Adrian — O Peso da Sala de Vidro Adriel vinha me acompanhando pelo corredor de vidro como se fosse um turista em museu. O prédio inteiro estava no compasso da minha respiração: secretárias andando rápido, estagiários desviando os olhos, gerentes surgindo com relatórios debaixo do braço. Cada passo meu carregava o som seco do couro dos sapatos contra o mármore. Parei diante da porta dele, a placa com letras cromadas refletindo a luz fria do andar: Expansão & Relacionamento — Diretor Adriel Monteiro. Virei o rosto para meu irmão. — Aqui é onde você deveria estar. — falei, sem levantar o tom. — Relatórios, contratos, números. Trabalhe. Ele ergueu as mãos, como quem se rendia, mas com o sorriso debochado que sempre carregava. — Sim, senhor general. Mas vou te lembrar: nem todo contrato é

