BAILE DO MORRO - Especial de Natal

capítulo 16 Lara

Lara narrando

capítulo 16

Eu não sabia onde botar minhas mãos. Nem meu pensamento. Nem minha vergonha na cara , muito menos o medo que eu tava sentindo e não queria admitir , mas não ia abaixar a cabeça pra ele , isso seria bem pior. Nada em mim sabia onde ficar . Eu tava custando admitir pro meu interior que ele de um jeito inexplicável mexeu com tudo em mim , oque me faz me odiar por tá sentindo isso , tão cedo depois de tudo que eu passei . A água desceu geladinha aliviando minha garganta que tava seca , senti o alívio imediato , senti o olhar dele me avaliando e foi coisas de segundos .

Quando a boca dele encostou na minha, minha primeira atitude deveria ter sido empurrar ele, fazer qualquer coisa que mostrasse que eu não ia ceder. Só que meu corpo não ouviu meu comando. Foi como se alguma coisa lá dentro tivesse sido desligada e outra ligada no lugar uma sensação que eu nunca tinha sentido antes.

O beijo dele começou quente misturando aos meus labios gelado, a lingua dele buscou pela minha fundo, urgente… como se ele estivesse segurando a respiração desde o baile e só agora tivesse permissão pra soltar. E eu devia ter virado o rosto, fechado a boca, mostrado que não queria… mas eu queria. Queria desde a hora que ele encostou o peito no meu só pra falar no meu ouvido. Só que querer um homem como ele é pedir pra perder tudo que eu jurei a pouco tempo que nunca mais ia permitir.

A mão dele veio pra minha nuca firme, mas não do jeito que dava medo. Era firme do jeito que me deixava tonta. Como se dissesse fica aqui . E eu fiquei.

Quando dei por mim, meus dedos já estavam na corrente dele, puxando. Eu não sei se eu queria afastar ou trazer mais pra perto se isso fosse possível. Acho que os dois. Acho que era isso que tava me matando esse meio do caminho onde eu não sabia se corria ou se escalava ele.

O gosto dele p**a merda… o gosto dele era indecente. Água gelada, desejo , vontade. E eu senti a língua dele encontrar a minha e foi como um choque que abriu meu peito. Um medo absurdo subiu pela minha espinha, mas junto veio uma necessidade tão forte que meus joelhos tremeram.

E quando ele mordeu meu lábio…

Eu juro por Deus, eu senti que ia perder o foco. Eu soltei um gemido ridículo manhoso , parecia que eu tinha perdido o domínio do meu próprio corpo , a outra mão segurava firme minha cintura, os dedos dele tem um toque possessivo que nem sei dizer .Quando ele afastou um centímetro, só um, eu achei que ia cair da cadeira. A testa dele colou na minha as nossas respirações aceleradas o ar quente misturando… e eu tremendo igual uma i****a. Meu coração tava batendo tão rápido que parecia que ia arrebentar meu peito. Eu não conseguia nem esconder, nem disfarçar. A boca ardendo , molhada, inchada, entregando tudo o que eu queria negar. E a vontade…

A vontade me queimando inteira.

Eu nunca senti isso na minha vida. Nunca. Nem perto. Era medo e t***o grudado, brigando pra ver quem ia me dominar. Parte de mim gritava corre, Lara, corre. A outra parte só queria que ele me puxasse de volta pra mais um beijo , os olhos dele tava queimando meu rosto .

Eu engoli seco, sentindo o sabor dele na minha língua tinha o gostinho de whisky bem leve , o cheiro dele exalando no meu nariz. E no fundo, no fundo mesmo…

Eu sabia que já era. Que eu já tinha passado do ponto que eu prometi que nunca ia cruzar. Porque não era só o beijo.

Era o jeito que, mesmo tremendo, eu queria mais. E isso me deu mais medo do que tudo que aconteceu esse noite em poucas horas.

- c*****o loirinha que boca gostosa ... A voz dele saiu rouca baixa . senti mais um selinho estalado , ele seguiu da minha boca bochecha e até o pé do ouvido .

- A gente ....

- A gente queria isso po, vai negar agora ?

Ce lutou sem necessidade. Me arranhou todo aí, tô todo ardendo loira arrancou meu coro .- Mas p***a valeu a pena , esse beijo foi f**a e eu que achei que meu p*u não ia dar sinal hoje ele tá vivão. Meus olhos desceram automaticamente quando ele deu um passo pra trás e não tinha nem como não reparar no volume aparente.

O olhar dele desceu, depois subiu de novo pro meu rosto, descarado, como se estivesse lendo cada reação minha. E eu sabia que ele tinha visto tudo , a tremedeira, o arrepio, o gemido ridículo que eu soltei, a boca pedindo mais mesmo quando eu tava tentando me recompor.

Ele voltou um passo. Mas pra um homem como ele, um passo era o suficiente pra mexer comigo de novo.

- Não olha assim pra mim… eu murmurei, com a voz falhando.

Ele arqueou a sobrancelha, sem pressa nenhuma, como se gostasse de me ver tentando me recompor e falhando miseravelmente. E aí ele voltou devagar. Como se tivesse decidido que um centímetro era pouco demais. A mão dele veio outra vez, agora segurando pela ponta dos dedos, só pra depois fechar firme, quente, grande. Um toque simples, mas que fez meu estômago gelar de ansiedade

Ele puxou minha mão pra perto do corpo deslizando pela cintura, tipo pedindo um abraço sei lá como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu respirei fundo. Não adiantou. O cheiro dele me cercou, me bagunçou, me deixou ainda pior, com gostinho de quero mais .

- Vem cá… ele disse baixo, num sussurro . -Nem terminou de me beijar direito.Ele tava vindo de novo.Meu corpo sabia, e minha boca esperando. Mas antes da boca dele encontrar a minha outra vez, antes da minha sanidade ir pro c*****o de novo, o celular vibrou primeiro e depois veio o toque

Insistente. Alto. Eu afastei , pegando na bolsa .

- Só um segundo… Ele só ficou parado. A expressão dele mudou , não irritado, só… atento. Como se estivesse vendo a cena de fora. Olhei a tela. Minha mãe, foi como um soco seco no meu peito.- Licença. falei já atendendo descendo afastando dele .

- Mãe? falei já em alerta.

- Lara… filha . a voz dela veio desesperada, abafada, cansada. - Filha… eu não queria te ligar a essa hora, eu sei que você tá se divertindo… mas o Cauê tá ardendo em febre, filha. Tá muito quente, muito mesmo. Eu… eu achei melhor te avisar. Um frio percorreu minhas costas, o calor passou em segundos .

- Meu Deus eu tô indo embora agora .

-Dei remedio . Mas não tá baixando. Ele tá chorando e chamando por você, meu amor. Eu tentei esperar… mas não consegui.

- Chegou aí ja já... ela desligou a ligação. Os olhos começaram a arder.

Eu virei de costas,minhas mãos começaram a tremer , a culpa bateu fundo , eu aqui curtindo , me deixando levar por um homem que eu nem conheço , dentro da casa de um homem perigoso e com duas armas na cintura que deixa ele , mil vezes mais sexy e perigoso. puxei o ar criando coragem de encarar ele , e quando fiz . Ele não disse nada. Absolutamente nada. Só me observava em silêncio, expressão séria.

-Eu… eu tenho que ir . falei engolindo seco.

- Agora. Urgente.

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