📓 Naração de Serfhina Aquela tosse maldita ainda arranhava minha garganta, mas eu forcei o sorriso, engoli o desconforto e me levantei. O vento agora vinha mais forte, e o som das ondas parecia me chamar. Dei alguns passos na direção da água, sentindo a areia fria ceder sob os pés. A maré vinha mansa, molhando meus tornozelos, e o sal ardia um pouco nas rachaduras da pele. Por algum motivo, aquilo me fez bem como se a dor pequena escondesse a grande. Olhei pro mar. Tão vasto, tão cheio de vida… e eu ali, pequena, finita, tentando convencer meu corpo cansado a continuar respirando. A lua refletia na água, e por um instante, tudo ficou calado. O tempo parou. E foi nesse silêncio que as lágrimas começaram a cair lentas, mornas, traindo tudo o que eu vinha escondendo até de mim me

