"Você está com fome?" Rubble chamou de volta para ela.
"Hum, sim", Eleanor gritou de volta. Seu café da manhã consistia em um sanduíche frio de loja de conveniência. Antes de seu carro quebrar, ela planejava parar na próxima cidade para uma refeição de verdade e abastecer.
Com um aceno de cabeça, a dupla de motociclistas entrou no drive-thru do Arby's e Rubble recitou seus pedidos sem hesitação. Evidentemente, a dupla fazia isso com frequência. Então ele olhou para Eleanor, "O que você gostaria, Ellie?"
"Oh, hum, o molho francês vai ficar bem", disse Eleanor, surpresa com o apelido que ele automaticamente deu a ela. Ninguém nunca tinha feito isso, e ele tinha acabado de conhecê-la.
Eles foram até a janela de pagamento e Rubble entregou um cartão, pagando por suas refeições. Assim que receberam a comida, eles se mudaram para o lado para estacionar perto de mesas ao ar livre. Ele ajudou Eleanor a descer da bicicleta, encorajando-a a se afastar de qualquer rigidez do passeio antes de se acomodarem para comer.
Um gemido suave escapou de Eleanor antes que ela pudesse sufocá-lo enquanto dava sua primeira mordida no sanduíche embalado com rosbife quente. Envergonhada por sua reação, ela abaixou a cabeça e bebeu sua bebida enquanto seus companheiros compartilhavam uma risada.
"Ame uma mulher que adora comer", sorriu Rubble. "Então, quais são seus planos, se posso perguntar?"
Eleanor hesitou. Ela não tinha ideia. A resposta óbvia era continuar correndo. Mas para onde ela estava indo? Onde ela poderia esconder que Arthur não seria capaz de encontrá-la com seus imensos recursos?
Não demoraria muito para ele ver através da cortina de fumaça das cobranças de crédito e do telefone dela. Depois de eliminá-lo, ele vasculharia todos os pontos de saída da cidade. Ela pagou em dinheiro, mas sempre havia câmeras. Provavelmente foi uma coisa boa que ela tenha descido do ônibus em Trenton, em vez de levá-lo ao seu destino final. Mas isso não o confundiria por muito tempo. Eventualmente, ele viria atrás dela. Ela estremeceu.
"Isso é apenas um palpite", disse Rubble depois de vê-la se preocupar, "mas você está fugindo de alguém, não é?"
Eleanor respirou fundo, olhando para ele. Ele havia removido os óculos, deixando-os empoleirados em sua cabeça e permitindo que ela visse a simpatia em seu olhar.
"E eu estou supondo que é do bastardo que fez isso com você," Rubble tocou seu rosto, indicando os hematomas que ela ainda carregava. Como ela não estava comendo bem, ela sempre demorava muito para se curar.
Eleanor abaixou a cabeça, recusando-se a admitir que ele estava certo, mas isso não parecia importar. Rubble não esperava uma resposta. Ele tinha visto muitas mulheres na mesma posição para não saber.
"Serenity é uma boa cidadezinha", disse Rubble, "grande o suficiente para uma pessoa se esconder, mas não tão grande que seja difícil se estabelecer. E eu estarei por perto se você precisar de alguma coisa."
Eleanor piscou, olhando hesitantemente para ele.
"É um lugar seguro. Prometo."
* * *
Eleanor não sabia o que dizer, mas ele também não parecia esperar uma. Após a refeição, seus acompanhantes corpulentos a levaram para uma pousada em um bairro residencial tranquilo ao sul do centro da cidade. Tudo o que ela poderia precisar estava a uma curta distância, com o benefício adicional de não ter as câmeras de segurança de um grande hotel.
"Ei, Donna", Rubble chamou a mulher de meia-idade que fazia jardinagem silenciosamente no jardim da frente.
"Escombros, querida", ela sorriu, então viu a jovem que ele cuidadosamente ajudou a tirar da bicicleta. "E quem pode ser?"
"Esta é Eleanor", disse Rubble, "ela é nova na cidade e precisa de um lugar para ficar por um tempo. Este foi o primeiro lugar em que pensei. Eleanor, esta é Donna. Ela é um pouco maluca na velhice, mas é uma boa gente.
"Velhice!" Donna zombou, golpeando-o de brincadeira. "Temos praticamente a mesma idade, seu. Bem-vinda ao Serenity, Eleanor. Vamos te instalar?"
"Hum, tudo bem", Eleanor hesitou enquanto Rubble e Matchbook desamarravam suas malas e as carregavam para a pitoresca casa de dois andares.
O saguão foi transformado em um saguão completo com caixas de correio para os diferentes quartos. Parecia haver cinco no total. À sua direita havia uma aconchegante sala de estar transformada em área comum e à sua esquerda havia uma sala de jantar arejada com uma grande mesa capaz de acomodar dez pessoas.
Donna deu um passo atrás da mesa, abrindo um laptop elegante, "Ok, vamos ver o que temos. Acho que a sala três vai servir muito bem para você. É aconchegante e tem uma vista linda do jardim em frente. Então, nome?"
