Paolo sempre foi um garoto observador, alguém que notava os pequenos detalhes que passavam despercebidos para a maioria. Desde muito jovem, ele aprendera a ler as expressões e os gestos das pessoas ao seu redor. Ele sabia quando algo estava errado, mesmo antes que alguém o dissesse. Sua inteligência não se limitava aos livros e ao estudo das estratégias; ele também era astuto nas dinâmicas familiares e nas interações humanas. Nos últimos dias, Paolo começara a perceber algo inquietante. Sempre que Olga, a professora das crianças, olhava para seus pais, Pietro e Anne, havia algo nos seus olhos. Não era apenas o olhar profissional de alguém que se dedica ao trabalho, mas um olhar carregado de algo mais profundo. Paolo começou a reparar na forma como Olga observava o casal. Ele não conseguia

