capítulo 06 - Lara

1081 Words
Lara narrando capítulo 06 Eu não acredito que tô fazendo isso… sério, eu tô a um fio , UM FIO ... de beliscar a Tatinha no meio desse baile. Juro por tudo que é mais sagrado. Essa menina perdeu a noção do perigo só pode. Eu não queria ter vindo. Não queria estar indo pra esse tal camarote. E muito menos queria estar com um desconhecido segurando a minha cintura como se fosse íntimo. E o pior? Ele é abusadão. Os dedos dele tão apertando firme, que eu tenho certeza que ja esta marcando minha pele, como se eu fosse tentar fugir. Desviar o caminho, sumir no meio da multidão , sei lá eu . -Relaxa, Lorinha … ele sussurrou perto demais da minha orelha. Eu não relaxo nem com maracugina, imagina com esse ogro me guiando. E pior o sorriso dele de cafajeste me irrita . Continuei andando tentando não demostrar oque tava engasgado. Eu nem sei oque me deu , de aceitar vir , mas tambem depois de tanta insistência do cara eu só vim . E foi aí que aconteceu , quando eu passei por ele , esse mesmo ousado que ta aqui com a mão na minha cintura nem precisou falar nada. Ele simplesmente colou do meu lado com e sem permissão nenhuma simplesmente colocou a mão firme, quente. Como se ele estivesse dizendo com os dedos anda. E eu andei .Ou melhor… fui levada. O caminho até o camarote parecia interminável, cada dois passos meus, era meio passo dele, grudado atrás de mim, como se estivesse me escoltando. A multidão abria passagem , não pra mim pra ELE. E eu só seguia, tentando controlar minha respiração. Quando chegamos na escada que dava acesso ao camarote, ele inclinou a cabeça pra mim, rosto perto o suficiente pra eu sentir o hálito refrescante de hortelã. - Cuidado pra não tropeçar, princesa. Eu tô te segurando. Óbvio que tá segurando, né, meu filho? Se soltar eu saio correndo.Mas eu não falei isso. Eu só subi, uma mão no corrimão, a outra ainda refém da firmeza dele. E quando eu olhei o fim da escada eu achei que ele ia soltar , soltou nada , a luz roxa batendo, som ensurdecedor e gente olhando na nossa direção, eu tenho certeza que eu to mais vermelha do que um tomate maduro …Ai que eu percebi que eu realmente não fazia IDEIA de onde tinha me metido. E pior o dono daquela mão abusada parecia saber exatamente onde estava me levando.O camarote era enorme, iluminado, vibrando, gente rindo, funk estourando pelas caixas… e eu ali entre ele e a grade, tentando entender como que a Tatinha me convenceu a vir. Ele não soltou minha cintura. Nem um centímetro. Só ajustou a mão, como se tivesse me posicionando. -E aí, princesa… a voz dele veio baixa, rouca, colada no meu ouvido de novo .- Vai beber o quê? Eu pisquei. Piscar foi a única coisa que meu cérebro conseguiu fazer. Porque por um minuto inteiro… eu só fiquei parada, encantada, b***a mesmo, olhando a pista lá embaixo. Linda maior parte vermelha. Um mar inteiro de gente vestida a maioria no mesmo tom dançando, pulando, rindo, vivendo. A fumaça colorida subia e fazia a luz refletir no suor do povo, e dava uma sensação de Natal doidão, quente, vibrante, muito mais real do que qualquer ceia de família. A música era tão alta que eu sentia no peito. O chão tremia. E eu tava hipnotizada. -Ei. ele deu um apertinho na minha cintura, exatamente pra me trazer de volta . - Tô falando contigo, Lorinha.Eu virei só um pouco a cabeça, o suficiente pra ver o sorriso cafajeste dele de canto. Deus me livre desse sorriso bonito e esse corpo tatuado gostoso. É o tipo de homem que dá problema, uma sentada e anos de terapia. -Quer beber o quê? ele repetiu, sem pressa nenhuma, como se tivesse todo o tempo do mundo comigo. A mão continuava na minha cintura. A grade nas minhas costas. Ele na minha frente. Um cerco completo e muito m*l-intencionado. Eu engoli seco. Porque a verdade é que por um minuto… por um minuto eu esqueci que tava irritada, que tava desconfortável, que não queria estar aqui e ainda mas tao próxima de um homem que tem cara de puro problema . Eu só fiquei admirando aquele sorriso abusado , e o olhar malicioso. - Ce tu continuar olhando assim pra minha boca , não vou passa vontade mais não em . ele falou e passou a lingua no labio . - Eu… comecei, mas minha voz saiu baixa demais. Ele inclinou o rosto ainda mais perto, a barba roçando na minha bochecha e oque eu senti não tinha nem como ser cócegas na minha idade. -Fala, Lorinha … tô ouvindo. Eu respirei fundo, tentando recuperar o controle da minha própria voz e do meu próprio corpo mas só com o olhar dele eu já tava meia bamba . - Eu não quero nada não obrigado. finalmente a voz saiu - Po nem uma água? bagulho tudo a vontade só melhor qualidade po tudo pá nois , faz desfeita não lorinha s*******m . Passei o olhar na mesa que tava bem perto da gente e vi , tudo em fartura bebida tinha várias opções tanto alcoólicas, como água, refrigerante e suco. Na mesma mesa tinha drogas na bandeja . Eu não sabia onde olhar primeiro. Quer dizer… eu sabia, né? Eu voltei o olhar mas dessa vez foi pras armas dele. 2 Pretas uma com cabo cromado enorme. Tava pendurada na cintura como se fosse um celular, como se fosse normal, e como se não fosse nada demais estar armado . E isso foi só o primeiro choque. Meu olhar subiu devagar, como se eu tivesse medo de acordar um bicho. Passei pelas tatuagens dele muitas, escuras, grossas, lindas, perigosas até chegar na cara dele. Ele tava me encarando como se estivesse apreciando minha reação. Como se ele gostasse de ver o espanto, o medo, a confusão estampada na minha cara. E eu? Eu tava parada. Tonta. O som não chegava direito, as luzes pareciam estar mais forte, o calor do baile subiu do chão até a minha nuca. Era como se o mundo inteiro tivesse desacelerado, menos ele. Ele parecia perfeitamente confortável , no meio do caos, do luxo e da ilegalidade toda espalhada como decoração de Natal . Comentem.... meus amores não esqueçam de add na biblioteca
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