Alguns meses antes do prólogo: 1991.
Eu finalmente estava ali, naquele Grande Salão com um teto enfeitiçado e com candelabros o enfeitando, ali tinha quatro mesas imensas que representavam quatro casas e as duas mesas que estavam ao meu lado eram da Grifinória e da Corvinal.
Duas casas importantes, mas que não fazia meu interior borbulhar de ansiedade para usar aquelas cores.
Minerva estava chamando os alunos para serem selecionados e na minha frente estava Harry Potter conversando animadamente com Ronald Weasley. Eu também queria me aproximar e conversar com eles, mas os olhares de nojo e descrença que vários alunos me mandavam eram o suficiente para que eu ficasse o mais longe o possível daqueles dois.
Sonhei por vários anos entrar nesta escola, mas devido à má fama da minha família eu não poderia sonhar em se quer ter um amigo ou até mesmo um aliado dentro desta escola.
Estava olhando em volta e minhas mãos já suavam de ansiedade, odiava ter ansiedade, mas devido a tantos traumas, a ansiedade me acompanhou nessa minha pequena e inútil jornada. Fiquei olhando o chapéu seletor com pura admiração, queria saber como o Godric conseguiu criar aquele chapéu.
Era fantástico!
Professora Minerva retirou o chapéu seletor da cabeça de Harry e ele já estava se sentando na mesa da Grifinória que ria de entusiasmo com a chegada do "Eleito", mas minha atenção foi tirada daquela mesa. Minerva me chamava, mas o meu sobrenome não era aquele.
_ Ei, garota. - Olhei para uma Corvina e esperei ela falar. _ Professora Minerva está lhe chamando, não vai até ela?
Olhei novamente para a professora e ela realmente me chamava, mas não era meu sobrenome, será que na minha inscrição coloquei meu nome errado? Mas eu pedi Demion para revisar corretamente e ele me deu sua palavra que estava tudo ok.
_ Mas eu não me chamo Sienna Yaxley e sim, Sienna Olwey.
Todos me olharam abismados, até mesmo a professora Minerva que estava com o pergaminho em mãos. Eu era apenas uma mestiça, mas nunca usaria o sobrenome daquele homem, nem mesmo se fosse para salvar a minha vida.
_ Então não é Yaxley? - Perguntou a professora que me encarava espantada, até mesmo o diretor me olhava daquele jeito e mesmo que eu odiasse meu sobrenome por parte de pai, eu iria preferir aquele do que Yaxley.
_ Sim, meu nome é Sienna Olwey.
_ Então fizemos uma confusão com sua inscrição, me perdoe. - Pediu Dumbledore em seu assento.
_ Tudo bem, isso acontece, não é? - Eu sabia que aquilo não acontecia, mas não adiantava nada brigar por aquilo e no final são apenas sobrenomes.
_ Então, Sienna Olwey, por favor, sente-se neste banco e irei colocar o chapéu em sua cabeça.
Caminhei até o banquinho e logo me sentei, estava animada para saber qual seria a minha casa e antes da professora colocar o chapéu em minha cabeça, respirei fundo e limpei minha mente.
_ Hum. - Mexeu-se o chapéu. _ Interessante, não consigo visualizar nada em sua mente, mas mexerei um pouco nela, me permite? - Balancei a cabeça concordando. _ Muito bem, vamos ver, o que temos aqui? - Fez uma pergunta retórica. _ Hum, interessante, realmente é interessante.
O que seria interessante? Minha cabeça tem tanta coisa assim para ser interessante?
_ Enigmática, posso ver; coragem você tem; astúcia você tem desde criança; bondade e sabedoria é o que não falta, e mesmo me permitindo ver isso, ainda não me decidi. Você tem alguma casa que lhe agrade? Você poderia escolher. - Neguei com a cabeça.
Não queria escolher e se eu escolhesse a casa errada? E se todos fossem ruins comigo e me excluíssem de seus círculos de amizade?
_ Entendo, será um pouco complicado pelo simples motivo que você poderia estar em qualquer uma delas. - Aquilo surpreendeu um pouco as pessoas que estavam em minha volta. _ Vejamos, você tem a determinação, coragem e poderia muito bem ficar na Grifinória, mas com esses olhares de ódio e pena, eles não seriam bons amigos. - Pontuou o chapéu.
Mas se ele já sabia disso, por que me permitiu a opção de escolha?
_ Você tem bondade e carrega esperança dentro de você e você espera que todos sejam bons, poderia ficar na Lufa-Lufa, porém, mesmo que eles sejam bondosos, ainda existe rancor pela sua família.
Mexi desconfortável na cadeira e odiava lembrar daquela "família", se aquilo era família, não queria saber o que seria o oposto.
