. – Eu vou continuar trabalhando, mas sem laço com a Star, não gosto de ninguém me dando ordem. Suspiro fundo. – Não gosta de ninguém te dando ordem ou não gosta dele te dando ordem? Se ele voltou a te perturbar, eu vou falar com ele – Balanço a cabeça. Não queria envolver Ellen nisso, já estava com tanta coisa na cabeça. Meu problemas sentimentais não podiam deixar ela ainda mais sobrecarregada. – Não, deixa. Vou na paz. – Você é um dos melhores fotógrafos dessa revista e da cidade, não pode estar falando sério. – E por isso que não posso me prender só aqui. Quero ficar escondido para tirar a melhor foto, sair descobrindo os bafos da cidade. Essa cidade tem muita coisa pra receber um click. – Sabe que eu sou sua principal chefe se pegar essa reta sozinha. Você é exclusivo pra mim. – Srta. Morningstar e Richard Ramirez trabalhando em dupla de novo – Coloco a mão no peito . – Meu coração não aguenta! – Você será meus olhos e eu o escrivão. Ela sorri, se movendo, puxando a bolsa e o envelope. – Você já vai? – Sim, William está em casa e eu preciso mostrar isso pra ele, obrigado por repassar pra mim – Ela balança o envelope no ar. – Ele é um bom rapaz, só um pouco fodido – Comento, referindo ao cara das fotos dentro dos envelopes. – Vou cuidar disso, vou comprar algo pra beber e vou. – Não compra aquele troço verde – Ela gargalha. – Aquilo parece coco de pombo, Ellen! – É uma delícia. Chama-se vitamina. – Coco de pombo verde – Repito e ela ri. – Isso não me atinge. – Claro, coco de pombo vem do céu, só assim pra te atingir – Ela revira os olhos. – Se ensinar Nathan a beber esse troço, você vai se ver comigo. – Até logo, florzinha! Quando ela sai eu reúno os negativos e coloco dentro da pasta. Ellen era uma das melhores coisas que havia entrado na minha vida, ela era minha única família. Família não de sangue. Mas família de verdade, daquelas que fica sendo encomendada apenas pra você, modelo perfeito. Não imaginária sem ela perto ou próxima. Eu me aproximo do armário e puxo as coisas dos últimos meses, encarando a pilha que vai se formando, calculando o número de caixas que eu iria precisar. Escuto o barulho da porta e coloco um maço de folhas sobre a mesa, quando me viro, eu encaro a porta sendo fechada e depois o homem que se vira me encarando, o terno grafite e o modo que ele fica parado. O delicia cremosa. – O que faz aqui? – Sintam o tom nada surpreso na minha doce voz. – Você não apareceu ontem. Vejam, esse e Ian Starlini, ou Sr.Star, dono deste prédio e na logomarca Star. Ele é a família burguesa dele. Burguês s****o. Safado mesmo, fez atrocidades comigo dias atrás. Como se não houvesse amanhã ou nem o ontem mesmo. – Eu estava ocupado – Faço uma pilha de papéis e vejo ele tirar um envelope do bolso, um que eu havia escrito mais cedo e entregado pra ele. – O que significa isso? O que está fazendo com suas coisas e o trabalho - Me mexo, puxando minhas coisas. – Rick olha pra mim enquanto estiver falando. – Não preciso e não quero. – Vai fazer birra como um menino de três anos? – Vai fingir que não é gay como um adolescente? Nesse momento eu olho para ele, rindo na cara dele, ele parece com raiva, frustrado eu diria. Ele não era muito adepto ao tema sexualidade, ainda mais a dele. – Sabe que não é assim. – Você é um medroso, filho de uma mãe calculista, um filhinho de papai e um tremendo galinha covarde! – Ele dá um passo pra frente, meu coração acelera. – Para fechar, um gay. Não pensem que isso é uma ofensa. Pois não é. Ele abre e fecha a boca, seus olhos verdes faíscam. – Não vai sair dessa revista – Ele rasga o papel e joga os restos pelo ar, que cai em cascata de papéis bem pequenos. E depois, simplesmente, me dá as costas, sumindo. Como sempre. Se ele acha que eu vou aceitar isso, ele esta enganado. Não sou um bonequinho de luxo dele. Hora de desapegar ele de mim. AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD