Episódio 3

1859 Words
Dilan olhou para a criança que estava sentada no colo da mulher que ele pensava ter amado no passado e que, na verdade era outra pessoa. Aquele pirralho estava com os braços cruzados, olhando para ele desafiadoramente e a mulher atrás dele parecia gelatinosa pelo nervosismo que sentia. — Ninguém planeja falar? Ele perguntou, ainda olhando para Nicole. — O que você está fazendo aqui, Nicole? O que aconteceu há três anos não foi suficiente para você? — Eu não vim aqui porque quis. A sua voz tremia. — Fred se ofereceu para nos levar para casa quando você ligou para ele, fique tranquilo, não tem nada a ver com você. — Três anos atrás você não falou a mesma coisa, quando fingiu ser outra pessoa para ficar com o meu dinheiro e agora vem com esse pirralho... — O nome dele é Jonas. Disse Fred, entrando na conversa. — Ele é seu filho, você não vê que ele é uma cópia sua? — Não posso ter filhos, é impossível. Murmurou ele com raiva. O que eles estão me dizendo é mentira, é melhor deixarem essas histórias para outra pessoa, porque realmente estão me incomodando muito esse tipo de conversa. — O que lhe dizemos é verdade, ele é seu filho. Disse Nicole, levantando-se. — No entanto, não é como se ele quisesse que você estivesse na vida dele. Nunca precisei de você para apoiar o meu filho. — Nicole… — Não, Dilan. Ela olhou para ele desafiadoramente. — Você disse que era estéril, eu aceitei, porque você não ia acreditar em mim se eu te contasse que estava grávida, não é como se você tivesse me deixado opções para te contar tudo, você fechou a porta na minha cara e eu aceitei isso também. Ela exalou. — Você nem me deu uma chance de ter um emprego, porque todas as pessoas me viraram as costas nisso também, então estou pedindo agora para você parar. Tudo que eu quero, é que o meu filho tenha uma vida boa… — Não. — Por que não? — Porque eu ainda te odeio e o fato de você ter tido um filho com outro homem para me fazer considerá-lo meu depois de três anos, deixa muito a desejar de uma mulher como você. — Eu nunca estive com outro homem e... — É melhor sairmos daqui. Disse Fred, pegando a mão de Nicole, e isso incomodou Dilan. — Estou saindo, enviarei os documentos em algumas horas ou quem sabe amanhã. — Quero-os em meia hora... — Tenho que ir levar a Nicole para casa, não vai demorar muito. — Ela pode esperar na sala de reuniões com o filho enquanto terminamos o trabalho. Ele se virou e abriu a porta ao lado do seu escritório. — Agora. — Mãe, estou com fome e esse homem me odeia. O menino começou a chorar e Nicole se levantou, passando por ele. — Te odeio. — O ódio é mútuo, pirralho. O garoto mostrou a língua para ele e ele fez o mesmo... ele nem tinha percebido isso. — Ele tem três anos, é muito inteligente e sabe muitas coisas. Disse Fred atrás dele. — É seu filho, faça um teste de DNA e você verá que não é estéril como sempre acreditou. — Desde quando você sabe? — Desde que você a deixou abandonada à própria sorte, ela mora comigo. Ela é minha funcionária. Fred parecia sério e Dilan não gostou da resposta dele. — Ela não merecia tudo o que você fez a ela e ao seu filho... — Ele não é meu filho. Ele murmurou, irritado. — Pare de dizer isso. Não posso ter filhos, sou estéril. Anos atrás sofri aquele acidente e... — Você não se protegeu quando teve intim*idade com ela. Fred deu de ombros. — Faça o teste de DNA, aí você decide o que fazer, porque aquela criança é idêntica a você e tem três anos. — Não… Fred começou a se afastar. — Onde você está indo? — Pedir comida, eu ia comer com eles antes de você me ligar para me incomodar. Dilan beliscou a ponta do nariz e caminhou inconscientemente até a sala de reuniões. Ele abriu a porta lentamente e observou Nicole tirar a roupa daquele pirralho, ele franziu a testa ao ver que o menino tinha marcas nos braços, pernas e costas. Ela também lhe deu remédios, que Jonas recusou. Ela ainda tinha aquele olhar azul que o encantou no passado, eu deveria ter percebido as mudanças nela assim que estiveram juntos pela primeira vez. Ele fechou a porta, discou o número de um laboratório para marcar uma consulta e fazer o teste de DNA. Ele iria provar que Fred estava errado e que ele não era o pai daquela criança. Sem dúvidas ela manipulou o meu amigo como fez comigo um dia. Ele fingiu estar trabalhando quando Fred entrou com alguns sacos de comida e os passou pela porta para Nicole. O seu olhar baixou para o menino que estava agarrado às pernas da sua mãe, e ele retribuiu o mesmo olhar de ódio que lhe lançou minutos atrás. — Seu pirralho, cria do dia*bo, filho de Lúcifer. Ele murmurou baixinho. — Por que você está com tanta raiva? Fred perguntou a ele, com a voz divertida. — O que essa criança tem no corpo? A sua mãe