Capítulo 3

1410 Words
***Enrico*** Eu consegui um voo particular no jato do Steven até os Estados Unidos, e daqui um voo comercial até a Austrália, e isso otimizou bastante o tempo para que eu conseguisse visitar a Dom mesmo que por poucos dias. Eu estou a pouco mais de um ano morando na ilha, e como já estamos entrando em fase de acabamento, consegui organizar minha demanda para trabalhar só home office. As semanas voaram desde que falei com a Dom que iria visitá-la, tive muito o que organizar, fui muito zoado pela Ana e meu irmão, e confesso que dei pouca atenção as turistas gostosas que conheci, devo admitir que Dominique ocupou muitos dos meus pensamentos, e ela fez questão de me provocar todo santo dia com fotos, piadinhas e até alguns bons desafios. Me acomodei no meu assento e coloquei meus headphones, mesmo sendo primeira classe, é um pouco desconfortável, meu um metro e noventa e quatro não cabem muito bem na poltrona. Tirei uma foto minha fazendo careta e enviei para aquela que me aguardava do outro lado do oceano. - Só mais algumas horas gato – respondeu quase que imediatamente. - Espero que valha muito a pena Dominique, vou passar horas numa poltrona que mäl me cabe. - Vou te recompensar por isso, gostosão – mandou junto com um emoji de diabinho. - Aguardo ansiosamente por isso. Ela responde com uma figurinha do Stitch batendo palmas. - Vou desligar o celular, lindona, vou assistir um filme e tentar dormir um pouco, falo com vc assim que pousar. - Tudo bem, bom voo, nos falamos mais tarde. Espero até que o avião decole, escolho um filme do universo Marvel pra assistir. Logo o jantar é servido, sempre aquela comidinha mais ou menos de avião. Já me virei de um lado para o outro, tô no segundo filme e nada do sono vir, talvez a ansiedade de chegar. Peço um vinho a aeromoça, que é linda por sinal, a acompanho com os olhos até que vá a pequena cozinha e volte para me entregar a meia garrafa de Tannat Garzón e uma taça, ela me sorriu convidativamente, fez questão de tocar na minha mão quando deixou meu pedido. - Boa noite, senhor... - Ferraro – sorri para ela. - Me chamo Charlotte, espero que aprecie o vinho, fez uma excelente escolha, senhor Ferraro – disse curvando-se para me servir. - Obrigado, senhorita Charlotte, lhe convidaria para uma taça se não estivesse em horário de trabalho – digo medindo seu decote. - Eu aceitaria o convite em um momento mais oportuno, senhor – ela se endireitou, apoiou uma das mãos sobre o encosto da poltrona e moveu as pernas lentamente fazendo com que a pequena fendå em sua saia mostre um pouco da sua coxa esquerda – posso ajudá-lo em mais alguma coisa? Parei por alguns segundos a analisando. Qual a probabilidade de arrastá-la para aquele minúsculo banheiro na parte frontal do avião sem que ninguém nos veja? Qual a chance dessa mulher ter problemas com a companhia aérea, caso isso aconteça? Qual seria o tamanho do meu problema se formos pegos? Me ajeito na poltrona de novo enquanto escolho a melhor decisão a tomar. - Enrico Ferraro, Brasil – pego a taça em cima da mesinha – o primeiro a aparecer se procurar na rede social da câmera – pisco pra ela e tomo um gole do vinho. Charlotte sorri e caminha de volta para cozinha. Consigo vê-la pegar o que deve ser seu celular, dou uma risada baixa e volto a prestar a atenção no sei lá, quinquagésimo filme da Marvel que eu assisto? Que seja. *** Se eu preguei o olho por duas horas que fossem no voo, foi muito, mas finalmente cheguei em solo australiano, ligo meu celular e envio mensagem para Dom. - Espero que esteja me esperando com um buquê de flores, uma taça de champagne e um anel de brilhantes. Ela me responde com uma selfie tirada de cima fazendo bico e algo na mão que não consigo identificar dizendo “estou com as mãos ocupadas”. Sorrio e coloco o celular no bolso da calça. Assim que o