Valentina Narrando....
Continuo meu trajeto até o morro do Vidigal. Aquele rosto não sai da minha cabeça, e como se eu já o conhecesse de algum lugar, mas não me lembro de onde. n**o com a cabeça resolvendo afastar todos os pensamentos, eu só o vi uma vez, não posso ficar pensando nele dessa forma, a ignorância dele me lembra muito meu tio tenebroso e meu pai, sem caô, lembra muito mesmo. Chego na barreira e abaixo o vidro do carro, os vapores me olham e manjam a cabeça, eu sorrio pra eles e subo o morro até a minha casa.
Chegando em casa, eu coloco o carro na garagem, pego minhas pastas, meu material de estudo e desço do carro. Sigo para dentro, sinto olhares queimando sobre meu corpo, eu sei que são os vapores que ficam na contenção da casa, mas eu prefiro evitar olhar pra não pensarem que eu estou dando condições, então eu só finjo que não estou vendo nada. Entro em casa e já tiro meu tênis na sala, e me jogo no sofá sentindo um cheiro de café.
Júlia — Valentina ___ ouço a voz da minha mãe vindo da cozinha
— Oi mãe ___ respondo colocando os pés no sofá e não demora muito, ela aparece na sala
Júlia — Como foi seu dia meu amor___ pergunta e eu me ajeito no sofá
— Bem cansativo, mas, vai valer a pena ___ digo e ela assente com a cabeça — E os meninos? A Helô? Meu pai? Cadê eles ___ pergunto achando a casa muito silenciosa
Júlia — Nicolas e Miguel estão no morro da Rocinha, junto com seu pai, um aliado está no Brasil pra fazer negócios com ele e seu tio Tenebroso, a Helô está na casa da Ísis, mas já deve tá voltando, Vitor como de costume tá na casa dos meus pais___ diz sentando no sofá e eu fico lembrando do moço que eu vi mais cedo— Está pensando em que, Vale?
— Não, é que aconteceu uma coisa hoje comigo no caminho me deixou pensativa, eu bati no carro de um cara hoje sabe, eu estava distraída e não percebi, quando vi já tinha batido, aí ele desceu do carro todo sério, todo arrogante, acabamos entre aspas conversando, mas eu senti que eu conhecia ele de algum lugar, só não me recordo de onde ___ digo pensativa e minha mãe franze a sobrancelha e estreita o olhar pra mim.
Júlia — Por acaso, você se sentiu atraída por ele, é isso mesmo dona Valentina ___ pergunta investigando meu olhar e eu n**o sorrindo
— Não mãe! Claro que não, eu só fiquei pensativa por causa dessa sensação de conhecer ele, mas de qualquer forma dona Júlia, eu quero esquecer, vou subir e tomar um banho, tem uma resenha da faculdade pra ir hoje a noite, é uma baladinha na barra tá ___ digo levantando e ela me olha apreensiva
Júlia — Olha Valentina, você sabe que seu pai não gosta que nem você e nem sua irmã fiquem saindo do morro assim pra resenha, não sei não se essa saída vai ser uma boa ideia, não quero entrar em conflitos com seu pai por causa de vocês em ___ diz em um tom de alerta e eu junto as mãos com uma cara de pidoncha pra ela
— Por favor mãezinha, cobre essa pra mim, eu prometo que vou me cuidar ___ digo em tom de súplica e na mesma hora ouço a porta se abrindo, e a maluca da minha irmã passando por ela
Helô — Minhas gatas, o que tá pegando aqui?___ pergunta vindo na nossa direção e se jogando no sofá
— Tentando convencer a dona Júlia me encoberta hoje, tem uma resenha lá com o povo da faculdade pra ir e se eu pedir pro papai, ele não vai deixar tenho certeza disso ___ digo suspirando fundo.
Helô — Aí eu também quero ir... ___ diz fazendo bico e eu dou risada da cara que a minha mãe faz
Júlia — Era só o que me faltava, as duas quererem dar perdido no pai de vocês ao mesmo tempo, eu tô muito lascada ___ diz jogando os cabelos ruivos para trás
— Que isso mãezinha, eu juro que vamos estar aqui antes de três horas da manhã ___ digo implorando praticamente e ela me olha pensativa — Por favor mãe...
