Capítulo Quatro

1592 Words
Uma Semana Depois. Flora Narrando. Acordo pra mais um dia, a única diferença era que hoje não iria pra escola, era feriado. Bom, pro resto do mundo devia ser mais pra mim tava tudo igual. Ainda de pijama saio no portão, não é bem portão, são só grades não muito altas mas continuo andando com o lixo, as vezes eu esqueço que se eu não tirar ele, ele apodreçe ali, olho pro começo da rua por um momento e vejo um cara me olhando, ele tava todo de preto e de óculos escuros, não deu pra ver o rosto direito mais dava pra vê os músculos debaixo do tecido, ele pareçia olhar pra casa, mas não sabia que tipo de olhar seria aquele, quando ele se virou pra mim eu me desconcertei e sai correndo pra dentro. Faço tudo e mais um pouco e quando estava acabando de arrumar toda cozinha após o almoço, alguém toca a campanhia, eu já estava com outra roupa e claro, mais sorri ao vê a samy no portão. — Oii samy. — falo abrindo a grade, mas ela olhava toda imensidão da casa. Samy: É mais assustadora de perto. – O que? a casa? ela não é assustadora, ela só foi muito judiada. Samy: Você gosta mesmo de flores né? — ela diz sorrindo e eu dou de ombros. — Vem entra, vamo tomar um café. Samy: Tudo bem pra você? — Ela olha pra cima denovo. — Não ligue pra elas, as três estão dormindo e não devem acordar agora. — Ela assente vindo atrás de mim. Samy: Como você não tem celular eu tive que vim aqui. — ela diz baixo enquanto eu colocava café na xícara e pegava o bolo de fubá. — Alguma coisa da escola ? Samy: Não menina, e que o filho do dono do morro chegou aqui na comunidade ontem a noite e quero que você vá comigo na pracinha tomar um sorvete, e quem sabe agente tem sorte de vê ele. — Eu rir do entusiasmo dela. — Você diz como se esse cara fosse o mais lindo do mundo. Samy: E pelo visto sim, no morro ninguém fala de outra coisa. — Acho que não seja uma boa ideia que eu saia samy, você sabe. — Suspiro triste e tomo um gole de café. Samy: Se eu estou te convidando você não preçisa pagar nada, por favor Flora e só um sorvete. — Implorou. — O que eu não faço por você hein? Samy: Te espero as cinco no banquinho da praça tá? — Pega mais bolo logo. — falo e ela sorri. — Agente fica ali conversando coisas aleatórias da escola mas depois ela vai embora e eu termino de organizar tudo. Vitor/Barão Narrando Eu sei que tudo que vai volta, mais não achei que isso aconteçeria comigo, eu amo londres, mas eu nunca quis sair desse morro porém me tiraram dele, não fiquei com raiva do meu pai porque sei que se tivesse ficado aqui a vingança teria me consumido, mesmo sendo um pivete de quatorze anos, e agora depois de mais quatorze anos eu tô de volta, com vinte e oito anos, não sei se foi bem uma escolha minha tá aqui, olhando tudo aqui sinto que eu nem pertenço mais esse lugar, o que um advogado faria num morro? seria o advogado do crime? foi o crime que tirou a vitória de mim e isso eu nunca vou perdoar. Eu cheguei ontem bem tarde, ainda não vi a minha mãe, só o meu pai que me esperava na sala sentado, quando ele me viu senti a felicidade dele, mas não tocou em nada do passado, só disse que o morro todo estava me esperando, e que ele vai me ensinar tudo que eu quiser, bom pelo menos eu sei atirar. Aqui não preçisa usar aquelas roupas de paletó, o que é um ponto a mais já que eu nem gosto, então coloquei uma camisa preta com uma calça dinz, fiquei caminhando pelo morro ainda cedo, não tinha muitos moradores na rua e ninguém me reconheceu o que foi bom, mas quando dei por mim estava na frente da minha antiga casa onde tudo aconteçeu, foi bom o meu pai ter se mudado, onde ele mora hoje e o topo então tem mais segurança, mas não acho que isso impediria outra morte na família, parado olhando a casa onde eu vivi os melhores dias da minha vida ao lado da minha irmã, eu e a Vitória éramos igual queijo e goiabada, porque ela tinha que ir embora? Hoje seria tudo diferente, eu não teria ido embora e não estaria