**Adrian — O Peso da Noite Que Chega** O relógio já passava das 18 horas quando fechei a última pasta que estava sobre a mesa. O couro do encosto da cadeira gemeu quando me levantei e ajustei o paletó sobre os ombros. A caneta Montblanc estava perfeitamente alinhada, como se fosse uma sentinela atenta. Ordem. Disciplina. Cada objeto em seu devido lugar. Adriel, claro, não se encontrava exatamente em nenhum lugar que fosse digno de nota. Ou melhor: ele estava jogado na poltrona em frente a mim, pernas abertas, celular na mão, rindo de algum vídeo irrelevante. Ele nunca soube quando o silêncio poderia falar mais do que mil palavras. — Vamos? — perguntei, com um tom seco. Ele saltou da cadeira, ajeitando as mangas da camisa com um ar despreocupado, como se estivesse se preparando para uma