"Eleanor... Nolan", ela hesitou. Esta não era uma grande rede de hotéis e o laptop apenas um computador pessoal, então seu nome não apareceria em nenhum banco de dados. Deve ficar tudo bem.
"Tudo bem, fiz o check-in de todos vocês", Donna sorriu. "São cento e cinquenta por noite, setecentos por semana."
"Hum, tudo bem", Eleanor hesitou, vasculhando sua bolsa de ombro antes de contar setecentos dólares. "Vamos começar com uma semana."
"Claro", Donna concordou. "Aqui está sua chave. Subindo as escadas e à esquerda."
"Obrigada," Eleanor assentiu, pegando as malas de seus acompanhantes. "E obrigado."
"Pode apostar", disse Rubble, entregando-lhe um cartão de visita. "Este é o número do escritório e meu número pessoal. Ligue se precisar de alguma coisa. Eu quero dizer isso."
Eleanor aceitou o cartão. Um lado simplesmente leu Hell Hounds MC com guidão de motocicleta. No verso, ela leu Rubble, H.H. Auto body e Repair com vários números abaixo. Olhando para ele, ela lhe deu um sorriso hesitante antes de subir as escadas.
"Escombros, esses hematomas", disse Donna depois que Eleanor estava em segurança fora do alcance da voz.
"Ela está fugindo daquele que os deu a ela", respondeu Rubble, "Eu gostaria de perguntar, mas não acho que ela esteja pronta para compartilhar. Fique de olho nela, Donna. Se houver algum problema, você sabe o número.
"Claro", Donna concordou. "Ela estará segura aqui."
Rubble acenou com a cabeça antes de partirem. Por mais que ele quisesse ficar e ajudar Eleanor a se estabelecer, ele tinha sua própria missão a cumprir para o presidente. Pelo menos, ele sabia que ela estava segura por enquanto. Ele enviaria o caminhão de reboque mais tarde para se livrar de seu veículo e apagar seus rastros, embora ela parecesse ter controle sobre isso já dado quanto dinheiro ela estava carregando.
Ele daria a ela alguns dias antes de parar para vê-la e ver como ela estava se adaptando. Talvez o presidente tivesse alguma ideia de como eles poderiam ajudá-la. Se havia uma coisa que eles não tolerariam, eram mulheres ou crianças sofrendo abuso. Se a pessoa que lhe deu esses hematomas fosse inteligente, eles ficariam longe de Serenity.
* * *
Eleanor se aproximou da porta marcada com um simples três. Ela o destrancou e entrou em um quarto muito maior do que esperava. A cama de dossel estava coberta com uma colcha floral vibrante. Havia um pequeno armário e cômoda, bem como uma mesa de cabeceira e até uma estante estreita. A sala ostentava uma janela saliente arredondada que espelhava a que estava logo abaixo e tinha um banco acolchoado, tornando-o um recanto de leitura perfeito.
Eleanor arrastou suas malas e as colocou ao lado da cômoda. Ela não tinha certeza se deveria desfazer as malas, pois não sabia quanto tempo iria ficar. O som de motores rugindo chamou sua atenção para a janela. Espiando, ela observou enquanto Rubble e Matchbook partiam. Ela se sentiu m*l por não ter dado a eles um adeus adequado e obrigado por tudo o que fizeram. Era muito mais do que ela esperava.
Tardiamente, ela se lembrou de que nunca pagou a Rubble pela refeição. Talvez ela o visse pela cidade. Então ela poderia oferecer-lhe uma refeição como um agradecimento adequado. Afinal, ela tinha o cartão dele.
Uma batida suave na porta chamou sua atenção quando Donna enfiou a cabeça, "Toc, toc. Tudo ao seu gosto?"
"Sim, é adorável, obrigada", concordou Eleanor.
"Eu só queria trazer algumas toalhas limpas. O banheiro fica no final do corredor. Eu só tenho um outro locatário agora, então deve ser bom e tranquilo para você. Normalmente, eu só ofereço café da manhã, mas como somos só nós três, eu também faço o jantar. Espero que você se junte a nós."
"Sim, isso soa bem. Obrigado."
"Tudo bem. Vou deixar você chegar lá, então."
"Oh, ah, Donna."
"Sim?"
"Hum, existe um lugar onde eu poderia conseguir um telefone barato?"
"Há um Wal-mart no centro da cidade. Eles têm aqueles pré-pagos úteis. Um desses servirá?"
"Sim, isso seria perfeito."
"Por que você não se acomoda hoje à noite e podemos ir amanhã?"
"Oh, você não precisa."
"Eu preciso fazer algumas compras de supermercado de qualquer maneira", Donna acenou com sua preocupação. "Vai ser bom ter alguma companhia para variar. Que tal?"
"Sim, obrigado."
"Tudo bem. O jantar é às seis.
Eleanor sorriu quando Donna a deixou. Ela se perguntou se era hábito das cidades pequenas serem mais amigáveis em comparação com as grandes cidades ou se era apenas a natureza de Donna. De qualquer forma, ela gostou. Ela gostou muito.
Chegando a uma decisão, ela selecionou uma de suas malas e pegou seus produtos de higiene pessoal. Um banho tranquilo parecia adorável. Ela se perguntou o que o amanhã traria.