Eu tenho que fugir, Yas!

2351 Words
★★★★ Narrador ★★★★ Naomi abre os seus olhos e o clarão do quarto branco faz com que seus olhos comecem a doer quase que imediatamente. Ela ouve vozes no fundo que mais parecem zumbidos e começa a passar em sua mente todos os acontecimentos de pouco tempo atrás. Naomi espreme os olhos, e sente sua garganta queimar, ela se n**a a acreditar, mas sente e já sabe que perdeu seu o bebê! Ela sente sua mão ser segurada com força e finalmente abre os olhos de novo. - Yas... - Ela chama sua amiga que está agarrando sua mão, e de cabeça baixa. Mas assim que ouve a voz de Naomi, se levanta. - Eu preciso de água! - Sim, sim... claro. - Ela fala toda embaralhada e se levanta para pegar o copo de água. Logo levando ele para Naomi que bebe rapidamente. - E o bebê? - Naomi perguntou com esperança. Uma esperança que sumiu de seus olhos só pela forma como a amiga olhou para ela. - Deus... aquele desgraçado. - Naomi se descontrolou! Jogou o vaso de flores que estava ao lado direto para o chão. Ela urrou, e dava para sentir a dor em sua voz. Naomi chorou como nunca, a dor em seu peito, era indescritível. - Ele tirou... tirou tudo de mim, Yas. Tudo! Naomi pôs as mãos em seu coração, e deu um grito quase que silencioso. Ela sentiu saudade, colocou a mão em seu ventre, acariciou, e sentiu falta da sua metade, do seu bebê. Perda que não têm nome. Ela sentiu que tinham arrancado um m****o seu fora. Ela tem o desejo de que tudo seja mentira. Que a notícia recebida foi engano. Ela se vê sem chão, sem chão de verdade, deseja morrer, como nunca havia desejado. Elas ouvem a porta ser aberta, e um médico entra ao lado de um Scott com cara de culpado. O médico fala e fala, Naomi apenas concorda, mas não está o ouvindo verdadeiramente! Após o médico sair, Scott se aproxima e se põe de joelhos no chão. Ele chora alto, e põe sua cabeça nas pernas da esposa. Naomi sente raiva, ódio. Ela se desencosta do confortável travesseiro, e dá vários socos nas costas do marido, que não ousa reagir. Naomi berra, diz que ele é o culpado, e quando perde o ar se joga na cama novamente. - Eu vou mudar... - Ele diz e sai abafado. Suas palavras dão nojo, e seu cinismo mais ainda. - Devia ter mudado antes de matar o meu filho! - Ela pensa e diz. Não está nem aí se isso irá doer em Scott. - Saí daqui, agora! - Naomi, por favor... - Ela nem permite que ele termine, enquanto isso, Yas apenas observa tudo. - SAIA AGORA! - Ela grita e bate os braços na cama. Ele se assusta, levanta e saí. - Amiga... - Yas tenta falar, mas Naomi nem dá espaço. - Eu preciso ir embora! Eu tenho que fugir, Yas. - Essas poucas palavras de Naomi já fazem Yas chorar como um bebê. A ideia de perder sua melhor amiga, sua família, dói de mais! Porém, ela sabia que a vida que Naomi levava era mais do quê injusta. - Manhattan... - Yas diz chorosa e Naomi franze a testa. - Eu tenho um apartamento lá, você pode ira para lá, sabe? - Sim! É perfeito. - Mas como faremos para te tirar daqui? - Pergunta Yas, trancando a porta do quarto. - Vou precisar que resolva tudo. Arranje as passagens e um táxi. Passa lá em casa, pega os cartões, algumas roupas. O máximo de coisas minha que conseguir pegar. Alguns livros. - Ela pede e faz uma pausa. - Ele não vai voltar tão cedo, temos tempo! - Mas e se ele voltar? - Yas questiona e dá para sentir a preocupação em sua voz. - Como você vai ficar? - Yas, eu ficarei bem! - Afirma enquanto segura as mãos da amiga. - Agora, vá! Yas balançou a cabeça freneticamente, pegou a chave de seu carro e saio do quarto. Caminhou pelos corredores do hospital tentando disfarçar seu nervosismo, coisa que ela não estava fazendo muito bem, algumas pessoas a olhavam, com muita estranheza! Assim que ultrapassa as portas da saída, aumenta a velocidade de seus passos, e arranca com seu carro sem nem fechar a porta direito, ela estava tão nervosa que sentia que seu coração iria sair de seu peito. A primeira coisa que fez foi arranjar uma viagem para Manhattan, sem volta. Quando chegou próximo a casa da amiga, olho para todos os lados que existiam, queria ter certeza de que Scott não estaria lá. As portas estavam abertas, pois saíram em completo desespero. Yas adentrou a casa, olhou para os