Isabela — Entre o Diagnóstico e a Máscara (continuação) O silêncio me esmagava. O gerente me olhava como quem esperava um “sim” inevitável. As meninas atrás me queimavam com os olhos, entre deboche e curiosidade. Lola foi a única que se inclinou, apertando meu braço com firmeza. — Isa… é dinheiro demais pra desperdiçar. Dinheiro vivo, agora. — a voz dela era baixa, quase um conselho. — Ninguém aqui tem esse privilégio. Assenti sem responder, mas por dentro meu estômago se retorcia. Elas não sabiam. Nenhuma delas. Não sabiam dos exames que eu teria que pagar de novo amanhã. Não sabiam da consulta marcada, dos remédios absurdamente caros que já faltavam na prateleira lá de casa. Não sabiam da tosse da Sera ecoando no quarto durante a madrugada. O mundo inteiro podia pensar que eu era

