Insistindo em saber a verdade.

1369 Words
Após três dias de repouso em casa, eu ainda me sentia inquieta. A sensação de que algo estava sendo escondido de mim me perturbava. Finalmente, decidi que precisava ir até a casa da minha mãe. A presença do baú trancado estava me consumindo, e eu precisava confrontar minhas dúvidas. Quando compartilhei minha decisão com Evan, ele ficou visivelmente preocupado. — Amor, você está bem para ir lá? E se isso acabar te deixando nervosa de novo? — perguntou ele, com expressão preocupada. Eu entendi a preocupação dele, mas estava determinada. — Eu preciso fazer isso. Preciso ver minha mãe e tentar entender melhor o que está acontecendo — respondi, tentando transmitir confiança. Depois de muita hesitação, Evan concordou em me levar até a casa da minha mãe. Ele decidiu ir ao escritório logo depois, pois precisava voltar ao trabalho. — Vou te deixar lá, mas se você sentir qualquer coisa estranha, me avise imediatamente, está bem? — disse ele, enquanto me ajudava a entrar no carro. — Tudo bem. Vou me cuidar. Chegamos à casa de minha mãe e, com um beijo suave em meus lábios, Evan me deixou com a promessa de me buscar mais tarde. Ele então seguiu para o escritório. Assim que ele saiu, minha mãe me recebeu com um sorriso caloroso. — Olá, querida! Como você está se sentindo? — perguntou ela, enquanto me conduzia para a sala de estar. Conversamos sobre o dia a dia, tentei manter a conversa leve e focada nas coisas mais triviais. No entanto, a ansiedade estava sempre à espreita. Depois de um tempo, minha mãe anunciou que precisava ir ao mercado para comprar pão. — Vou ao mercado comprar pão para nós. Você fica bem por aqui? — perguntou ela, enquanto se dirigia para a saída. Essa era a minha chance. Assim que a porta se fechou atrás dela, meu coração acelerou. Fui direto para o quarto onde o baú estava guardado. A chave estava no mesmo local de antes, um esconderijo atrás do quadro, e eu consegui encontrá-la sem dificuldade. Com mãos trêmulas, comecei a tentar abrir o baú. O tempo parecia se arrastar enquanto lutava contra a fechadura. No entanto, antes que eu pudesse descobrir qualquer coisa, ouvi a porta da frente se abrindo. Assustada, levantei-me rapidamente e fechei o baú. Olhei para a porta do quarto, esperando que minha mãe não tivesse voltado cedo demais. Mas, para meu terror, era meu padrasto que entrava na casa. Ao me ver, ele franziu a testa e se aproximou com um olhar ameaçador. — O que você está fazendo aqui? — perguntou ele, a voz carregada de hostilidade. — Não se atreva a mexer no baú novamente. Eu não quero ter que lidar com você aqui. Ameaçada, minha respiração ficou ofegante. O medo tomou conta de mim. Minhas mãos ficaram moles, fazendo com que a chave caísse no chão. Sem pensar, saí correndo da casa e, ao alcançar a segurança do exterior, liguei para Evan. — Evan, preciso que venha me buscar agora! — minha voz tremia de pânico. — Meu padrasto chegou e me ameaçou. Eu não consigo ficar aqui! — Estou indo aí agora mesmo! — respondeu Evan, com urgência na voz. Em poucos minutos, ele chegou à casa. Ele saiu do carro com o olhar cheio de raiva, querendo entrar na casa e tirar satisfação com meu padrasto, mas eu o impedi. Devido à minha gravidez, ele me olhou e assentiu com a cabeça, e me levou para o carro. Eu estava agitada e em choque, mas aliviada por estar longe daquela situação. Enquanto voltávamos para casa, eu sabia que precisava encontrar uma maneira de entender o que realmente estava escondido naquele baú, mas também sabia que precisava agir com cautela para não colocar minha saúde e bem-estar em risco. A viagem de volta para casa foi silenciosa, com Evan mantendo uma expressão de preocupação profunda. Eu estava imersa em meus pensamentos, ainda processando o que havia ocorrido na casa da minha mãe. O medo do encontro com meu padrasto e a sensação de estar sendo impedida de descobrir a verdade estavam me consumindo. Quando chegamos em casa, Evan me ajudou a