**Isabela — Amanhecer** A luz da manhã penetrava pelas frestas da cortina, tingindo o quarto com suaves tons alaranjados e rosados. Enquanto o dia começava do lado de fora, dentro do nosso apartamento o tempo parecia estar congelado um peso denso e sufocante envolvia cada canto. Eu não havia conseguido dormir uma única gota. Passei a noite inteira sentada no sofá, ao lado de Sera, contando a cada respiração irregular dela. Sentia o calor intenso que emanava de sua pele e a cada trinta minutos, olhava para aquele oxímetro que parecia zombar das minhas esperanças. Noventa e dois. Noventa e três. O número não subia, inexoravelmente. Tentei tudo: preparei chá, fiz compressas frias, até abri as janelas na esperança de que uma brisa fresca ajudasse. Mas a febre dela era como um fogo que não s