lados e subiu para o outro andar correndo. Pegou duas grandes malas, e mais uma pequena. Pegou tudo que havia de Naomi no banheiro, e uma boa quantidade de roupas no closet, alguns de seus livros, carregadores e fones de ouvido. Tudo que Yas conseguiu pegar ela pegou. Seu planejamento era chegar no hospital, arranjar um taxi, colocar as malas dentro do mesmo e buscar Naomi. Assim que saiu da casa de Naomi, ela foi direto para seu próprio ap, pegou as chaves do apartamento em Manhattan e escreveu em um papel o endereço. Então ela estava pronta e a caminho do hospital. Enquanto isso, Naomi também havia se preparado. Ela se levantou da maca e sentiu todo seu corpo doer, se apoiou na cama pois sabia que se não fizesse isso ia cair, respirou fundo e fechou os olhos. Ela estava pedindo coragem para fazer o que tinha que fazer, sabia que devia fugir desse homem que fingia amá-la. Naomi andou em direção ao banheiro e lavou seu rosto. Quando saiu do banheiro, decidiu dar uma olhada melhor no quarto, viu seu celular encima de uma espécie de sofá, e sua mochilinha verde. Ela pegou o celular, enviou uma mensagem para sua amiga, e logo após isso abriu sua mochila. Lá tinha uma calça preta e uma camiseta branca normal, e mais um casaquinho. Naomi se apressou e logo já tinha trocado de roupa. Ela se sentou no sofá, revirou o sanduiche natural que tinha ali, mas não comeu muito. Os minutos pareciam horas e horas, ela não aguentava mais esperar por Yas, estava nervosa e ansiosa, com a barriga se revirando. De repente a porta é aberta e ela sente até medo de olhar, vai que é seu marido. Mas assim que olhou viu sua amiga com o rosto assustado, Naomi sorriu de tanto alivio que sentiu. - Vamos, o taxi está te esperando! - Yas diz e estende a mão para Naomi, que a pega rapidamente. As duas caminham pelo hospital de forma rápida, mas tentando não atrair muita atenção, se perguntavam aonde estava Scott, mas nenhuma delas ousou dizer isso em voz alta. Saíram pelos fundos e lá estava o taxi, essa era a hora de se despedir. Ambos os olhos se encheram de lágrimas. - Eu vou sentir sua falta, Yas - Naomi dizia na porta do taxi, sem acreditar na coragem que estava tendo. - Eu também, amor! Mas você precisa ir! - E você? - Eu ficarei bem, agora vá! - Yas da um abraço apertado em Naomi, e caminha para coloca-la dentro do carro. Yas fecha a porta do carro e diz para o motorista qual o destino. Ela olha o carro indo embora e chora, de felicidade, pois sua amiga estava se livrando de um baita filha da p**a! Naomi não consegue nem acreditar! Tão fácil e ao mesmo tempo tão difícil. Ela começa a chorar e o taxista olha para ela com dúvida, mas não pergunta nada. Hoje sim ela está com medo, com medo de verdade! Pensa em como a vida dela vai mudar, vai chegar lá com uma certa quantidade de dinheiro que logo irá acabar, vai ter que mudar seu número de celular. Vai para Manhattan e não conhece absolutamente ninguém lá, estará totalmente sozinha e ferrada. Sem trabalho, sem amigos, sem uma família, sem Yas! Naomi estava desesperada, se sentia perdida. Chegou no aeroporto e fez tudo no automático, quando se deu conta, já estava dentro do avião que acabara de levantar voo. Naomi abriu sua bolsa, viu tudo seu lá, seu celular e carregador, fones de ouvido. Também tinha um papel, com o endereço de seu novo apartamento ( De Yas nesse caso ) e as chaves do mesmo. Ela agradeceu mentalmente por sua melhor amiga se lembrar de todos os detalhes, pois ela não seria capaz disso! Naomi se encostou, fechou os olhos, e respirou fundo pela centésima vez naquele dia. Ela ainda não havia conseguido parar de chorar, também não sabia mais como se sentia, tudo parecia tão certo, então ela sorriu! Sorriu muito, as lágrimas em seu rosto agora eram de felicidade, se sentia livre. Livre pois sabia que não amava Scott, livre pois sabia que não se sentia mais presa a ele por causa de seus sentimentos pelo marido. Que agora, mesmo que no papel ainda seja, não era mais seu marido, não para ela! Naomi agora era uma mulher livre! Livre e sozinha. Isso rodou em sua mente, e seu sorriso se desmanchou. ''O que irei fazer?'', ela pensou. Bom, acho que nessa situação, ninguém saberia mesmo o que fazer, pelo menos não agora. Sua