sendo obrigado a procurar uma fiel no morro, não acho que pra ser um bom dono eu preçise de fiel mas se o senhor pitbul diz e lei. Olhando a casa eu vi uma menina, nem sabia que meu tinha vendido a mansão e não tinha ao menos me avisado, apesar de tudo e lá que tenho minhas memórias, saio dali vendo que assustei ela sem querer é caminho de volto pra casa. — Iih qual foi, tá se vestindo igual playboy agora vagabundo? — O cara de moto para do meu lado, era o meu irmão PH impossível não reconhecer ele, agente cresçeu junto nesse morro, eu ele e a Vitória éramos o terror desse morro. — E aí irmão. — Abraço ele. Ph: Tu mudou demais Barão que isso pow só te reconheçi pela tatuagem do pescoço. — Tu que cresçeu fiote, já casou pow? Ph: Já vai ofender logo cedo? o pai e cachorro sem coleira — Tá falando isso porque não é filho dele. — Ele fica sério. Ph: O patrão tá viajando nessa parada de papel passado mermo, mais fica susa, nesse morro só tem gostosa. — Não tô afim de colocar coleira também não. — Ele rir. Ph: O morro preçisa de tu Barão, teu pai já fez o que podia aqui. — Tô ligado, mas tudo mudou pra mim irmão. Ph: Tu pode até falar bonito aí, mais não te dou um mês pra tu aprender a língua dos cria. — Na real eu nunca esqueçi fiote. Ph: Gostei mano, sobe na moto aí pra tu conheçer o morro denovo. — Subo com ele e ele me leva em cada canto, todo mundo me reconheçeu com o ph. — Tá afim de tomar uma breja? — Seu Zé ainda tem o bar? Ph: O melhor desse morro. — Ele vai direto pra lá, era um bar antigo que ficava na praça, todo mundo conheçia o seu Zé do bar. — Não mudou nada ph — falo desçendo da moto. Ph: A cerveja tá melhor pow. — Agente entra e eu falo com uns vapor que tavam lá, alguns era da minha época já outros não, eu e o ph sentamos embaixo de uma árvore na praça e começamos a beber, e na real eu nem tô acostumado com cerveja, eu sempre tomei só whisky ou tequila em Londres. A tarde passou num piscar de olhos nem me dei conta que já estava meio que anoiteçendo. — Preçiso ir nessa mano. — falo. — Ainda nem vi a dona carmen. Ph: Como ela tá? — Acho que do mesmo jeito de quando eu sair daqui. Ph: E f**a irmão. — Na real eu já me acostumei, só queria poder dizer a ela que ela perdeu a vitória, mas eu ainda tô aqui. Ph: Ela te ama tbm pow só vai com calma, teu pai também não é mais o mesmo, ele nem vai muito na boca. — A minha família acabou naquele dia ph. — Tomo mais um gole de cerveja e do nada já brota um monte de mulher na mesa, não sei de onde veio tanta. Xxx: E aí ph não vai apresentar seu amigo ? — uma dela diz com a mão na boca. Ph: E aí bruninha, esse aqui é o meu irmão o Barão, filho do chefe. — Eu vi o olho da mina crescer na hora, essa já não me serve pra nada mesmo sendo bunita. Bruna: E aí gatinho, sou Bruna mas pode me chamar de bruninha. — E aí moça. Bruna: Você é mais bonito ainda do que dizem, você morava em Londres mesmo? — Valeu mina, morava. — falo sério. — Aí mano depois nois se vê. — falo rindo pra ele, não tô com paciência pra bancar simpatia pra p**a, não morava aqui até ontem mais não sou o****o também não, tô vendo que vou quebrar a cabeça com essa parada de fiel. Vou caminhando pela praça indo pra casa quando sem querer eu esbarro numa moça, ela acaba caindo no chão e ralando o joelho, coloco a mão na cabeça. — Moça, você tá bem? desculpa eu não queria. — Falo ajudando ela a levantar. Xx: Tá tudo bem, eu que não olhei pra onde andava. — Ela diz e quando me olha pareçe que o mundo ficou no mudo, ela tinha um sorriso lindo, o cabelo preto e a pele branca e foi aí que eu lembrei que já tinha visto ela em algum lugar. — Desculpa mesmo assim, e bom, eu sou o Barão. — Estendo a minha mão mais ela não pega só olha. Xx: Como eu disse tá tudo bem. — Me olha com indiferença. — Não vai me falar teu nome? Xx: Não vejo necessidade. — Diz simples e sai andando como se eu não fosse ninguém, essa mina sabe quem é Barão?
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