entrar e se certificou de que eu estava confortável antes de qualquer coisa. Seus olhos não deixavam de me observar, refletindo a tensão e a ansiedade que ele sentia. — Vamos sentar e conversar sobre o que aconteceu — disse ele, tentando manter a calma. Sentamo-nos no sofá e eu comecei a relatar o que havia ocorrido. Com cada palavra, a tensão em Evan parecia aumentar. — Meu padrasto chegou e me ameaçou. Ele não queria que eu mexesse no baú, e eu... eu sinto que há algo de muito errado ali. Eu não entendo por que ele reagiu daquela forma — minhas palavras saíam entrecortadas pela preocupação. Evan ouviu atentamente e, ao terminar de contar, ficou em silêncio por alguns momentos. Finalmente, ele falou: — Sei que isso é difícil, mas precisamos encontrar uma maneira de descobrir a verdade sem colocar sua saúde em risco. A última coisa que quero é que você passe por mais um estresse desnecessário. — Eu sei, Evan. Mas não consigo ignorar a sensação de que há algo muito importante ali. Eu sinto que precisa ser revelado — respondi, tentando conter a emoção. Ele assentiu, compreendendo a gravidade da situação. — Vamos planejar isso com cuidado. Talvez possamos pensar em uma maneira de abrir o baú sem que ninguém perceba. Precisamos ser estratégicos e garantir que você esteja segura durante todo o processo. Não podemos agir precipitadamente. Naquele momento, um plano começou a se formar. Decidimos que, na próxima vez que minha mãe saísse, eu tentaria novamente abrir o baú, mas desta vez com a ajuda de Evan. Precisávamos de uma abordagem mais segura e menos arriscada. No resto da noite, Evan e eu planejamos cuidadosamente. Planejamos ir à casa em algum momento em que eles não estivessem, assim eu pegaria a chave no vaso de flores e entraríamos. Evan ficaria de guarda na porta do quarto enquanto eu abriria o baú. Não seria difícil, pois sabia que minha mãe e meu padrasto saem todo sábado à tarde para algum lugar que nunca me contaram onde era. Além disso, eu tentaria manter minha calma e evitar qualquer confronto desnecessário com meu padrasto ou minha mãe. Após uma longa noite de planejamentos, eu e Evan fomos dormir. Deitados na cama, ele me olhou nos olhos e se aproximou para um beijo carinhoso e apaixonado. Após isso, eu deitei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos, enquanto ele acariciava minhas costas. Conforme as semanas foram passando, Evan me dizia cada vez mais sobre como estava difícil resolver o caso da garota Suri. Ele dizia que seu cliente parecia realmente inocente, mas faltavam provas que poderiam inocentá-lo. Enfim, as semanas se passaram e finalmente o dia chegou. Quando minha mãe disse por telefone que iria sair com meu padrasto para realizar algumas tarefas, incluindo uma visita rápida ao mercado, eu e Evan nos preparamos para agir. Prontos e com um plano bem definido, estávamos finalmente indo até a casa de minha mãe para enfrentar o desafio. Ao chegar lá, ficamos distantes da casa, dentro do carro, esperando que eles saíssem. Enquanto minha mãe se preparava para sair, Evan e eu esperávamos ansiosos. Meu padrasto já estava lá fora, esperando minha mãe. Eu sentia o peso da situação em meus ombros, mas também um sentimento de determinação. Era a chance de finalmente descobrir o que estava escondido e entender a verdade. — Lembre-se, devemos ser rápidos e silenciosos — disse Evan, enquanto observávamos a casa. Depois de um momento, ela finalmente saiu, entrou na caminhonete do meu padrasto e esperamos até o carro sumir da nossa vista. Assim que parecia tudo livre, saímos do carro e fomos para a casa. Olhei para o vaso e peguei a chave. Assim que abri a porta da casa, suspirei fundo, sentindo minhas mãos suarem frio. Evan colocou cuidadosamente sua mão em meu ombro, demonstrando apoio e cuidado, me dando mais força para entrar. Fui para o quarto e, ao tirar o quadro onde a chave estava, não a encontrei. Olhei para Evan, nervosa.
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