Capítulo Dez

1418 Words
Eleanor cantarolou enquanto transcrevia arquivos para o novo computador. A semana passada parecia um sonho, e ela não queria acordar. Apesar do trabalho árduo, ela se sentiu em paz. Uma vez que Eleanor fez sugestões para um triturador e um computador, Nailah ficou muito feliz em obedecer. O resgate agora ostentava um laptop e impressora de última geração, bem como um triturador, permitindo que Eleanor modernizasse os arquivos do resgate e descartasse os desatualizados. Ela levou um momento para examinar o escritório agora limpo e organizado com um sorriso. Nunca antes ela sentiu essa sensação de realização, apesar de uma vez lidar com contas multimilionárias. Aproveitando-se de sua inatividade, Bear levantou-se de sua cama de travesseiro e caminhou até ela. Ele colocou a cabeça no colo dela e ela o recompensou com carinhos e carícias. Não foi apenas o escritório que foi transformado. Na semana passada, o Rottweiler havia saído de sua concha e todas as manhãs esperava por ela na frente de seu canil. Depois de fazer algum exercício e ser alimentado, ele passou a maior parte do dia no escritório com ela, tornando-se seu companheiro de escritório. Nailah havia sugerido, afirmando que tirar Bear do ambiente do canil ajudaria a aliviar sua depressão. Eleanor concordou com isso como um experimento, mas descobriu que gostava da presença dele tanto quanto ele parecia gostar da dela. Muitas vezes ele se sentava ao lado dela e descansava a cabeça em seu colo enquanto ela trabalhava no computador, permitindo que ela o acariciasse enquanto trabalhava. Foi provavelmente o ambiente de escritório mais relaxante que ela já desfrutou. Nailah certamente foi a empregadora mais gentil que ela já teve, incluindo seu pai. Cada sugestão que Eleanor fez a Nailah não piscou e seguiu adiante, permitindo que Eleanor modernizasse e melhorasse a eficiência cem vezes. Com planilhas adequadas, Eleanor agora tinha um mapa detalhado das finanças do resgate ao longo dos anos e havia uma tendência definida. Cinco ou seis anos atrás, ela podia ver como Nailah lutava para manter o pequeno resgate à tona e os animais cuidados até serem adotados. No entanto, tudo isso mudou exatamente três anos atrás. De repente, as contas foram todas atualizadas e todas as contas foram pagas em dia. Acrescente a isso o fato de Nailah não ter vergonha de comprar novos armários de arquivo e até mesmo um computador, ficou claro que sua situação financeira havia melhorado drasticamente. Eleanor hesitou em perguntar sobre a situação, acreditando que provavelmente tinha algo a ver com o marido de Nailah. De suas conversas, ela sabia que Nailah conheceu Gus há três anos, então o momento fazia sentido. Embora Eleanor o tivesse vislumbrado várias vezes quando ele deixava Nailah pela manhã e ocasionalmente quando ele a pegava, ela ainda não havia sido apresentada. Ele era como um espectro, exceto um fantasma amigável, em vez do poltergeist que era seu ex. Ao mesmo tempo, Eleanor não pôde deixar de se perguntar quem ele realmente era. O que exatamente ele fez que lhe permitiu tanta renda disponível? "Bata, bata." Eleanor ergueu os olhos para ver Nailah na porta. Sem dizer uma palavra, ela entrou e afundou agradecida em uma cadeira, descansando os pés na outra. Eleanor sorriu, "Longo dia?" "Este bebê definitivamente não está facilitando", Nailah suspirou, acariciando seu estômago. Bear deixou Eleanor para cumprimentar Nailah e cheirar curiosamente sua barriga redonda. "E ainda tenho dois meses restantes. Só vai piorar." "Sabe, acho que é hora de você considerar seriamente contratar mais ajuda", sugeriu Eleanor, "pelo menos até depois do nascimento e provavelmente mais tarde também." "Sim, Gus disse a mesma coisa", Nailah assentiu. "Claro, se ele conseguisse, eu seria uma dona de casa. Eu não me importaria de descansar, mas também não sou alguém que pode ficar sentado o dia todo." "Eu sei o que você quer dizer", concordou Eleanor. Ela gostava de se manter ocupada também. "Mas em quem eu poderia confiar os cães e as adoções?" "Quase atualizei todos os arquivos, então você deve poder trabalhar fora do escritório. O que você precisa é de alguém para fazer o trabalho pesado e cuidar dos cães." "Mas, então o que você faria?" Nailah