desembarque é autorizado, tiro meu headphone dos ouvidos colocando no pescoço, me levanto espreguiçando, pego a mala de mão no bagageiro, coloco minha mochila nas costas e vou caminhando até a saída do avião. - Senhor Ferraro – me viro e vejo Charlotte vindo em minha direção – o senhor esqueceu – me entrega um papel com o que parece ser seu número de telefone e o nome do hotel que deve ficar. - Obrigado, senhorita Charlotte – pego o papel e aproveito para beijar sua mão – até breve – sorrio de lado e volto a seguir meu caminho para a imigração. Não sei ao certo, mas o tempo que levei pra passar pela imigração e chegar à porta de saída, me pareceu uma eternidade. Vou caminhando lentamente e vejo de longe o que certamente é Dominique, uma morena de estatura mediana, vestida com uma calça jogger de vinil preta, sandálias muito altas de salto fino da mesma cor, uma blusa branca curta solta que deixa sua barriga ligeiramente a mostra devido aos seiios fartos e arrebitados, passo pela porta e posso observar melhor seus longos cabelos castanhos um pouco ondulados, presos por um óculos de sol na cabeça, um batom rosado nos lábios e brincos de argolas enormes, segurando uma placa escrito nerd safado, sorrio ao me aproximar dela. - Acredito que essa identificação deva ser pra mim – circulo um dos meus braços em sua cintura fina com firmeza colando-a ao meu corpo – oi, gostosa – beijo seus lábios com pressa, sinto uma de suas mãos na parte de trás da minha cabeça, mordo seu lábio inferior de leve e ela deixa um gemido baixo escapar. Nos afastamos devagar e ela abre os olhos lentamente. - Seus olhos são verdes – é o som que sai dos seus lábios rosados e levemente inchados. Abro um largo sorriso. - É a primeira coisa que tem a me dizer? – pergunto. Ela sorri tímida. - Não, nerd, é melhor a gente ir, ou pegaremos muito trânsito até em casa – me dá um selinho rápido forçando seu corpo contra o meu – vamos – se afasta e vai rebolando em direção a saída. Tombo a cabeça para o lado e passo a língua no meu lábio inferior analisando cada centímetro daquela bundå. - Vai ficar aí parado? – ela me olha sobre os ombros sem parar de andar. É, acho que vai valer a pena ter cruzado o oceano atrás dessa morena. Arrumo a mochila sobre os ombros e caminho até ela circulando sua cintura novamente. - Bem-vindo a Austrália – Dom diz abrindo ligeiramente os braços assim que saímos pelas portas do aeroporto. - Obrigado – logo chegamos ao carro – você dirigi um Mazda CX-5 2021? - Algum problema com o Devor? – pergunta virando-se de frente pra mim, apoiando uma das mãos na parte superior do carro, deixando sua barriga a mostra e cara de poucos amigos. - Seu carro tem um nome, Dominique? – o olho curioso. - O seu não? – vira-se abrindo o porta-malas e volta até a porta do motorista – anda logo, nerd, não temos o dia todo – coloca os óculos de sol e entra no carro. Gargalho a observando, guardo minha mala e minha mochila, entro no lado do carona e bato a porta com uma certa força. - Eeeeeei toma cuidado com o Dev – olha pra mim brava. - Desculpa, Devor – continuo rindo e coloco o cinto. Seguimos para o apartamento dela conversando sobre a viagem e Dom ia me mostrando algumas coisas pelo caminho, apesar do trânsito, não demoramos muito. - Quer tomar um banho? – Dom pergunta assim que entramos no seu quarto. - Por favor – sorrio colocando a mochila e a mala perto da poltrona. - Pode usar meu banheiro, tem toalhas limpas pra você, vou preparar alguma coisa pra gente comer, acredito que esteja com fome – ela vem até mim, apoia as mãos sobre meu peito e me dá um selinho. A abraço pela cintura. - Toma banho comigo? - Melhor não – Dominique passa a língua de leve pelos meus lábios e sussurra – quero você descansado para mais tarde – pisca mordendo o lábio e sai do quarto.
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