única preocupação agora era descansar. Naomi pôs a mão em seu ventre e dormiu serenamente, sonhando em acordar e ainda estar nesse avião. Desejou que não fosse um sonho, e adormeceu. Como desejado, acordou e se viu no avião. Olhou para os lados e sorriu. Naomi agora voltou a pensar, como estará sua amiga? Ela estava tão preocupada e ligada em fugir que se esqueceu completamente de Yas, como ela ia lidar com Scott? O que diria para ele? Sentiu um frio na barriga e um arrepio subiu sua espinha. Estava com medo pela segurança de Yas, mas quer acreditar fortemente que Scott não encostará em sua melhor amiga. Assim que chegar, ela vai para o apartamento e pretende dormir, dormir muito, logo após isso, arranjar um novo chip de celular, pois assim não receberá mensagem alguma, de agora, seu ex marido. Falou com a aeromoça e descobriu que já estava perto de pousar, a viagem para Manhattan era rápida, durava apenas cerca de duas horas. Não fazia ideia alguma de horário, mas acreditava que já era de madrugada. Como dito pela aeromoça, pouco depois eles aterrissaram. Naomi foi no automático, caminhou pelo aeroporto até a saída, e logo entrou em um taxi. Passou seu novo endereço e recebeu um ''Bem vinda a Manhattan''. Naomi parou em frente para um lindo prédio. Ela adentrou o mesmo com todas suas malas e logo foi atendida por um tipo de concierge, que a ajudou com as malas, e a deixou de frente para a sua porta, Naomi achou que seria mais difícil. Cada andar tinha apenas dois apartamento, ela olhou para a porta de seu vizinho ou vizinha, se virou para frente, direcionou a chave para a tranca da porta, mas não a girou. Não teve coragem. Mesmo tendo viajado todos esses quilômetros, ela sabia que tudo só ia mudar quando ela abrisse essa porta. Naomi não faz ideia de quanto tempo se passou, só viu uma luz bater em seus olhos, olhou para o lado, viu que estava amanhecendo e finalmente abriu a porta. Naomi passou suas malas para dentro, e finalmente entrou. Deixou seus pertences de lado e se pôs a olhar a sua nova casa. A casa tinha um hall de entrada que estava vazio, e nada receptivo. A cozinha era logo ao lado direito do hall, nada muito grande, andando um pouco mais para frente, tinha um banheiro ao lado logo após a cozinha, seguindo reto para o lado direito ainda, tinha o quarto que era relativamente grande, dois closets do lado esquerdo da entrada do quarto, e mais um meio que ao lado da saídaentrada do quarto. Voltando para o hall e seguindo pelo lado esquerdo, tinha a sala de estar. Todos os moveis necessários estavam ali. Mas tudo estava sujo e empoeirado, precisava seriamente de uma limpeza. Naomi suspirou, se sentindo ainda cansada, caminhou para o quarto e se jogou na cama. ''Bem vinda a Manhattan, Naomi'', Ela pensou. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - O que eu não tenho de ti É que eu sou mais do que o seu desatino, seu momento r**m. Sou mais do que um corpo frio pra cobrir o seu quando está afim. Eu sou bem mais do que anestésico pras suas quedas, antitérmico pra sua febre. Mais que uma bebida qualquer que te deixa alegre. É que eu não sou um livro no seu instante, um quadro na sua parede. Eu não estou aqui só pra matar a sua sede. Eu não sou um prêmio pro teu ego Um troféu pra você exibir na rede. Não, eu não sou a pintura bela pra você chamar de sua. Essa que você aprisiona, mas na frente dos outros promete a lua. Muito menos a te (co)responder sou obrigada Só porquê mandou mensagem com tesão de madrugada. E vem você, me chamar de a louca apaixonada porque te chamei pra conversar num bar de rua Mas olha só, pra ser interessante eu não preciso estar nua. Você quer de mim sempre menos do que eu posso dar. Minha filosofia é falha quando não enaltece o teu olhar. Política? Disso você nem pensa em falar. Diz que eu não entendo, quando na verdade você já não consegue argumentar. Mas minha poesia é mais profunda Sua mente rasa, corpo estático, não me inunda E se na resiliência do meu verso eu ainda tenho alguma coisa pra te contar É que a beleza em mim é só minha, e vai muito além do que um dia você possa alcançar. -Duda Xavier ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★
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