📓 Adrian — O Apartamento Monteiro O relógio marcava quase dez da noite quando saí do banho. A fumaça ainda grudava nos espelhos do banheiro, e o cheiro de sabonete amadeirado misturado ao meu perfume já anunciava que a noite ia ser longa. No quarto, joguei a toalha de lado e vesti uma calça preta de corte reto, justa o bastante pra cair perfeita no corpo. Camiseta preta simples, lisa, mas de tecido fino, que colava nos músculos sem precisar de logotipo nenhum pra impor respeito. Por cima, uma jaqueta de couro escura, caída nos ombros como armadura. Passei a mão pelos cabelos, deixando bagunçados de propósito nada engomado, só a desordem certa. No pulso, o relógio pesado. No bolso, a carteira e a chave do carro. Discreto, mas suficiente pra gritar o que precisava: presença. A porta abri

