(continuação)
Sera respirou fundo, limpando rápido as lágrimas com a ponta dos dedos, como se não quisesse que eu percebesse. Mas eu vi. Sempre via.
Ela abriu os olhos, marejados, e a voz saiu num sussurro cheio de culpa:
— Você só tá naquele lugar por minha causa, né? Pra pagar remédio, consulta, exame… tudo isso.
A frase me atravessou como faca. Soltei o ar devagar, senti o peso desmoronar nos ombros e caminhei até o sofá. Me sentei ao lado dela, puxando devagar a manta que cobria seus braços e segurando suas mãos geladas entre as minhas.
— Ei… olha pra mim. — pedi, firme, mas com o nó na garganta.
Ela ergueu os olhos devagar, os cílios molhados, a boca tremendo como se segurasse um pedido de desculpa que não tinha motivo pra existir.
— Eu queria te ajudar, Isa… — a voz dela quebr