apresentou drogas para ele? — Não, Jonas nasceu com problemas renais. Fred entregou-lhe alguns documentos. — Ele é uma criança forte, embora à noite chore porque não pode ir ao banheiro, o seu estômago dói e Nicole tem que correr para o hospital. — E por que ele não faz uma cirurgia? — Porque o nome dela está riscado em todos os lugares por sua causa. Disse Fred, com raiva. — Nicole Richter, a esposa do famoso Dilan... sejamos honestos, o fato de você ter colocado um preço na vida dela a marcou. Ainda não contei a ela que você é a causa do filho dela passar por esse tipo de situação. — EU… — Você sabia bem que ela poderia fazer a vida dela, uma nova família longe de você, mas decidiu usar as suas influências para que o nome dela fosse riscado em todos os lugares. Ele balançou a cabeça. — Eu tenho como ajudá-la, você sabe, mas o fato de você estar incomodando a vida dela já é demais, porque a única culpada de tudo isso é a Natacha, ela é quem você tem que procurar. — Eles são todos culpados do que aconteceu. Ele bateu na mesa. — Deixe-me em paz, tenho trabalho a fazer. Frederick saiu do escritório, batendo a porta com força. Ele não conseguia se concentrar por mais que quisesse, vê-la depois de três anos, com uma criança que realmente se parecia com ele, já era muita pressão. Ele iria matá-la aos poucos se descobrisse que aquele pirralho era seu filho, na verdade, sim, era isso que ele faria. — Dilan. Nicole o chamou. — Posso usar o seu banheiro, por favor? — Para que? Ele fingiu estar fazendo o seu trabalho. — Você não estava indo embora? — É porque eu quero dar banho no Jonas. Isso o fez olhar para ela, depois olhou para o filho de Lúcifer. — Vou limpar tudo, prometo. — Você sempre faz isso. Ele disse sem pensar, e então pigarreou. — Você pode usá-lo e dizer a seu filho que ele não pode desprezar os mais velhos. — Ele também é seu filho e faz a mesma coisa que o pai, olhando m*al para metade do mundo. Incapaz de ouvir o que Nicole disse baixinho sobre o seu comentário, o garoto mostrou a língua para ele novamente. Ele contou até dez mentalmente, deixando a mão cair no rosto, porque realmente estava com vontade de matar uma criança de três anos. Ele fingiu estar deitado na cadeira com o celular, empurrou-o um pouco para trás e observou Nicole levantar a saia, se curvar e a sua b*unda começar a aparecer. E de novo aquele menino estava olhando para ele. Dilan levantou uma sobrancelha, e ele fez o mesmo, ele inclinou a cabeça, e Jonas fez o mesmo, ele mexeu o pescoço de um lado para o outro, e ele fez o mesmo... — Sr. Richter? A sua secretária entrou no escritório sem bater, e ele teve que retornar à mesma posição. — O Senhor tem uma reunião mais tarde e o seu pai quer vê-lo. — Infelizmente, você tem que dizer ao meu pai que este não é um bom momento para ele ficar me incomodando com os seus problemas com os quais não me importo. Dilan suspirou cansado. — Mais alguma coisa que eu preciso saber? — Não, senhor. — Então, saia. — Terminei... Nicole parou de falar, quando encontrou a secretária do Dilan na sua frente. — Vejo que é um momento ru*im. — O que você está fazendo aqui? Nicole não respondeu, simplesmente abraçou o filho com força contra o peito e continuou caminhando até a sala de reuniões. As roupas daquele pirralho estavam sujas, então não haveria como vesti-las. A minha secretária ainda estava de pé quando ordenei que ela saísse. Essas duas nunca se deram bem, com a Natacha era bem diferente, pareciam até ser melhores amigas. Nicole saiu da sala de reuniões novamente sem o pirralho nos braços, ele a viu entrar no banheiro e pegar o esfregão com balde... — Não é verdade que a minha mãe é linda? Dilan deu um pulo na cadeira ao ver a criança enrolada na toalha. — Por que você não me ama? — Porque você não é meu filho, só nos conhecemos há algumas horas. Ele tentou não parecer assustado com o tremendo susto que levou. — A sua mãe não te deixou naquela sala? — Sim, mas eu queria falar com você... — Você fala muito fluentemente para uma criança de três anos. Dilan estreitou os olhos, e o Jonas fez o mesmo ou pelo menos tentou. — Tem certeza que tem três anos? — A minha mãe me disse que você já sabia muitas coisas na minha idade e que estava na escola por ser o mais inteligente de todos. Dilan assentiu, olhando para o menino. — Mas você me trata m*al e não entendo por quê. — Você não é meu filho, não pode ser. — Lamento dizer que você é meu pai. O olhar do menino era desafiador. Porque vou rir muito de você quando a minha mãe se casar com o tio Fred. — O que fará o que? Com quem? Dilan quase deu um grito. ‍​‌‌​ ‌‌‌​​‌​‌‌​‌​ ​‌ ‌‌‌​‌‌​​​‌‌​​‌‌​‌ ‌​​​‌ ‌ ‍​‌‌​ ‌‌‌​​‌​‌‌​‌​ ​‌ ‌‌‌​‌‌​​​‌‌​​‌‌​‌ ‌​​​‌ ‌‌‍
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