capítulo 73

1136 Words

📓 Adriel Monteiro A maré subia devagar, beijando os tornozelos dela, e eu ainda tava ali parado, hipnotizado. O vento carregava o cheiro de sal, o som do mar misturava com a respiração dela, e o mundo, de repente, parecia caber inteiro dentro daquele silêncio. Ela não falava mais. Só olhava pro horizonte, como quem tenta negociar com o tempo. E eu, i****a que sou, desejei poder pagar qualquer preço pra parar aquele relógio invisível que ela sentia correndo nas veias. Eu ia dizer alguma coisa, qualquer coisa só pra tirar o peso do ar, quando o celular vibrou no bolso. O som foi uma facada no meio da calmaria. Peguei o aparelho, olhei o visor. Adrian. O nome dele piscando na tela parecia um lembrete de que o mundo real não deixa a gente viver em paz por muito tempo. Atendi. —

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