_ Você também tem sabedoria, inteligência e poderia muito bem ser da Corvinal, mas eles não te deixariam em paz devido ao seu sangue, mesmo que você use seu sobrenome trouxa, eles iriam descobrir a verdade.
Aquilo me deixava desapontada, tudo era devido ao meu sangue e sobrenome de lixo que me deram, mas faltava apenas uma casa.
_ Você tem astúcia e manipula bem as pessoas para o seu conforto, daria certo na Sonserina. O que devo fazer? Se eu escolher Sonserina, lá você terá amigos, mas não sei se seu psicológico aguentará.
_ Sei que você já fez decisões erradas e eu espero, do fundo do meu coração, que você faça a decisão correta. - Falei receosa.
_ Muito bem. - Falou o chapéu. _ Penso que a amizade verdadeira seria o melhor remédio e com essa ideia em minha "cabeça", eu digo com a maior convicção que você irá para a SONSERINA!
Alguns aplaudiram e outros nem mesmo me olhavam, aquilo doía, mas sei de quem era a culpa daquilo estar acontecendo comigo. Se eu não fosse a filha daquele homem, nada disso estaria acontecendo.
Sentei-me na mesa e o primeiro a me olhar foi e dizer algo foi Draco Malfoy.
_ Prazer, me chamo Draco Malfoy. - Estendeu sua mão.
Fiquei receosa, mas peguei em sua mão e apertei.
_ Prazer, me chamo Sienna Olwey.
_ Olwey? Nunca ouvi esse nome, você é nascida trouxa? - Perguntou já com nojo em sua fala.
_ Não, sou mestiça, meu pai é um bruxo e minha mãe era nascida trouxa.
_ Pelo menos sua mãe tem magia, sinto nojo daqueles mestiços com pais sem magia. - Olhei para o meu lado direito e vi um menino n***o que prestava atenção em nossa conversa. _ Perdoe-me, me chamo Blásio Zabini.
_ Prazer, eu acho que você já sabe meu nome. - Respondi meio envergonhada.
Antes dele me responder, uma pessoa abriu a porta do grande salão pegando todos de surpresa, ele respirava ofegante e tentava falar alguma coisa.
_ Perdoe-me, mas quem seria o senhor? - Perguntou a professora Minerva.
_ Desculpe o atraso e eu me atrasei porque a senhorita Granger não me avisou que horas sairia o trem. - Todos do salão olharam a Granger.
_ Certo, mas o senhor seria? - Perguntou novamente a professora.
_ Me chamo Thomas Calluni. - Respondeu o garoto.
Ele era um pouco alto, talvez medisse 1,60, era pardo, seus cabelos eram lisos, mas nem tanto e seus olhos chamavam mais a atenção, era um verde vibrante, talvez a cor de Avada Kedavra, mas um pouco mais forte.
Seus lábios eram finos, porém, nem tanto, ele era da medida certa e com certeza não era apenas eu que estava encantada por ele.
_ Ele é tão lindo, nunca vi um garoto tão lindo em toda a minha vida. - Respondeu à garota do meu lado esquerdo.
_ Você pode tirar os olhos, Pansy, ele será meu. - Falou a garota da minha frente.
_ Eu que digo isso, Greengrass. - Falou a tal de Pansy.
Com a chegada do garoto no salão que estava em silêncio vendo os outros serem selecionados, virou um caos e foi preciso pedir calmaria. Todos queriam saber onde Alistair iria colocar o garoto bonito, alguns estavam apostando e os irmãos Weasley estavam lucrando.
_ Aposto que ele irá para Sonserina. - Falou um dos gêmeos Weasley.
_ Acho que ele irá para Corvinal, eu aposto 5 galeões que ele vai para Corvinal. - Falou Olívio Wood.
_ Silêncio! - Brandou a professora Minerva. _Muito bem, senhor Thomas Calluni?
- O garoto ficou pálido. _ Sim, você está na lista, por favor, sente-se no banquinho.
A cor de suas bochechas voltava lentamente para o garoto e todos estavam ansiosos para saber que casa ele ficaria, o silêncio que antes foi pedido, agora era agoniante ficar nele.
_ Não pode ser! - Gritou o Alistair e aquilo assustou todos. _ Eu não contarei, senhor Calluni, mas eu não conto por eu ser de Hogwarts e não por ser benevolente a você. Como selecionei você naquela "época", eu irei selecionar nesta. Mas espero que você não faça nada com a minha preciosa escola. - Pontuou o chapéu. _ Muito bem, SONSERINA!
_ Já pode passar os galeões para cá, galera, e você, Wood. - Apontou para o garoto. _ Pegarei leve, apenas me dê 4 galeões. - Falou o outro gêmeo Weasley.
_ Nunca aposte com os gêmeos, é isso que eu sempre falo. - Falou Ronald com Harry.