Adrian — O Peso da Máscara (continuação) Ela deu um passo lento para o lado, o salto estalando no piso. Contornou a cadeira como predadora rodeando a presa. O couro da cinta arrastava pela minha camisa, e depois pelo braço da poltrona, até que desapareceu da minha visão. Senti sua respiração antes de ouvi-la. Quente, úmida, roçando contra meu ouvido. — Me diz… — a voz dela veio baixa, quase um sussurro, mas carregada de veneno doce. — Por que me chamou pra uma dança particular? Não bastou o que teve lá fora? Minha mandíbula travou. O coração batia lento, pesado. Eu não respondi. Foi então que a cinta estalou contra minha perna. Um golpe seco, inesperado. Não doeu. Mas o estalo ecoou na sala e fez meu sangue ferver. O riso provocante dela quase não chegou a sair. Porque naquele instan

