Capítulo 03

1225 Words
Camila Bastos Logo o menino que havia me atropelado saiu andando, dizendo que estava muito ocupado, mas que voltaria mais tarde e eu não entendi nada. Comecei a andar pelo corredor, indo em direção a uma porta que se encontrava aberta, tinha algumas pessoas lá, o que me indicava que poderia ser algo interessante. Quando cheguei mais perto, possibilitei-me enxergar aquela sala mais a fundo. Havia alguns livros e filmes em estantes e também uma televisão onde poderíamos quem sabe assistir. Um menino estava sozinho sentado no sofá em frente à televisão e então resolvi pedir ajuda para ele. — Olá. — Falei, passando a mão em seu ombro para chamar sua atenção. — Oi. — Ele me olhou de cima a baixo. — Sabe onde eu posso achar algo para comer? — Perguntei. — No refeitório? — Ele perguntou irônico, o que me fez ficar com raiva e sair andando. Mal cheguei ali e já estava sendo maltratada. Por mais que a minha colega de quarto Larissa fosse legal, as outras pessoas pareciam ser mais desastradas e m*l educadas do que eu estava acostumada a conviver. Voltei andando pelo corredor, olhando para todos os lados, e comecei a descer a escada. Logo, ouvi alguém correndo na minha direção e me segurei na parede para não ser atropelada novamente. Mas era apenas o menino irônico. — Desculpe-me. — O menino que estava no sofá pediu. — Por? — Perguntei, tentando fazer-me de desentendida, não queria que ele pensasse que havia me deixado chateado com a maneira que havia falado comigo. — Porque só agora que me toquei que é novata e fui meio ignorante com você. — Explicou-se. — Não que eu não esteja acostumada. — Falei, e pisquei para ele. Espero que ele esteja entendendo que estou sendo sarcástica. O garoto ficou me encarando por um tempo com um olhar malicioso e já estava ficando enjoada. — Vai ficar me olhando menino? — Perguntei revirando os olhos. — Desculpe-me, Felipe. — Falou estendendo a mão para mim. Fiquei em dúvida se apertava ou não na sua mão, mas resolvi apertar. O que me restava? Eu não conhecia ninguém. — Camila. — Apresentei-me. Ele soltou um sorriso estranho e continuou me encarando. — Por acaso você está dividindo o quarto com a Larissa? — Ele perguntou e concordei com a cabeça. — A conhece? — Perguntei. Ele assentiu com a cabeça novamente. — Minha amiga, estudou comigo desde sempre, e o Gabriel também, você logo vai conhecer ele. — Felipe afirmou. Felipe Freitas Nossa que menina era aquela? Como eu pude ser tão ignorante com a mesma? Nunca tinha visto nada igual no colégio. Acabei tendo que sair correndo atrás dela, ela já se encontrava perto da escada. Ainda bem que parou de andar ao ouvir a movimentação. Não conseguia parar de ficar olhando aquele corpo divino. E aquele olhar, a boca pequena, mas tão linda. — Eu acho que já esbarrei com ele hoje. — Ela afirmou. Como assim ele já havia visto ela e nem havia vindo me contar? — Você ainda quer ir comer? — Perguntei, pensando que seria uma boa ideia acompanha-la na sua primeira refeição. — Quero sim, estou com muita fome. — Respondeu, passando a mão na barriga e sorrindo. Nós fomos até o refeitório que ficava no primeiro andar. Era enorme e muitos alunos estavam lá. Algumas pessoas estranhavam a nossa caminhada, provavelmente eram alunos que já me conheciam e não entendiam porque eu estava andando tão cedo com a novata. Gabriel estava sentado com uma menina e parecia um bobo apaixonado. Passei por ele deixando um t**a na sua costa. — Ele que é o Gabriel. — Falei apontando para o mesmo. — Ele trombou comigo no corredor. — Comentou. Passamos no balcão onde havia alguns lanches, tanto naturais quanto os normais, e uma máquina de sucos e refrigerantes. Como ela ainda não conhecia nada, expliquei um pouco sobre como funcionava a hora das refeições. Peguei um lanche enorme, e uma lata de Coca-Cola. Para a minha surpresa, ela pegou um lanche igual o meu. — Não achei que tu fosse o tipo de menina que come lanches desse tamanho. — Talvez não fosse o melhor comentário para se fazer naquele momento, mas gostei do fato de ela ser diferente. — Eu como mesmo, não me importo. — Ela afirmou, dando de ombros. Logo Larissa veio andando até a nossa mesa, estava com um olhar estranho e triste. Não era por qualquer motivo que estava daquela maneira, mesmo porque, alguns minutos atrás estávamos juntos e ela sorria feliz. Sentou-se ao meu lado e coloquei os braços em volta do pescoço dela, deitou a cabeça no meu ombro. — O que foi Lari? — Perguntei. — Nada não. — Respondeu. Olhei para a Camila e ela nos olhou, encarou-me e olhou para o lado, tentando disfarçar. Comemos em silêncio dessa vez e a Larissa continuou quieta na mesa. Ela não queria comer nada, apenas deu uma pequena mordida no meu lanche. — Vou para o meu quarto. — Camila falou. Até pretendia ir junto com ela, mas Larissa não pareceu à vontade e permaneceu quieta, então nem me levantei. Seria estranho caso eu optasse em levantar, sendo que a minha melhor amiga estava precisando de mim por algum motivo que eu desconhecia. Larissa Medeiros Doeu-me vê-los juntos. Ela m*l tinha chegado e ele já havia a levado para comer no refeitório. Desde os dois anos que estudo aqui, Felipe nunca levou nenhuma menina para almoçar ou jantar lá, além de mim. Confesso que fiquei com muito ciúme deles. Ela estava achando que seria assim fácil? Roubar ele de mim? As minhas amizades eram feitas aos poucos e eu demorava até conseguir criar uma i********e com alguém, não poderia perdê-lo agora. — Agora que ela já saiu, conte-me o que está acontecendo. — Felipe pediu. — Só estou sentindo um m*l-estar. — Expliquei mentindo. Fomos andando abraçados pelos corredores, Felipe fez questão de esbarrar no Gabriel, deixando o mesmo totalmente sem graça na frente da menina que ele gostava. Felipe me deixou na porta do meu quarto e depositou um beijo na minha testa. Gostava do carinho que recebia dele e imaginava o dia em que eu tivesse coragem para contar todos os meus sentimentos pelo mesmo. Camila Bastos Estava deitada na minha cama, depois de tomar um banho rápido. Cada quarto do corredor havia um banheiro pequeno. Havendo espaço suficiente para a pia, um espelho, vaso sanitário e chuveiro. O livro que estava lendo dessa vez era A Seleção. Já havia lido, mas trouxe para ler de volta, quando fui interrompida pela porta batendo. — Você chegou. — Falei como um sussurro. Ela apenas assentiu e foi para o banheiro. Guardei meu livro e aconcheguei-me na cama. Estava um pouco frio e dormi. Felipe Freitas Deu-me uma enorme vontade de entrar no quarto da Larissa só para ver se Camila ainda estava acordada e poder conversar um pouco mais. O colégio tinha uma regra séria a ser seguida: nada de meninos nos quartos das meninas após as 20h00min ou vice versa. — Cara, acho que estou apaixonado. — Gabriel falou entrando no quarto. — Não me diz uma coisa dessas. Não quero perder o meu parceiro. — Falo fazendo voz de mulher, o que nos faz rir bastante.
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