Helô — E mãe, eu também tô animada pra ir, por favor, prometo que não vou deixar a Vale nas mãos daquele sem juízo do namorado dela ___ diz levantando e praticamente pulando na minha mãe
Júlia — Heloísa para com isso garota ___ repreende e eu me junto no abraço e me jogo no colo da minha mãe também — pronto, agora sim, eu tô füdida, duas pidonchas tentando me agradar...
— A gente te ama dona Júlia, mas sempre é bom unir o útil ao agradável ___ digo beijando seu rosto e a Helô faz o mesmo, diversas vezes, nos arrancando boas risadas.
Júlia — Chega, pelo amor de Deus meninas, que grude todo é esse, se é pra conseguir o que vocês queriam, pois bem, conseguiram ___ diz empurrando nois duas e levantando
Helô — Aí sim dona Júlia, representou a mãe do mês ___ diz sorrindo e a nossa mãe acaba dando risada.
Júlia — Eu vou levar o pai de vocês pra sair hoje, sei lá, não vamos voltar pra casa hoje, mas se vocês verem que estão correndo perigo, alguma movimentação estranha, vocês se escondam e me liguem no mesmo momento, não quero saber de gracinha dona Heloísa ___ diz amarrando o cabelo num coque alto — eu vou subir escolher uma roupa, beijos fui e mais uma vez cuidado...
— Pode deixar dona Júlia ___ pisco pra ela que dá um beijo no meu rosto, e no da Helô e vira as costas subindo as escadas
Helô — Eu vou lá escolher a roupa pra hoje, bora ___ diz com empolgação e eu assinto levantando.
Subimos as escadas juntas e fomos direto pro nosso quarto, pois é, a ligação com a minha irmã é tão grande que até dividimos o mesmo quarto, desde pequenas. Ela sentia medo da chuva, trovão essas coisas, na verdade até hoje ela sente, se a chuva for muito forte ela corre pra dormi comigo. Eu não me importo, até gosto de ser bem próxima dela assim. Abrimos a porta do quarto e já fomos direto pro closet.
— O que acha desse ___ mostro pra ela um vestido preto decotado, aberto nas costas, e de alcinha fina.
Helô — Arrasou muito, cê sabe que em você tudo fica perfeito Vale ___ diz e eu sorrio pra ela
— Agora vamos escolher o teu, eu tenho um conjunto novo aqui, eu nunca usei, acredito que vai ficar perfeito em você ___ digo pegando um conjunto preto — O que acha?___ digo levantando o conjunto no cabide
Helô — Aí calica, eu adorei... ___ diz com empolgação — e hoje que os novinho vão cair em cima da mãe ___ dou uma gargalhada
— Eu só quero um novinho ___ digo lembrando do Raul, e ela automaticamente revira os olhos — Deixa de implicância com seu cunhado...
Helô — Eu não gosto dele, acho forçado demais, com você até pode ser mais tranquilo, mas mesmo assim não me agrada, ele não desce de jeito nenhum ___ diz gesticulando com as mãos — mas gosto é que nem cu, cada um tem um.
— exatamente isso, mas vamos esquecer dele por um momento, pois eu respeito sua opinião ___ digo um pouco desanimada e ela me abraça de lado
Helô — Vale, não é porque eu não gosto dele que você não deve gostar, meu santo não bateu com o dele, mas não tem nada a ver com você minha linda, aproveite muito seu namorado hoje minha gostosa ___ fala sorrindo e beijando meu rosto.
— Te amo chata ___ digo sorrindo e ela concorda se afastando.
Helô — Eu também te amo, tomara que o seu Pitbull não bronque pro nosso lado, você sabe que ele é meio neurótico quando se trata da gente sair daqui... ___ fala e eu mordo meus lábios pensando.
— Também acho, mas a nossa mãe sabe domar a fera, então acho que hoje vai ser tranquilo ___ digo dando de ombros. Continuamos ali no quarto escolhendo os acessórios, sapatos pra gente ir na resenha, espero que nada dê errado, porque se não nem vou ter orelha mais de tanto que vamos escutar do meu pai....
Contínua...