perguntou. Certamente, sem arquivos em todos os lugares, havia mais espaço no escritório, mas não era grande o suficiente para duas pessoas trabalharem confortavelmente. Eles estariam tropeçando nos pés um do outro. "Bem", Eleanor hesitou em abordar o assunto, "eu tenho tudo pronto para não ter que estar aqui. Quero dizer, eu ainda posso entrar e manter as coisas atualizadas para que não fique como era antes, mas você não precisaria de mim todos os dias." Nailah franziu a testa, desapontada, mas não parecia muito chateada, o que aliviou as preocupações de Eleanor. Com um suspiro, Nailah finalmente falou: "Eu sabia que não poderia durar." "O que você quer dizer?" "Quero dizer, você é bom demais", Nailah sorriu. "Seus talentos são demais para um pequeno resgate. Você merece algo maior." Eleanor revirou os olhos, querendo protestar, mas Nailah não lhe deu uma chance. "É por isso que eu estava pensando, você gostaria de trabalhar para Gus?" Eleanor piscou, "O quê?" "Gus precisa de um novo contador", explicou Nailah. "O último foi demitido por peculato. Aparentemente, ele deixou uma grande bagunça para trás. Gus tem limpado as contas por conta própria, mas não é fácil aceitar outro trabalho quando ele está tentando administrar o resto. É por isso que sugeri que ele o contratasse." "V-você fez? Mas, hum, eu nem o conheço. Quero dizer, ele não me conhece." "É por isso que eu disse a ele para vir um pouco mais cedo hoje à noite para conhecê-lo, como uma espécie de entrevista informal", Nailah assentiu. "Hum, não é que eu não aprecie isso, mas bem, eu nem sei quanto tempo vou ficar, e eu não gostaria de impor." "Elle, você realmente quer ir embora? Ou você está com muito medo de ficar?" Eleanor hesitou. Na semana passada, ela se sentiu confortável e se abriu mais para Nailah. Ela ainda não tinha contado tudo, mas Nailah era boa em ler nas entrelinhas e parecia ter um sexto sentido sobre as coisas que Eleanor se recusava a falar. "Esqueça todo o resto, esqueça seu passado, esqueça o que o trouxe aqui. Esqueça o futuro. Respire fundo e seja honesto - o que você realmente quer? Eleanor suspirou, ouvindo o mantra gentil de Nailah. Sempre parecia tão fácil quando ela falava, mas Eleanor nunca conseguia realmente deixar de lado seus medos. E se... Mas, se ela fosse honesta consigo mesma, ela sabia a resposta para a pergunta. "Eu quero ficar", Eleanor finalmente admitiu. "Eu realmente gosto daqui. As pessoas, a cidade, tudo. Eu me sinto seguro e bem-vindo." Nailah sorriu: "Eu esperava que essa fosse sua resposta." "Mas, se eu ficar, se ele me encontrar..." "Então ele terá que lidar com Gus", disse Nailah. "E acredite em mim quando digo que Gus tem jeito com esse tipo de pessoa." Eleanor lançou-lhe um olhar confuso, mas pela primeira vez Nailah não parecia estar com vontade de explicar, mesmo quando a campainha os alertou sobre um novo visitante. Ela se levantou e cambaleou até a porta. Lá, ela parou para olhar para Eleanor, ainda sentada e curiosa. "Não há problema em criar raízes, Elle", disse Nailah. "Afinal, as árvores vivem centenas de anos através do sol e da tempestade. E não há problema em confiar. Há pessoas que te amam. Você não está sozinho." Eleanor olhou para a porta muito tempo depois que Nailah se foi. Um gemido chamou sua atenção para Bear, que havia voltado para o seu lado. Talvez ela pudesse criar raízes. Talvez este lugar pudesse ser sua casa e ela não precisasse mais ser uma visitante. Ainda insegura, ela pegou o telefone e olhou para os resultados de sua recente busca por aluguéis próximos. Ela não estava pronta para se comprometer a comprar uma casa, mas sentia que queria seu próprio espaço. Olhando para o Rottweiler, outro pensamento passou por sua mente. Seria bom ter um companheiro de quatro patas compartilhando seu espaço também. "O que você acha, Urso?" Eleanor perguntou. "Quer ser colega de quarto?" O Rottweiler se mexeu, todo o seu backend se mexeu junto com a cauda do toco. Eleanor achou que era seguro chamar isso de sim. Claro, todas as casas que ela estava olhando estavam mais longe do resgate do que o B & B, o que significava que ela também precisava de um carro. Talvez ela devesse comprar um carro primeiro?
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